Djan Madruga, recordista e medalhista olímpico relembra um pouco de sua carreira, fala da Academia Djan Madruga e faz uma análise da Natação brasileira atual.
ER: Djan, como você começou na Natação?
DM: Comecei aos seis anos porque me afoguei na Praia de Copacabana e meus pais concluíram que era importante para minha sobrevivência, visto que a praia era o nosso playground.
ER:Quando percebeu que seria um atleta de ponta?
DM: Aos 15 anos, quando quebrei meu primeiro récorde sul-americano de adultos e fui convocado para a minha primeira seleção brasileira.
ER: Por que você se especializou no etilo livre?
DM: Na verdade, isso só aconteceu nessa época (15 anos) ,mas antes nadava costas
e medley, e mais tarde, voltei para estes estilos sendo inclusive
finalista olímpico de 400 medley.
ER: O que mais te marcou em sua carreira: o récorde olímpico de 1976 ou a madalha de bronze de 1980?
DM: Ambos foram muito marcantes mas sem dúvida a medalha olímpica foi mais importante.
ER: O que mudou na Natação da sua época para a de hoje?
DM: a tecnologia, o profissionalismo , a disponibilidade de informação via web e o treino, que ficou menor e mais objetivo.
ER: Por quais clubes você competiu ao longo de sua carreira?
DM: Comecei no Botafogo. Depois, o maior período foi no Fluminense. Estive no
Minas TC, de Belo Horizonte, na Universidade de Indiana, Mission Viejo e terminei no Vasco da Gama. Hoje, nado master pela Academia Djan Madruga.
ER: Pelos clubes, qual foi seu momento mais marcante?
DM: Sem dúvida ajudar o Fluminense a ganhar o Troféu Brasil de 1978, quando venci 12 provas, 9 individuais e os revezamentos.
ER: Como você vê a Natação do Rio hoje em dia?
DM: Muito melhor do que na minha época, quando os pais eram cronometristas voluntários. Hoje, todos os juízes são profissionais, há placar eletrônico em todas as etapas, bem diferente da cronometragem manual de então.
ER: E como você viu o desempenho da seleção brasileira em Londres 2012?
DM: Cumpriu bem seu papel trazendo medalhas. Não foi tão ruim como andaram divulgando na mídia. Podia ter sido melhor? Claro, mas também podia ter sido pior como a maioria dos esportes que não trouxeram medalhas para o Brasil.
ER: Na sua opinião a CBDA continua a fazer um bom trabalho ou é necessário termos uma renovação?
DM: O trabalho da atual gestão é muito bom. O pessoal não tem noção do que é uma gestão ruim na Natação. Como eu vivi décadas disso, acredito que a história vai fazer justiça à gestão do Coaracy, mas também é óbvio que precisa haver renovação e ele tem ciência disso e com certeza vai conduzir esse processo no devido tempo.
ER: Qual o objetivo da Academia Djan Madrugada? Seria disputar e conquistar títulos com seus atletas?
DM: Nosso objetivo é ensinar a nadar certo com qualidade de vida. No fundo, tenho uma obrigação com a vida de ensinar os outros a nadar pelo meu afogamento aos 6 anos e temos ajudado milhares de crianças, adolescentes e adultos nesses 14 anos de existência .Quando surgem talentos para competição damos a atenção necessária para que se desenvolvam.
ER: A Academia Djan Madrugada tem revelado bons talentos?
DM: Volta e meia vejo alguém que começou conosco numa seleção brasileira ou no exterior. Agora mesmo, no mês passado, tivemos um garoto de 16 anos, o Rodrigo Corrêa Filho, que foi ao Mundial Júnior de Maratonas Aquáticas, no Canadá.
ER: Você ainda tem a parceria com o América ou ela acabou? Por que acabou?
DM: Acabou. É um processo normal de mudança quando assume uma nova diretoria nos clubes. Já tivemos varias situações assim. Faz parte do negócio.
ER: O que você espera da natação brasileira no Rio 2016?
DM: Uma atuação um pouquinho melhor que a de Londres mas não muito.
ER: Deseja deixar um último recado para a torcida brasileira?
DM: Apoiem a Natação, pois já conquistamos 13 medalhas olímpicas desde 1952 e apesar de não sermos dos esportes mais praticados no país, temos tido sucesso e mostrado muita raça! Mas vocês e seu familiares podem também praticar pois com certeza perto de voces tem um clube, escolinha ou uma academia oferecendo esse fantástico esporte.
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