Conheça Sueli Thurow, Presidente da Federação de Canoagem do Estado do Rio de Janeiro. Ela nos fala sobre a situação na qual encontrou a entidade ao assumir a presidência e sobre seus planos de massificação do esporte.
ER: Sueli, para começar pode nos contar um pouco de sua trajetória no esporte e como chegou à Presidência da federação fluminense?
ST: Nasci no estado de Santa Catarina e sempre me dediquei à área educativa, como também esportiva, sendo inclusive em outras modalidades, como vôlei e recreação. Há uns cinco anos atrás, meu esposo foi convidado pelo município de Macaé a fazer um trabalho diferenciado com a Canoagem e então viemos morar aqui no estado do Rio. Mas logo que chegamos, sentimos a necessidade em questões de organização do apoio à federação, e para nossa surpresa, a federação estava “inativa”. Então, fizemos um movimento para que ela pudesse se reorganizar novamente e assumi então este papel, juntamente com o atual Vice-Presidente Marcelo Lopes, que também esta à frente dos trabalhos.
ER: Como sobrevive hoje a Federação de Canoagem do Estado do Rio de Janeiro?
ST: Hoje, a federação conta somente com a anuidade das associações e atletas.
ER:Qual é a situação da Canoagem no nosso estado?
ST: A Canoagem tem crescido muito nestes últimos anos. Muitos eventos importantes acontecem, não só na cidade do Rio de Janeiro, mas em vários outros municípios do estado. Quando assumi a federação, há dois anos atrás, a mesma possuía muitas dívidas - inclusive dívidas ativas por falta de declaração - e várias multas. Estamos nesse momento reorganizando e quitando estas dívidas para que possamos buscar recursos para torná-la novamente ativa e fazer com que o esporte cresça significativamente no estado inteiro, principalmente, tendo em vista os Jogos Olímpicos que serão sediados aqui.
ER: A FECAERJ está decepcionada com a falta de política e incentivo para com os esportes olímpicos na cidade sede de 2016?
ST: Não só a Federação de Canoagem, como também muitas outras federações que hoje não podem contar com o apoio de recursos e incentivo do estado, nem se quer para ter o mínimo de estrutura possível para que as mesmas possam se sustentar. Hoje, ainda não podemos contar com o auxílio do estado.
ER: Na capital, o Va’a tem certa divulgação. Por que as outras modalidades de Canoagem não têm a mesma força do Va’a na cidade do Rio?
ST: Como já dito anteriormente, a federação ainda não possui recursos para divulgar melhor o esporte no estado. Cada associação, neste momento, arca com suas despesas de divulgação e as que conseguem maiores divulgações estão buscando seus próprios meios para tal. Mas assim que as dívidas da mesma forem todas quitadas, o próximo passo será criar um site onde todos os eventos do estado possam ser divulgados. Hoje, contamos com a ajuda da Confederação Brasileira de Canoagem, que oficializa e divulga todos os eventos.
ER: É correto afirmar que a Canoagem no interior do estado é mais forte e mais praticada que na capital?
ST: A Canoagem é praticada em todo estado com alguns locais específicos para certas modalidades mas o esporte é difundido em todo o estado e em breve teremos mais novidades e novos municípios aderindo ao esporte.
ER: Canoagem e Remo são esportes rivais?
ST: Como dito anteriormente, só estou à frente da federação do estado há dois anos. Anterior a esta data não posso comentar. Mas hoje, não vejo qualquer rivalidade entre Canoagem e Remo. Acredito que podemos ser bons parceiros, pois a atividade possui grandes semelhanças.
ER: O CR Flamengo contratou cinco canoístas nos últimos dois anos. Acreditamos que o nome Flamengo possa incentivar o desenvolvimento da Canoagem no Rio. Como a FECAERJ viu a chegada do Flamengo ao esporte e o que espera do clube?
ST: Temos certeza que este é um importante passo para incentivar o desenvolvimento da Canoagem no Rio de Janeiro e, em especial, na cidade do Rio. Esperamos a estruturação do departamento de Canoagem e a instalação de uma escola para formar novos canoístas.
ER: O Esporte Rio observou que apesar do Flamengo estar patrocinando estes atletas, o clube ainda não tem um departamento de Canoagem em sua sede. Sendo assim, não há aulas para formar novos canoístas, nem garagem para guardar as canoas e kaiaques. A FECAERJ tem conhecimento disso? O que a FECAERJ pode fazer para que o clube mais popular do Brasil receba de uma vez por todas a Canoagem em sua sede, como faz com outros esportes?
ST: A FECAERJ juntamente com a CBCa esperam que com o futuro departamento de Canoagem e a conseqüente prática normal no clube mais popular do Brasil, possamos despertar a modalidade na Lagoa Rodrigo de Freitas e em outros locais da cidade e, que isso represente o renascimento da Canoagem no estado do Rio, trabalho iniciado pelo nova gestão da FECAERJ, em conjunto com a CBCa.
ER: É possível trazer os demais clubes de massa do Rio para a Canoagem?
ST: Acredito que com este importante evento “Olimpíadas 2016” este trabalho será ampliado. Tanto procuraremos outros clubes, como também eles poderão buscar parcerias com a federação do estado. Uma andorinha sozinha não faz verão. Um trabalho em conjunto pode render muitos frutos em prol dos esportes. E frutos significativos!
ER: Quais os projetos da FECAERJ até 2016?
ST: Os projetos e objetivos são inúmeros, mas o principal é tornar o esporte forte no estado. Fico admirada com a incrível capacidade de locais que este estado possui para prática deste esporte. É incomparável a outros. Por isso, as chances de crescimento e a expectativa são muito boas. Mas para isso, precisamos do apoio de todos e contamos com as associações e atletas para que em parceria com a FECAERJ se unam em prol do mesmo objetivo: “massificação do esporte”, para que mais pessoas possam praticar e com isso fortalecer e popularizar a Canoagem. Após a quitação de todos os débitos, nosso objetivo é buscar parcerias para que tenhamos as condições necessárias para ampliar e divulgar todo trabalho que vem sendo feito com o esporte e obter muitas conquistas até 2016.
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