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domingo, 16 de setembro de 2012

Entrevista com Hugo Hoyama, Atleta Olímpico

Hugo Hoyama, da Seleção Brasileira e da SE Palmeiras (SP) e ex-Vasco da Gama, concedeu uma entrevista para o Esporte Rio logo após os Jogos Olímpicos de Londres de 2012.

ER: Hugo, pode nos contar como começou no Tênis de Mesa?
HH: Comecei a brincar de pingue-pongue nos intervalos da escola japonesa que estudava na parte da manhã, em São Bernardo do Campo, minha cidade natal, e um dos amigos que treinava Tênis de Mesa, me convidou para ir junto um dia e conhecer o esporte. Isso foi em 1976 e eu tinha 7 anos.

ER: Quando percebeu que seria um atleta de ponta?
HH: Olha, desde novo meu objetivo era atingir um nível para que pudesse representar o Brasil nas competições, e acredito que com 14 anos percebi que tinha chances de me tornar um atleta de ponta.

ER: No início de sua carreira, você ficou quase um ano na Universidade do Japão. Este treinamento ainda reflete nos resultados de hoje?
HH: Com certeza! Foi o primeiro passo para que eu pudesse me tornar um atleta com nível para enfrentar qualquer jogador. Lá, não só aprendi as técnicas do Tênis de Mesa, mas também adquiri muita experiência de vida. Isso foi o mais importante.

ER: Você defendeu clubes no exterior, como o Ranas BTK (Suécia), Panthéon Royal (Bélgica) e Falkenberg (Suécia). Qual a diferença de estrutura e profissionalismo destes clubes para os clubes do Brasil?
HH: Na Europa, o Tênis de Mesa é muito profissional, onde em vários países há ligas. Não só dentro dos países, mas também ligas européias. E esse tipo de competição faz com que os atletas possam sempre estar em competição.

ER: Por quais clubes você competiu no Brasil?
HH: Hoje jogo pelo Palmeiras/São Bernardo (SP), mas também competi pelas cidades de Suzano (SP), Santos (SP), e pelo Vasco da Gama.

ER: Como é defender o Palmeiras (SP), clube de seu coração?  
HH: Um enorme prazer e honra poder defender um grande clube como o Palmeiras, e como você escreveu, meu time de coração. Espero poder encerrar a carreira defendendo as cores do Verdão!

ER: Em 2000, você fez parte do Projeto Olímpico do Vasco da Gama. Como foi esta experiência?
HH: Foi uma experiência muito boa. Sempre fui muito bem tratado por todos lá. O Sr. Eurico Miranda sempre me tratou com respeito e defendi com muita garra o clube em todas as competições. 

ER: Como você vê o Tênis de Mesa do Rio de Janeiro hoje em dia?  
HH: Não conheço muito, mas sei que há bons atletas praticando. Inclusive um deles, o Hugo Calderano, é uma das grandes promessas do nosso esporte.

ER: Você ainda tem amigos e contatos no Vasco da Gama?
HH: Infelizmente, não. Mas tenho uma simpatia muito grande pelo clube.
 
ER: Você participou de seis Olimpíadas e sete Jogos Pan-Americanos. Qual a sua motivação para continuar a praticar o esporte?
HH: Minha maior motivação é a de poder dar alegrias às pessoas mais importantes da minha vida, que são meus pais, e familiares. Não tem emoção maior de voltar para casa e ver o sorriso, a alegria deles, quando conquisto um torneio, uma vaga para o Pan, Olimpíadas... só de ver a alegria da minha vovozinha, que hoje está com 89 anos, dá vontade de chorar (risos).

ER: Você já pensou em parar de praticar o Tênis de Mesa?
HH: Nunca!!!

ER: O que pretende fazer quando encerrar sua carreira?
HH: Continuar no esporte de alguma forma. Hoje, tenho o Instituto Hugo Hoyama. Quero trabalhar com projetos visando principalmente as crianças, colocando o Tênis de Mesa nas escolas, onde acredito que é o melhor caminho para que talentos surjam e possam dar alegrias aos brasileiros.

ER: Como você vê o cenário do Tênis de Mesa no país hoje?
HH: Cresceu muito! Há mais escolinhas, mais gente praticando, mas com certeza pode e deve crescer mais.

ER: O fato de você estar há tanto tempo na seleção brasileira mostra que houve pouca renovação no teu esporte. Você concorda com isso?
HH: Muitos falam isso, mas para que eu pudesse estar esse tempo todo na seleção, é porque treino muito pra isso e não há idade para parar. E a motivação que tenho para jogar, é a de um menino qualquer, podem ter certeza disso. E para que tomem meu lugar, terão que treinar muito também!

ER: O que falta para o Brasil se tornar um país de ponta no esporte? A chegada de atletas chineses pode ajudar a revelar novos talentos por aqui?
HH: Acredito que colocando o Tênis de Mesa nas escolas, com instrutores e material necessário para o início da prática, ajudará muito a aumentar o número de praticantes, pois desde novo é importante o início, pois para se trabalhar a base, o ideal é começar entre 8 e 12 anos. E com certeza temos muito talentos escondidos, como em todos os esportes, pois o brasileiro é muito talentoso.

ER: Deseja deixar um último recado para sua torcida e para os fãs do esporte?  
HH: Quero agradecer de coração a torcida de todos, as palavras de apoio, motivação, críticas, de onde sempre tiro o que preciso melhorar. E podem ter a certeza de que enquanto estiver jogando na mesa, farei de tudo para que possa dar alegrias. Um grande beijo e abraço a todos!

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