domingo, 18 de setembro de 2011

Pela Revitalização da Gávea

O Flamengo é um grande clube do esporte brasileiro. O rubro-negro é capaz de repatriar Romário, Adriano, Ronaldinho Gaúcho; mas já foi capaz de formar Zico, Andrade, Adílio, entre tantos outros. Mas o Flamengo nunca foi só futebol. Aliás, o clube é de regatas. De tempos em tempos se fala sobre a revitalização da Gávea. A Gávea é a sede nova do Flamengo, desde que o clube se mudou da Praia do Flamengo. A Gávea, que na verdade fica entre Leblon e Lagoa, foi construída aos poucos e, como um organismo vivo, mudou constantemente com o passar das décadas. A sede possui hoje um Parque Aquático com duas piscinas olímpicas, duas de treino e uma de recreação; três ginásios; um estádio; quadras de tênis; algumas salas para a prática desportiva; duas canchas de bocha e algumas quadras polidesportivas. Mas este centro de esportes está ultrapassado em diversos aspectos. O Flamengo não consegue mais ser o Flamengo dos anos 50, 60 e 70. São poucas as jóias do Futebol e do Esporte Olímpico que ainda saem da Gávea. Mesmo sem dinheiro, de vez em quando o clube lança propostas megalomaníacas de revitalização deste espaço. Em plena Zona Sul do Rio de Janeiro e sem espaço para escoar o trânsito, a primeira coisa que o clube deveria fazer, antes de lançar qualquer projeto, seria a de esquecer o Estádio José Bastos Padilha, como estádio do time profissional de Futebol. Com o CT Ninho do Urubu (em Vargem Grande) concluído, o time profissional passaria a treinar lá, assim como os atletas das categorias de base. Claro que a Gávea poderia ser utilizada pelo Futebol em jogos dos campeonatos de base, amistosos para os sócios, time feminino, apresentação dos jogadores para a temporada, etc. Mas nada que atraia uma multidão incontrolável para o clube. Nestes casos, o Flamengo deverá continuar jogando no Maracanã, no Engenhão ou em algum novo estádio que venha a ser construído. O Estádio José Bastos Padilha deveria ser adaptado para receber outros esportes, além do Futebol. Como era até os anos 90, ao redor de seu campo, o Flamengo deveria construir sua pista de Atletismo, com espaços para a prática dos saltos e lançamentos. Com o Futebol em Vargem Grande a maior parte do tempo, o Estádio José Bastos Padilha seria a casa do Atletismo do Flamengo durante boa parte da semana. Um novo Estande de Tiro (para a prática do Tiro e do Tiro Prático) seria construído no mesmo local daquele que funcionou até 1993 (foto abaixo). Desta vez, o Estande do Flamengo deveria ser moderno. Se estipularem que o Atletismo treina no campo na parte da manhã, os atiradores rubro-negros poderiam praticar o Tiro ao Prato na parte da tarde, no espaço do campo. O Tiro Com Arco, outro esporte de tradição no Flamengo, também teria seu treino na parte da tarde. Os atiradores fariam com que suas flechas cortassem o gramado do estádio, como o faziam nos anos 60. Muitos esportes fizeram parte da tradição rubro-negra. Antes de revitalizar a Gávea, é preciso que a diretoria decida quais esportes deverão continuar e quais deverão retornar ao Flamengo. Além de Atletismo, Tiro, Tiro com Arco e Tiro Prático, Aeromodelismo, Autobol, Bodyboarding, Boxe, Canoagem, Ciclismo, Escotismo, Esgrima, Futebol de Praia, Ginástica Rítmica, Golfe, Handebol, Handebol de Praia, Hipismo, Hóquei sobre Patins, Jiu-Jitsu, Karatê, Luta Greco-Romana, Patinação Artística, Patinação de Velocidade, Pelota Basca, Pentatlo Moderno, Saltos Ornamentais, Taekwondo, Triatlo, Vela, Vôlei de Praia e Xadrez já fizeram parte do quadro de esportes do Flamengo. Quais deles deveriam ter espaço na Gávea? A foto abaixo mostra o antigo Estádio de Hipismo, que ocupava onde é hoje o campo de futebol society do clube. O Hipismo do Flamengo já teve Nelson Pessoa, mas devido à estrutura que o esporte necessita, o Flamengo precisaria ter uma sede campestre para este e outros esportes. As cocheiras até os anos 60 ficavam ao lado da arquibancada do Estádio José Bastos Padilha, onde hoje ficam as canchas de Bocha. É importante que os torcedores do Flamengo saibam que a sede da Gávea é de usufruto não apenas dos atletas e dirigentes, mas dos sócios também. Os sócios precisam de espaços para praticarem seus esportes no fim de semana. Pistas de corrida, piscinas, campos de futebol e quadras poliesportivas devem ser preservadas no clube. O campo de futebol society, que substituiu o Estádio de Hipismo é um belo exemplo (foto abaixo). Outro problema do Flamengo está em seus ginásios. Nenhum deles é capaz de receber grandes públicos. Aliás, para se entrar no Hélio Maurício (atual casa de Basquete e Futsal) e no Cláudio Coutinho (Ginástica Artística - próxima foto) é preciso que o torcedor ande por dentro do clube, junto aos sócios. Estes dois ginásios, além do Togo Renan Soares (Basquetebol e Voleibol) não possuiem capacidades mínimas para receber competições nacionais de Basquetebol, Futsal e Voleibol, apesar de serem bons ginásios de treino. O Flamengo precisaria demolir um deles, talvez o Hélio Maurício (segunda foto abaixo), e reconstruí-lo dando acesso aos torcedores pela rua, ter uma arquibancada para três mil pessoas, bons vestiários, bares e o conforto que o torcedor merece. Alguns esportes importantes para o clube deveriam voltar a ser treinados na Gávea. O Basquetebol Feminino foi Campeão Mundial de Clubes em 1966 e o Flamengo deveria reabrir no mínimo sua escolinha na sede. O Handebol trouxe vários títulos e prestígio internacional para o Flamengo nos anos 70 e 80. As dimensões das quadras de Handebol são maiores e exigem que os ginásios do Flamengo sejam adaptados para tal (atualmente apenas o Togo Renan Soares teria esta condição). O Cláudio Coutinho, casa da Ginástica Artística, deveria receber outras modalidades da ginástica, como as olímpicas Rítmica e Trampolim. Por que não? Há espaço de sobra. O Flamengo jamais competiu na Ginástica de Trampolim e apenas durante um breve período de tempo teve a Ginástica Rítmica. Vale lembrar que o Flamengo chegou a conquistar títulos na Rítmica. O Parque Aquático Fadel Fadel, construído nos anos 60, também precisa ser reformado. As duas piscinas olímpicas são muito rasas e a estatura dos atletas de hoje já não cabem nas águas rasas. Este problema vale para os três esportes aquáticos atuais do Flamengo: Nado Sincronizado, Natação e Pólo Aquático. Se forem reformar as piscinas do clube, bem que o Flamengo poderia construir uma piscina tanque para a prática dos Saltos Ornamentais, esporte que já fez parte do Flamengo, quando este era praticado na Praia do Flamengo. O Flamengo possui duas canchas de Bocha que passaram por uma grande reforma em 2000. No entanto, o clube não tem equipes paraolímpicas (atenção Rio 2016), nem sequer escolinhas do esporte. O Flamengo não vê a Bocha como o Sul do país e as canchas fazem parte apenas das opções de lazer dos sócios. O Flamengo tem Tênis mas tem pouca estrutura para este esporte. Aliás, dentre os esportes olímpicos do clube, o Tênis é onde o Flamengo menos investe. Diferente de Fluminense, Tijuca TC e tantos outros, o clube não tem uma quadra central com arquibancadas para torcedores. As quadras do clube são usadas para aulas de tênis, lazer dos sócios e eventualmente para treino dos atletas que o Flamengo forma. Assim como já falamos dos ginásios do Flamengo, o Flamengo precisava construir do zero uma quadra central com arquibancadas, com a entrada de torcedores pela rua, sem passar por dentro do clube, que pertence aos sócios. Na sede do Flamengo há outros espaços não esportivos, como sala de troféus, saunas, lojas, bares e parque infantil. O Judô do Flamengo está instalado dentro de algumas salas do clube junto a uma alameda. O espaço não é o ideal. Quando o clube é sede de alguma competição, os tatames se mudam para um dos ginásios disponíveis. Nestas salas, já funcionaram escolinhas de outras modalidades, como Tae Kwon Do e Jiu-Jitsu. Hoje, uma delas é o departamento de Futmesa do Flamengo. O uso destas salas deveria ser revisto. Por exemplo, hoje na Gávea, há duas lojas de produtos do Flamengo. Não bastava uma? Há alguns bares (botequins). Será que não dá para trocar um deles por um restaurante? Falta conforto na Gávea para sócios e os atletas que defendem o Flamengo. O Remo do Flamengo está muito bem estruturado às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas. O clube chama o departamento de Remo de Centro de Excelência de Remo. Desde o ano passado, o Flamengo patrocina alguns canoístas. Será que o Flamengo vai dividir seu espaço do Remo para a Canoagem? Será que teremos escolinha de Canoagem? Há muito para se pensar e fazer na sede da Gávea. O ideal mesmo é que praticamente toda ela viesse abaixo e um novo complexo esportivo fosse construído. Além de tempo e trabalho, precisa-se de MUITO dinheiro. Originalmente, o Flamengo é um clube de regatas e tem uma boa estrutura para o Remo. No entanto, precisa dar espaço à Canoagem. O futebol profissional e amador vai se mudar para Vargem Grande e a o Estádio José Bastos Padilha deveria abrigar Atletismo, Tiro e Tiro com Arco. Pel menos um novo grande ginásio precisa ser construído, além de uma quadra central de Tênis. As piscinas oficiais do Flamengo precisam todas serem refeitas com mais profundidade. Hóquei sobre Patins, Patinação Artística, Patinação de Velocidade já tiveram muita tradição no Flamengo. O Flamengo já recebeu equipes internacionais (seleção russa por exemplo) para apresentações na Gávea de Patinação Artística. O maior público de um evento do Flamengo veio também da Patinação Artística numa apresentação na Quinta da Boa Vista. Era o movimento "Mengo sobre Rodas", que tinha atletas também na Patinação de Velocidade e cujos meninos, invejosos das meninas, criaram o vencedor time de Hóquei sobre Patins do Flamengo. Hoje, o Flamengo não tem um ringue de patinação, nem escolinha do esporte. Depois de Vargem Grande, o Flamengo bem que poderia construir uma Sede Campestre nos arredores do Rio de Janeiro. Ali, o clube poderia resgatar sua tradição no Hipismo e quem sabe abrigar outros esportes que fizeram parte do Flamengo, como o Pentatlo Moderno (Hipismo, Esgrima, Tiro, Corrida e Natação). Os esportes que trouxeram tradição e glória ao Flamengo precisam voltar a ser praticados no Flamengo: Atletismo, Boxe, Ciclismo, Esgrima, Handebol, Hóquei sobre Patins, Patinação Artística, Tiro, Tiro com Arco, Tiro Prático, Vela e Xadrez.

2 comentários:

AntonioMelo disse...

Eu e meu filho somos arqueiros. Eu disputo o campeonato Carioca por um outro clube que me acolheu,queria eu poder disputar o tiro com arco pelo meu time de coração. Apoio a iniciativa de termos de volta no FLAMENGO este esporte olimpico tão maravilhoso.

Miguel Gonzalez disse...

Antonio, qual o teu clube?