Seu pai, Rômulo Arantes, era técnico do clube e foi responsável por colocar não só o filho nos degraus mais altos dos pódios como também a natação do Flamengo, que se tornou celeiro de grandes atletas.
Natação do Fla Passou a Brilhar em 1963
Em 1963, ainda sob a batuta do pai, a natação rubro-negra passou a brilhar, conquistando importantes provas e campeonatos, revelando grandes nomes do esporte. Lá despontaram Ricardo Prado, Patrícia Amorim, Cristiano Michelena, Maria Elisa Guimarães, Jorge Fernandes, Marcelo Jucá e André Teixeira, entre outros talentos.
Participou dos Jogos Olímpicos de 1972, porém sem conseguir um desempenho expressivo. Mas estreou com louvor a primeira edição da Copa Latina, em 1973, realizada no Brasil. Disputada no Rio de Janeiro, entre os dias 19 e 22 de abril de 1973, a primeira Copa Latina foi generosa com Rômulo: conquistou o primeiro lugar nos 100 m costas, com 1min01s13, seguido pelo mexicano Ignacio Alvarez (1min02s05) e pelo francês Pierre Baehr (1min02s13).
Nessa mesma edição da Copa, ficou em segundo nos 200 m costas, com 2min12s23. O ouro foi para o italiano Massimo Nistri (2min11s67) e o bronze com o francês Baehr (2min12s73).
Entre os dias 04 e 06 de maio de 1975, na cidade espanhola de Las Palmas, a terceira edição da Copa Latina novamente rendeu bons frutos ao carioca, que conquistou o ouro nos 200 m medley (2min12s02), com grande de vantagem sobre o vice, o mexicano Ricardo Marmolejo (2min15s04).
Apesar de ser um nadador expressivo em todas as modalidades, prova disso foi o ouro ganho com folgada margem nos quatro estilos, foi nadando costas que Rômulo conquistou seus principais títulos. E foi ainda nessa Copa que o futuro ator faturou sua primeira medalha de ouro internacional no nado borboleta, nos 100m, completando a prova com o tempo de 57s8, numa disputa acirrada e emocionante com o italiano Paolo Barelli (58s2) e com o espanhol José Bonet (58s4).
Primeiro Nadador Brasileiro a Treinar nos Estados Unidos
Rômulo foi o primeiro nadador brasileiro a decidir estudar e treinar nos Estados Unidos, algo que se tornou comum mais tarde entre atletas brasileiros. Rômulo treinava com Djan Madruga na Universidade de Indiana, onde Arantes estudava administração de empresas e já manifestava sua vontade de seguir carreira artística.
Em 1976, participou das Olimpíadas de Montreal (Canadá). A natação brasileira não conquistou medalhas, mas trouxe resultados expressivos, como os quartos lugares de Djan Madruga, nos 400 m e 1.500 m livres. Rômulo chegou à semifinal dos 100m costas.
O nadador também representou o Brasil com brilho nas Universíades.
Em 1977, na cidade de Sófia, capital da Bulgária, a única medalha de ouro brasileira veio justamente dele, nos 100 m costas, com 58s45.
No ano seguinte, Rômulo participou da quinta edição da Copa Latina, em San Juan, Porto Rico. Foi o segundo nos 100 m costas, com 59s51. Na Copa Latina de 1979, levou o ouro nessa mesma categoria, feito que conseguiu repetir nas edições de 1980, realizada em Madrid, na Espanha, e na de 81, em Guadalupe, no Caribe.
Ele também fez bonito nas piscinas do Pan, conquistando cinco medalhas em 1975 e 1979.
Sua última participação em Olimpíadas foi na de Moscou, em 1980, integrando a seleção brasileira ao lado de estrelas como Djan Madruga, Ricardo Prado e Marcelo Jucá. Fazendo equipe com Sérgio Ribeiro, Cláudio Kestenerl e Jorge Fernandes, Rômulo ficou em oitavo lugar no revezamento 4 x 100 medley.
No ano seguinte, a natação brasileira trouxe seis medalhas de bronze na Universíade de Bucareste, na Romênia (1981). Rômulo conquistou duas, nos 100m costas e nos 400 m medley.
A paixão pelas águas de Rômulo sempre foi maior e mais forte do que o gosto em brilhar nos palcos de teatro e nas telas de TV. Em 1993, dez anos depois de ter se aposentado como atleta de elite, bateu o recorde sul-americano na categoria máster nos 50m costas, com 28s50.
Quando veio a falecer num acidente de ultraleve, o então vice-presidente de Esportes Amadores do Flamengo, Fernando Samini, decretou luto oficial no clube, e disse "É um pedaço da história do Flamengo e da natação brasileira que se vai", lamentou. Naquele dia, a bandeira rubro-negra foi hasteada a meio mastro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário