domingo, 7 de outubro de 2012

Entrevista com Janeth Arcain

Janeth é um dos maiores nomes da história do basquete feminino do Brasil. Campeã Mundial de 1994 e Medalha de Prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996, ela vestiu a camisa do Vasco da Gama e desfilou pelas quadras fluminenses no início dos anos 2000, conquistando Campeonatos Estaduais, Campeonato Brasileiro e Liga Sul-Americana. Veja a entrevista que ela nos deu abaixo. A foto é da Confederação Brasileira de Basktball.

ER: Janeth, você já foi jogadora e agora é técnica e diretora do Instituto Janeth Arcain. Qual das três te deu ou te dá maior prazer?
JA: Todas as três.

ER: E qual das três funções é a mais difícil na tua opinião?
JA: A de diretora.


ER: Você atuou por dez clubes ao longo de sua carreira. Qual destes todos mais te marcou?
JA: O Piracicaba (SP).


ER: Defender a seleção brasileira era diferente que jogar em um clube? Por que?
JA: Na seleção você está representando milhões de brasileiros e no clube apenas algumas pessoas.


ER: Você conquistou 10 títulos brasileiros e 4 sul-americanos pelos clubes. Qual destes foi o que mais te marcou e por que?
JA: O que mais me marcou foi a Olimpíada de Atlanta de 1996.


ER: O Brasil foi campeão mundial de 1994. Esta conquista foi a que mais te marcou?
JA: Não. Foi a Olimpíada de Atlanta de 1996.


ER: Qual foi o melhor time no qual você jogou? Seria o Houston Comets (Estados Unidos) de 1997 a 2000 ou seria a seleção brasileira de 1994?
JA: Seleção sempre é mais marcante e a 1996 foi a que mais marcou.


ER: Falando um pouco do Rio, pelo Vasco, você foi campeã da Liga Sul-Americana de 2002 e do Campeonato Brasileiro do ano anterior. O que mais te marcou em sua passagem pelo Rio de Janeiro e pelo Vasco da Gama?
JA: Não tive nada marcante pelo Vasco como atleta. Mas o Rio para morar e ter qualidade de vida é muito bom.


ER: Você ainda tem algum contato com dirigentes ou técnicos do Vasco?
JA: Não, nenhum.


ER: Em 2000, 2001 e 2003 o Vasco da Gama também foi Tricampeão Estadual. Mas desde 2007 que não é disputado o Estadual Adulto Feminino em nosso estado. Como você vê isso? É possível reverter este quadro?
JA: Infelizmente, é a realidade do nosso esporte e do país.


ER: O Rio sempre abraçou o basquete feminino. Nos anos 60, os ginásios lotavam para assistir à rivalidade entre Botafogo e Flamengo. Em 1998, Hortência levou seu time para o Fluminense e os ginásios lotavam em todos os jogos até o time vencer o Brasileiro. O mesmo seu deu no Vasco durante sua passagem. Por que você acha que os dirigentes dos clubes desistiram da modalidade?
JA: Realmente é dificil de dizer. Acredito que um dirigente poderia explicar melhor do que eu.


ER: O Instituto Janeth Arcain já está presente em quatro cidades de São Paulo. Você tem planos de abrir uma filial no estado do Rio?
JA: Já tive, mas por enquanto, não está mais nos planos.


ER: Quantas crianças participam das escolinhas do instituto?
JA: Em torno de 700.


ER: O IJA foi criado em 2002. Qual o maior talento revelado até agora?
JA: Damiris Dantas do Amaral.


ER: Você como técnica da seleção infantil acha que o Brasil de modo geral tem revaldos bons novos talentos ou você vê dificuldades em formar a seleção brasileira?
JA: Vejo uma melhora, mas não uma mudança, e infelizmente, temos algumas lacunas entre gerações.


ER: Deseja deixar um último recado à torcida brasileira?
JA: Obrigada pelo carinho e pela torcida ao longo dos anos!

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