ER: Arno, para começar pode nos contar um pouco de sua trajetória no esporte e como chegou à Presidência da federação fluminense?
AS: Bem, vamos lá: comecei a fazer Esgrima aos 4 anos de idade, no ano de 1981, no Esporte Clube São João, na Urca. Fui várias vezes Campeão Carioca da categoria até 1985. Depois disso, meu pai (um militar) foi transferido para Porto Alegre (RS), onde fiz Esgrima na SOGIPA (RS) até 1989 e fui Campeão Brasileiro na categoria até 1988. Depois disto, fui para Brasília (DF) e fiz Esgrima no Colégio Militar e no Clube Militar. Em 1993, fiz concurso para a Escola Preparatória de Cadetes em Campinas (SP) e fui atleta daquela escola e em seguida da Academia Militar das Agulhas Negras. Fui campeão Brasileiro por equipes e vice sul-americano. Em 2001, fiz o curso de Mestre de Armas na Escola de Educação Física do Exercito. Nos anos 2002 e 2003, fui diretor técnico da federação. Em 2004, virei presidente da FEERJ, onde estou ate hoje. Além disso, fui técnico da equipe Brasileira civil e militar em diversas ocasiões. Também fiz três cursos de mestre internacional, administração esportiva e pós- graduação em treinamento, na UFRJ.
ER: Como sobrevive hoje a Federação de Esgrima do Estado do Rio de Janeiro?
AS: A federação sobrevive com verba das competições estaduais e com dinheiro de doação do presidente em algumas ocasiões .
ER: Quais os clubes filiados à FEERJ hoje em dia?
AS: Hoje, nós temos como clubes filiados, o Clube Militar da Lagoa, a Real Sociedade e Clube Ginástico Português e o Club de Regatas Vasco da Gama. Temos vinculados a Academia Militar das Agulhas Negras, a Escola Naval e o Colégio Naval. Temos por fim um Núcleo de Esgrima no SESC de Madureira.
ER: Qual é a situação da Esgrima no nosso estado?
AS: Atualmente a esgrima no estado esta em crescimento com 100 atletas federados e por volta de 140 praticantes.
ER: A FEERJ está decepcionada com a falta de política e incentivo para com os esportes olímpicos na cidade sede de 2016?
AS: Não, atualmente mesmo que tivéssemos incentivo estaríamos não estaríamos preparados para fazer um grande crescimento do esporte no estado por falta de professores habilitados.
ER: Existe esgrima no interior do estado? Se existe, onde há? Se não existe, há algum projeto para consertar isso?
AS: No interior do estado estamos com um projeto em volta redonda e Petrópolis e temos esgrima regular em Resende e Angra dos reis.
ER: Até os anos 70, a Esgrima era muito mais popular no Rio do que ela é hoje. Entre outras coisas, o esporte era praticado em vários clubes que hoje não têm mais a Esgrima e os eventos da federação ocupavam regularmente as páginas esportivas dos jornais. O que aconteceu e lá para cá? Por que a Esgrima perdeu tanta popularidade?
AS: O que aconteceu e que no final dos anos 80 e a década de 90 a esgrima no Rio de janeiro simplesmente quase desapareceu, ficando somente nas escolas militares e não houve uma renovação de mestres os antigos pararam de trabalhar e não se formaram novos. Atualmente temos no Rio de Janeiro somente 3 mestres, mas para diminuir esta lacuna estou fazendo curso de monitores na Federação para aumentar os locais e as capacidades de ensinar o esporte, já temos atualmente mais 4 monitores.
ER: Os populares clubes de futebol do estado (América, Botafogo, Flamengo, Fluminense, São Cristóvão e Vasco da Gama, entre outros) tinham escolinhas e equipes de Esgrima. Destes, hoje, apenas o Vasco da Gama se mantém fiel ao esporte. Uma das perdas da popularidade da Esgrima se deve à saída dos clubes de massa do esporte?
AS: Não acho que tenha sido isto acredito que seja mais pela falta de professores do que a falta de clubes até porque até temos uma procura grande mesmo sem divulgação mas não estamos preparados.
ER: Como trazer de volta Botafogo, Flamengo e Fluminense para o esporte? A FEERJ conversa com estes clubes a respeito?
Acredito que se procurarmos este clubes teremos uma boa recepção mas acredito que mesmo sendo aberta a oportunidade se não tiver professores habilitados estaremos sem condições de crescer novamente.
ER: Também até os anos 70, os times do Rio brigavam de igual para igual com os do resto do país no Troféu Brasil e outras competições nacionais de Esgrima. Hoje, nenhum clube do Rio tem como competir com paulistas, gaúchos e paranaenses, por exemplo. Isso é por que faltam atletas no nosso estado ou atletas nós temos mas falta estrutura nos clubes daqui?
AS: Atualmente temos uma campeã Brasileira aqui no Rio de Janeiro a Atleta Clarisse Menezes e outros atletas que tem disputado de igual para igual com os outros estado, No ano passado ficamos em 3 lugar na competição de florete feminino por equipes e 2 na de espada masculina.
ER: Como é hoje disputado o Campeonato Estadual de Esgrima?
AS: O Campeonato Carioca e uma das cinco provas do circuito estadual de esgrima e é a competição mais importante do ano para a FEERJ.
ER: Quais os projetos da FEERJ até 2016?
Nossos projetos até 2016 são de popularização do esporte colocando a esgrima nos colégios públicos e privados montar pelo menos 2 projetos sociais e termos aqui no estado um mínimo de 10 mestres e 20 monitores trabalhando. E além disto tentar colocar ao menos dois atletas nas Olimpíadas.
2 comentários:
Nossa viajei no tempo: afinal sou esgrimista formada nos anos 70, no Fluminense com o Mestre Heitor... Na época em que mulheres só jogavam florete!!! Ainda bem que tem o Mestre Arno, pois voltei a praticar em 2009 e - entre idas e vindas- finalmente estou me firmando como atleta veterana; treinando no clube Militar e feliz por ver a esgrima crescendo apesar de todos os contras... "ESGRIMA: AME-A OU DEIXE-A"
Muito legal, Deborah! Pena que o Fluminense não tem mais Esgrima.
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