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domingo, 30 de setembro de 2012

Entrevista com Luiz Lima, Atleta Olímpico

Luiz Lima entrevistaLuiz Lima é um dos maiores nomes da Natação brasileira de todos os tempos. Como fundista, nadador que nada longas distâncias, conquistou diversos títulos por America, Flamengo, Fluminense, Tijuca TC e Vasco da Gama. Ou seja, quase todo torcedor carioca já torceu por ele!


ER: Luiz, como vc começou na Natação?
LL: Comecei na natacao com 5 anos de idade no colégio aonde eu estudava no bairro de Campo Grande, no Rio de Janeiro. Colégio Afonsinho. 


ER: Quando percebeu que seria um atleta de ponta?
LL: Em 1990, com 13 anos. Após a vitória no Campeonato Brasileiro Infantil, na prova dos 800 metros livres em piscina olímpica, com o tempo de 8 min e 53 segundos.
 

ER: O que difere no treinamento de um fundista do treinamento de um atleta de provas curtas?
LL: Basicamente o volume, tempo e intensidade de treino! Fundistas treinam mais volume, maior tempo de treino e com menos intensidade.
 

ER: Qual a vitória que mais te marcou?
Meu primeiro título brasileiro adulto em 1994, com apenas 16 anos e minha convocação para a seleção brasileira adulta.
 

ER: Por quais clubes você competiu?
LL: America 1984; Tijuca TC 1985 e 1986; Fluminense 1987 a 1998; Vasco da Gama 1999 a 2001; Flamengo 2002 e 2003; UNISANTA (SP) 2004 e 2005; e treino desde 2006 no Marina Barra Clube.
 

ER: É verdade que o Vasco da Gama ainda te deve salários referentes ao Projeto Olímpico de 2000?
LL: Em 1999 tivemos um ano fantástico no Vasco da Gama: fomos tricampeões em 1999, 2000 e 2001, fiz ótimos amigos e tivemos um desempenho fantástico com uma grande estrutura. No ano de 2001, infelizmente, do projeto de uma equipe campeã sobraram algumas pendências com atletas e técnicos.
 

ER: Qual o seu time de coração?
LL: Fluminense.
 

ER: Hoje em dia você ainda treina e compete, como no Desafio dos Mares. Quando vai parar?
LL: Na verdade eu já parei com a natação competitiva. Me despedi da seleção brasileira no ano de 2009, no Mundial da Itália. Continuo treinando, visando apenas a qualidade de vida, de segunda a sexta feira. Faço apenas esses desafios voltados para o público amador, como forma de me divertir.


ER: As Maratonas Aquáticas eram um esporte quase desconhecido no início dos anos 2000 e agora é Olímpico. Como você vê o crescimento deste esporte?
LL: Todo esporte se torna olímpico, devido ao seu potencial de participantes no sexo masculino e feminino e impacto positivo a nivel mundial. Maratona Aquática, cresce como vários esportes ligados à natureza!!
 

ER: Como você vê a Natação e as Maratonas Aquáticas no Rio de Janeiro?
LL: A natação no Rio de Janeiro tem uma boa representação no clubes, como Flamengo, Fluminense e Botafogo. Vejo uma pequena melhora nos últimos anos. Precisamos melhorar mais a base e revelar mais atletas. A natacao no interior do estado precisa se estruturar. Ainda está muito longe do ideal e do seu potencial. As Maratonas Aquáticas crescem quantitativamente, mas com pouca evolução qualitativa à nivel de alto rendimento.

ER: Você acha que a contratação de um grande atleta, como César Cielo, ajuda a Natação do Rio de Janeiro, no caso, do Flamengo?
LL: Ajuda. Com certeza impulsiona e motiva novos atletas. Mas, está longe de ter o mesmo impacto, se o César Cielo treinasse no Flamengo. O certo seria se todos os grandes atletas treinassem no clube, criando assim mais sentido ao desenvolvimento do esporte e valorização do clube.

ER: Por que o Pinheiros e o Minas Tênis conseguem formar mais atletas de ponta que os clubes do Rio?
LL: Porque têm projetos bem estruturados, um quadro social muito forte e usam a lei de incentivo ao esporte com competência.

ER: Deseja deixar um recado final para seus fãs e a torcida brasileira?
LL: Foi um prazer conversar com vocês! Boas braçadas! Forte abraço do amigo Luiz Lima.

domingo, 23 de setembro de 2012

Entrevista com Karla Costa, Atleta Olímpica

Karla Costa acabou de disputar sua terceira Olimpíada e concedeu esta entrevista ao Esporte Rio. Ela nos fala sobre o basquete brasileiro, a Liga de Basquete Feminino e deixa em aberto a possibilidade de estar no Rio 2016.

ER: Karla, como você começou no Basquete?
KC: Comecei a jogar com uns dez anos em Brasília, no Clube Vizinhança. Meu tio Chicão, minha prima Renata e meu irmão Rodrigo jogavam lá. Por conta deles, fui no embalo e nunca mais parei.

ER: Quando percebeu que seria uma atleta de ponta?
KC: Sempre sonhei em ser uma atleta de ponta, mas não sei quando percebi. O que sei é que treinei muito para conseguir chegar.

ER: Você já disputou as Olimpíadas de 2004, 2008 e 2012. Você vai estar no Rio 2016?
KC: De qualquer maneira estarei no Rio. Se não for jogando, vai ser torcendo por nossa seleção (risos).

ER: Você jogou algumas temporadas no exterior. Qual a diferença dos Campeonato Russo e Polonês para o Brasileiro? Há mais profissionalismo lá fora?
KC: Sim, eles levam mais a sério. Estamos começando a mudar isso agora. Quem sabe com as jogadoras agora sendo repatriadas, o campeonato se torne melhor e mais organizado, podendo assim ser comparado com os melhores do mundo?

ER: Qual a estrutura que você tem à sua disposinção na Americana (SP). O que difere para os times do exterior?
KC: Não tenho do que reclamar. Aqui em Americana, temos o que precisamos. Nada que se compare a qualquer time dos Estados Unidos, mas eles tentam sempre nos dar o melhor.

ER: Por que o Basquete Feminino é forte em São Paulo mas praticamente inexistente no resto do país?
KC: Acredito que exista mais investimento em São Paulo. Eu, como muitas meninas, precisamos sair de nossa cidade e vir para São Paulo para poder dar continuidade ao nosso sonho, pois era praticamente impossível realizar meu sonho em Brasília.

ER: Para vocês jogadoras, o que mudou com a criação da Liga de Basquete Feminino, que substituiu o antigo Campeonato Nacional?
KC: Ele está mais organizado, mais sério. Tenho certeza que este ano ainda será muito melhor, graças à entrada de várias equipes fortes. Tenho certeza que vamos conseguir um campeonato mais disputado e levar novamente o basquete para o cenário nacional.

ER: Como você vê o fato do Rio, que sediará a Olimpíada, não ter nenhum time adulto feminino de Basquete?
KC: É uma pena, o Rio com toda sua estrutura não ter uma equipe por lá. Mas agora com as coisas mudando por aqui, quem sabe a gente logo não veja uma bela equipe nas próximas ligas?

ER: Qual foi o momento mais marcante de sua carreira?
KC: Para mim, disputar a terceira Olimpíada foi minha grande realização.

ER: Pelo que observa, você acha que o Brasil está revelando novos talentos no basquete feminino?
KC: Com certeza! Temos excelentes jogadoras surgindo, mas para que elas realmente se tornem referência, precisam de estrutura, investimento, base, treinamento e jogos internacionais desde cedo, para que aprendam o quanto antes.

ER: Você tem algum sonho ainda não realizado no basquete?
KC: O Basquete me trouxe grandes realizações. mas confesso que uma medalha olímpica seria poder ter minha realização completa.

ER: O que pretende fazer quando encerrar a carreira?
KC: Estou partindo agora para o lado da política. Quero poder ajudar não só o basquete, mas os demais esportes do lado de fora e acredito que todos esses anos me trouxeram muita vivência e muitas experiências também.

ER: Deseja deixar algum recado final para a torcida brasileira e de Americana?
KC: Que estejam sempre do nosso lado, que nem sempre será fácil, mas que iremos dar o nosso máximo sempre. Mas se mesmo assim ainda não der certo, vamos tentar até o fim.

domingo, 16 de setembro de 2012

Entrevista com Hugo Hoyama, Atleta Olímpico

Hugo Hoyama, da Seleção Brasileira e da SE Palmeiras (SP) e ex-Vasco da Gama, concedeu uma entrevista para o Esporte Rio logo após os Jogos Olímpicos de Londres de 2012.

ER: Hugo, pode nos contar como começou no Tênis de Mesa?
HH: Comecei a brincar de pingue-pongue nos intervalos da escola japonesa que estudava na parte da manhã, em São Bernardo do Campo, minha cidade natal, e um dos amigos que treinava Tênis de Mesa, me convidou para ir junto um dia e conhecer o esporte. Isso foi em 1976 e eu tinha 7 anos.

ER: Quando percebeu que seria um atleta de ponta?
HH: Olha, desde novo meu objetivo era atingir um nível para que pudesse representar o Brasil nas competições, e acredito que com 14 anos percebi que tinha chances de me tornar um atleta de ponta.

ER: No início de sua carreira, você ficou quase um ano na Universidade do Japão. Este treinamento ainda reflete nos resultados de hoje?
HH: Com certeza! Foi o primeiro passo para que eu pudesse me tornar um atleta com nível para enfrentar qualquer jogador. Lá, não só aprendi as técnicas do Tênis de Mesa, mas também adquiri muita experiência de vida. Isso foi o mais importante.

ER: Você defendeu clubes no exterior, como o Ranas BTK (Suécia), Panthéon Royal (Bélgica) e Falkenberg (Suécia). Qual a diferença de estrutura e profissionalismo destes clubes para os clubes do Brasil?
HH: Na Europa, o Tênis de Mesa é muito profissional, onde em vários países há ligas. Não só dentro dos países, mas também ligas européias. E esse tipo de competição faz com que os atletas possam sempre estar em competição.

ER: Por quais clubes você competiu no Brasil?
HH: Hoje jogo pelo Palmeiras/São Bernardo (SP), mas também competi pelas cidades de Suzano (SP), Santos (SP), e pelo Vasco da Gama.

ER: Como é defender o Palmeiras (SP), clube de seu coração?  
HH: Um enorme prazer e honra poder defender um grande clube como o Palmeiras, e como você escreveu, meu time de coração. Espero poder encerrar a carreira defendendo as cores do Verdão!

ER: Em 2000, você fez parte do Projeto Olímpico do Vasco da Gama. Como foi esta experiência?
HH: Foi uma experiência muito boa. Sempre fui muito bem tratado por todos lá. O Sr. Eurico Miranda sempre me tratou com respeito e defendi com muita garra o clube em todas as competições. 

ER: Como você vê o Tênis de Mesa do Rio de Janeiro hoje em dia?  
HH: Não conheço muito, mas sei que há bons atletas praticando. Inclusive um deles, o Hugo Calderano, é uma das grandes promessas do nosso esporte.

ER: Você ainda tem amigos e contatos no Vasco da Gama?
HH: Infelizmente, não. Mas tenho uma simpatia muito grande pelo clube.
 
ER: Você participou de seis Olimpíadas e sete Jogos Pan-Americanos. Qual a sua motivação para continuar a praticar o esporte?
HH: Minha maior motivação é a de poder dar alegrias às pessoas mais importantes da minha vida, que são meus pais, e familiares. Não tem emoção maior de voltar para casa e ver o sorriso, a alegria deles, quando conquisto um torneio, uma vaga para o Pan, Olimpíadas... só de ver a alegria da minha vovozinha, que hoje está com 89 anos, dá vontade de chorar (risos).

ER: Você já pensou em parar de praticar o Tênis de Mesa?
HH: Nunca!!!

ER: O que pretende fazer quando encerrar sua carreira?
HH: Continuar no esporte de alguma forma. Hoje, tenho o Instituto Hugo Hoyama. Quero trabalhar com projetos visando principalmente as crianças, colocando o Tênis de Mesa nas escolas, onde acredito que é o melhor caminho para que talentos surjam e possam dar alegrias aos brasileiros.

ER: Como você vê o cenário do Tênis de Mesa no país hoje?
HH: Cresceu muito! Há mais escolinhas, mais gente praticando, mas com certeza pode e deve crescer mais.

ER: O fato de você estar há tanto tempo na seleção brasileira mostra que houve pouca renovação no teu esporte. Você concorda com isso?
HH: Muitos falam isso, mas para que eu pudesse estar esse tempo todo na seleção, é porque treino muito pra isso e não há idade para parar. E a motivação que tenho para jogar, é a de um menino qualquer, podem ter certeza disso. E para que tomem meu lugar, terão que treinar muito também!

ER: O que falta para o Brasil se tornar um país de ponta no esporte? A chegada de atletas chineses pode ajudar a revelar novos talentos por aqui?
HH: Acredito que colocando o Tênis de Mesa nas escolas, com instrutores e material necessário para o início da prática, ajudará muito a aumentar o número de praticantes, pois desde novo é importante o início, pois para se trabalhar a base, o ideal é começar entre 8 e 12 anos. E com certeza temos muito talentos escondidos, como em todos os esportes, pois o brasileiro é muito talentoso.

ER: Deseja deixar um último recado para sua torcida e para os fãs do esporte?  
HH: Quero agradecer de coração a torcida de todos, as palavras de apoio, motivação, críticas, de onde sempre tiro o que preciso melhorar. E podem ter a certeza de que enquanto estiver jogando na mesa, farei de tudo para que possa dar alegrias. Um grande beijo e abraço a todos!

domingo, 9 de setembro de 2012

Entrevista: Luizomar de Moura, Técnico de Voleibol

Luizomar de Moura é o atual Campeão Brasileiro Feminino de Voleibol como treinador do Osasco (SP), que é patrocinado pela Sollys Nestlé. Nesta entrevista, o vitorioso técnico fala de sua carreira, do momento do voleibol brasileiro e também relembra um pouco da conquista do Brasileiro pelo Flamengo, em 2000/01.

ER: Luizomar, como você ingressou no Voleibol? Você chegou a jogar profissionalmente?
LM: Tive meu primeiro contato com o Voleibol na escola em São Caetano do Sul (SP). Eu tinha 11 anos e o professor de Educação Física era um amante da modalidade. Ele montou dentro das aulas turmas de treinamento. Fiquei apaixonado pela modalidade logo de cara. Comecei a jogar em clubes aos 14 anos. Destaquei-me no vôlei nas categorias de base e fiz parte das Seleções Paulista Infanto-Juvenil e Juvenil. Quando passei para categoria adulta percebi que não seria um atleta de ponta mas joguei até 30 anos de idade. Disputei a Superliga, mas sem muita expressão. Usei o esporte para custear meus estudos. Meus pais sempre me cobraram bastante para que nunca abandonasse os estudos por causa do Voleibol. Agradeço a eles por essa visão e cobrança.

ER: Quando percebeu que ser técnico de vôlei era o que você queria fazer profissionalmente?
LM: Quando percebi que não seria um atleta de ponta. E pela exigência dos meus pais de não parar de estudar, fiz faculdade de Educação Física. Me formei com 19 anos e paralelamente à vida de atleta de Voleibol, comecei a dar aulas de Educação Física e, por ser atleta de Voleibol, direcionava as minhas turmas ao contato com a modalidade. Fui pegando gosto por ensinar Voleibol e comecei a pensar na possibilidade de me tornar treinador no futuro.
 

ER: Por que você escolheu dirigir times femininos em vez de masculinos?
LM: Comecei trabalhando com as categorias de base masculinas em São Caetano do Sul (SP). Depois de dois anos, recebi o convite do Willian Carvalho (da "Geração de Prata") para ser seu assistente numa equipe profissional chamada Mizuno Uniban, em 1996. Começava aí minha carreira como treinador de equipes profissionais de Voleibol. Não escolhi, fui escolhido.
 

ER: Você deseja algum dia dirigir uma equipe masculina?
LM: No momento não passa isso pela minha cabeça, mas sou profissional e se em algum momento de minha carreira tiver essa opção irei avaliar.

ER: Entre 1995 e 2000, você atuou como auxiliar técnico das equipes do São Caetano (SP), do Leites Nestlé (SP) e do Osasco (SP). Como foi de repente receber o convite para dirigir o Flamengo, de 30 milhões de torcedores?
LM: Eu já tinha traçado o objetivo ao término da temporada de assumir uma equipe como treinador principal. Havia um convite para assumir uma equipe menor, quando surgiu a oportunidade de ser o treinador do CR Flamengo. Foi uma grande emoção! Sabia da responsabilidade mas não podia deixar passar a oportunidade. E foi isso que fiz.

ER: É correto afirmar que a conquista do Brasileiro de 2000/01 pelo Flamengo foi o momento mais marcante de sua carreira?
LM: Essa conquista será sempre guardada com muito carinho na minha carreira: primeiro ano como treinador principal, dirigindo um time de camisa, com final no Maracananzinho lotado, contra o principal adversário (o Vasco da Gama)...só posso agradecer a Deus que tornou muito especial meu primeiro ano como treinador.
 

ER: Por que o time do Flamengo não teve continuidade?
LM: Problemas financeiros.
 

ER: Nos anos 90, o Flamengo disputava o Brasileiro tanto no Feminino, quanto no Masculino. Todo ano especúla-se sobre a volta do time profissional do Flamengo. De 2001 para cá, você chegou a conversar com o Flamengo sobre um possível retorno ao Rio de Janeiro?
LM: Tenho ainda grandes amigos no Flamengo. Pessoas que estavam lá em 2001. Esse ano na conquista da Superliga 2011/12, meu supervisor da epoca, o "Celsinho", foi ao Maracananzinho e festejou comigo a vitória. Mas nunca fui contactado para um retorno.
 

ER: Entre 2001 e 2006, você continuou no Vôlei fluminense dirigindo as equipes do Automóvel Clube de Campos dos Goytacazes e do Macaé. Como você avalia sua passagem por estas equipes? Qual a estrutura encontrada no interior do estado do Rio?
LM: Foi uma experiência muito significativa para minha carreira. Conseguimos em cinco anos despertar uma paixão pelo Voleibol em cidades sem tradição na modalidade. Chegamos três vezes ao pódio da Superliga. Pelo bom trabalho, conseguimos o patrocinio da Oi, empresa de telefonia. Nesses 5 anos de norte fluminense, algumas Campeães Olímpicas passaram por lá, como Fabizinha e Natalia, que fizeram parte desse projeto. Foi um trabalho muito gostoso, de poder brigar de igual com as grandes potências do país foi gratificante. Tive o apoio das prefeituras e montamos estruturas que facilitaram nosso trabalho.
 

ER: Em 2006/07, você voltou ao Osasco (SP), mas desta vez como técnico principal. Como foi voltar ao time que dez anos antes você ainda estava começando sua carreira?
LM: Era uma grande responsabilidade. Estava voltando a uma das maiores estruturas esportivas do país. Tinha a missão de conquistar títulos, mas também de coordenar a transição de jovens atletas do projeto de base e inserí-las no time adulto. Isso me agradou muito, pois sou um treinador de formação e me agradou.
 

ER: O Rio de Janeiro tem quatro equipes no Brasileiro (Macaé e Rio de Janeiro no Feminino; RJX e Volta Redonda no Masculino), mas elas não têm categorias de base. Qual a sua opinião destes times/empresa?
LM: Fazer categoria de base é uma responsabilidade muito grande, pois temos que nos preocupar não só em formar grandes atletas mas também grandes pessoas. Fazer por fazer não é legal, tem que pensar em estrutura para formar as duas frentes: a esportiva e a social.
 

ER: Em contrapartida, os clubes tradicionais (principalmente Botafogo, Flamengo, Fluminense e Tijuca TC) têm revelado grandes talentos .Qual a sua opinião destes clubes formadores?
LM: Esses times são tradicionais na formação. Espero que continuem e consigam incentivo para facilitar essa vocação.
 

ER: Em contrapartida, os clubes tradicionais (principalmente Flamengo, Fluminense e Tijuca TC) têm revelado grandes talentos, que não são aproveitados nos clubes e dados de bandeja aos times/empresa. Como você vê isso?
LM: O incentivo de empresas privadas seria um facilitador para manter esses talentos. Hoje, sem estrutura, fica difícil segurar.

ER: Como técnico da equipe profissional do Osasco, como você consegue observar jogadoras para a Seleção Juvenil Feminina, da qual você também é o técnico?
LM: A CBV tem um projeto que aproxima diversos treinadores de base no Brasil com nossos Centros de Treinamento. Esses profissionais me auxiliam na observação e acompanhamento de jovens por todas as regiões. Este projeto chama-se "Técnico de Referência". Damos a esses treinadores parâmetros internacionais das categorias e atualizamos métodos de trabalho.

ER: Na sua opinião, é possível os clubes de futebol terem equipes profissionais de outros esportes, como o vôlei?
LM: Se conseguirem cumprir com o que for planejado, não vejo problemas. Mas hoje no Voleibol não cabe aventura. Tem que ser sério. Nossas atletas são disputadas por diversas ligas pelo mundo. São referência da modalidade, assim como nossos treinadores. Não dá para começar um projeto e desistir no meio ou ficar sem cumprir com suas obrigações contratuais.

ER: Se o Flamengo - hoje - apresentasse um projeto para voltar à Superliga e te convidasse para ser técnico. Você aceitaria o desafio?
LM: Sou profissional. Tenho um grande carinho pelo CR Flamengo. Com certeza iria dar uma atenção pelo respeito que tenho pelo nome Flamengo, mas no momento faço parte de um grande projeto que é o Sollys Nestlé e tenho planos para continuar. Mas seria muito legal a volta do Flamengo à Superliga, mesmo que não fosse comigo como treinador.

ER: Você sonha em se tornar o técnico da seleção adulta feminina de vôlei?
LM: Hoje, temos no comando da seleção um Tricampeão Olímpico. A continuidade do trabalho para o Rio 2016 pode ser um diferencial para mais um Ouro em casa, mas tenho me preparado para se um dia surgir essa oportunidade corresponder.

ER: Deseja deixar um último recado para os amantes do vôlei?
LM: O Voleibol tem sido referência esportiva no nosso país. Temos conquistados resultados importantes. Peço aos amantes deste esporte que nunca deixem de acreditar nos profissionais envolvidos (atletas, CT, etc), e que nos ajudem a mudar o conceito de torcedor no nosso Brasil. Com o que vem pela frente, como a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, é muito importante que saibamos torcer e incentivar nossos atletas, nesse grande desafio que é vencer em casa.

domingo, 2 de setembro de 2012

Entrevista com Róbson Caetano

Róbson Caetano é um dos maiores nomes do Atletismo brasileiro de todos os tempos. Nesta entrevista ele fala de sua carreira, do Atletismo do Rio e da Olimpíada de 2016.

ER: Róbson, como você ingressou no Atletismo?
RC: Comecei no atletismo aos 13 anos de idade convidado pela técnica Sônia Ricette. Fiquei um ano treinando esperando ser federado. Aí então um professor da minha escola chamado Eleandro me convidou para participar do Pentatlo Nacional, onde me destaquei no Salto em Distância.

ER: Em que momento você percebeu que iria longe no Atletismo?
RC: Nunca fiz nenhum prognóstico de onde chegaria no esporte. Ou seja, ainda estou aprendendo e crescendo nele, mas sabia que seria olimpico.

ER: Como você percebeu que seu forte seriam as provas de curta distância?
RC: Eu não sabia o que iria acontecer comigo, e, como já disse, ser olímpico era a meta. Para o objetivo maior que era a medalha olímpica, as provas foram se definindo com o passar do tempo, já que comecei no salto em distância.

ER: Você chegou a tentar provas de longas distâncias e outras modalidades no Atletismo?
RC: Nunca fiz nada alem de 400 metros no atletismo, mesmo porque ficou muito claro que seria saltador e velocista desde o início.

ER: Suas maiores conquistas vieram nos 200 metros rasos. Era sua prova preferida?
RC: A minha prova favorita sempre foi o 100 metros, pois nele consegui fazer minhas marcas mais expressivas e ainda sou recordista do continente nela, com o tempo de 10.00, o que me deixa muito contente. Mas claro que tenho um carinho pelos 200 metros, afinal foi nela que conquistei minha primeira medalha olimpica.

ER: Qual o momento inesquecível da sua carreira? Seria o Bronze nos 200m de Seoul 1988?
RC: O momento inesquecível não foi uma medalha ou vitória e sim uma derrota. Foi em Barcelona, quando era favorito para a prova e terminei em quarto lugar nos 200 metros.

ER: E qual foi o pior momento de sua carreira?
RC: Talvez um dos piores momentos de minha carreira tenha sido o fim do sonho de me tornar medalhista pela terceia vez em Sidney, pois tive que decidir se continuava treinando ou abandonava o esporte que tanto amo. E a decisão foi um dos piores momentos de miha vida, mas sobrevivi.

ER: Quais os clubes que você defendeu ao longo de sua carreira?
RC: Comecei no Botafogo, clube de minha falecida mãe. Depois fui para a Gama Filho, SESI de Santo André (SP), Sogipa (RS), Nacional de Manaus (AM), Arpoador e encerrei no Vasco Da Gama.

ER: Como foi sua passagem pelo seu clube de coração, o Vasco da Gama?
RC: Foi muito muito boa . Encerrar minha carreira no Vasco foi muito bacana. Uma pena não ter conseguido ir a Sidney como atleta do Vasco, já que o projeto olímpico contemplou muito poucos atletas.

ER: Como foi a rivalidade entre o Vasco de Róbson Caetano e o Flamengo de Zequinha Barbosa?
RC: Ficou na pista e nada mais. Era apenas uma rivalidade de clubes, já que na vida somos muito amigos.

ER: Você ainda acompanha o Atletismo do Vasco da Gama?
RC: Um pouco de longe, pois hoje o que me interessa no Vasco é a turminha mais nova, treinados pela Solange, que é técnica do Vasco e faz um trabalho brilhante à frente das categorias de base. E com o pouco que tem, faz milagres. Acho que deveríamos incentivar o esporte olímpico nos clubes e tentar separar o futebol das outras modalidades.

ER: Você competia numa época em que o Atletismo do Rio era muito forte. Flamengo, Vasco, Botafogo, Fluminense e Gama Filho tinham boas equipes e disputavam títulos. Como você vê o Atletismo do estado hoje em dia?
RC: Infelizmente, o atletismo do Rio passa por um momento delicado por conta da renovação. As gerências dos clubes ficaram dependentes de uma federação que era financiada por um bingo e quando tudo acabou, não houve como segurar o desmoronamento de tudo. Agora, a reconstrução do atletismo passa por uma gestão que deverá ser feita nos moldes do esporte como empresa, com cada uma das partes bem definidas e tudo funcionando bem para que clubes, federação e confederação possam, em harmonia, trabalhar para as futuras gerações. O fortalecimento do atletismo do Rio passa por uma questão política, que vai desde o aporte financeiro a uma gestão de pessoal muito qualificada. E isso requer gente que tenha sensibilidade para entender que no esporte, não podemos apenas fazr política. Não podemos ter ditadores e nem tão pouco olhar para os próprios louros do passado achando que irá fazer boas administrações. Mas esse é um problema que tenho certeza que o Rio irá superar, pois é grande e está cheio de talentos desde os atletas até a área de gestão.

ER: É possível trazer de volta Botafogo, Flamengo e Fluminense para o Atletismo?
RC: Como disse, uma equipe de trabalho apenas não dará conta do recado, mas se encontrarmos empresas dispostas a investir neste esporte, poderemos começar a sonhar, já que tudo parte do atletismo, que é o esporte de base mais importante dentro do Comitê Olimpico Interncaional. Os Jogos em qualquer época se iniciam num estádio de atletismo, e quem quebra esse paradígma está indo contra a carta olímpica, pois altius e fortius determinam atletas que usam apenas a natureza do corpo para chegar ao objetivo e não é qualquer esporte que traduz isso. Eu tenho visto que o COB, através de seus esforços, irá fazer a abertura num estádio que nao é olimpico e sim de futebol, e em minha humilde opinião, acho que deveriam repensar isso.

ER: Gostaria de deixar algum recado para a torcida brasileira?
RC: Que o Brasil seja merecedor de tanto investimento, o que ainda é pouco, mas já é muito melhor que antes, pois os atletas merecem e o povo merece. Sem contar que estaremos transmitindo tudo em canal aberto pela primeira vez. Uma transmissão de mais de oito horas diárias dos Jogos de Londres, já preparando a Rede Record de Rádio e televisão para futuras trasnmissões esportivas. Então, vamos torcer pelos nossos atletas! Um forte abraço!

domingo, 26 de agosto de 2012

Entrevista com a Diretoria de Futsal do Botafogo FR

Januário da Silva Costa e Carlos Alexandre dedicaram um pouco de seu tempo para contar à torcida botafoguense e aos amantes de Futsal, o dia-a-dia e o projeto do Futsal do Botafogo.

ER: Januário, pode nos contar um pouco de sua trajetória até chegar a diretor de Futsal do Botafogo?
JC: Na verdade, sou Diretor de Futsal da Casa de Espaãa, onde ia apenas como pai de atleta. Pela necessidade de apoio ao diretor da época, Luis Gustavo, comecei a auxiliá-lo em 2010, quando então tomamos conhecimento que o Botafogo procurava um parceiro que pudesse aos poucos ir reintroduzindo este esporte no clube. O principal objetivo da parceria era que através do Futsal fizéssemos uma passagem para o campo, pois todos os clubes de camisa do Rio de Janeiro têm o Futsal como abastecedor de futuros jogares para o futebol de campo. Acabei ficando encarregado de buscar este contato e na época foi através do Professor Miguel Ângelo da Luz, diretor de esportes olimpicos, que  auxiliou, e muito, neste contato com o Botafogo e seu Presidente Mauricio Assunção. Começamos então uma parceria de muito sucesso, pois a partir daí, comecamos a conquistar títulos. Em 2011 e 2012 culminamos por conquistar títulos estaduais e duas Taças Brasil de clubes, sendo em 2011 com a categoria sub-15, e em 2012 com a categoria sub-17. Temos hoje parceria em 08 categorias do Futsal, começando no Chupetinha (sub-07), sub- 09, sub-11, sub-13, sub-15, sub-17, sub-20 e adulto. Já no ano de 2011, outra pessoa se juntou a este projeto e é hoje o Diretor da categoria Adulto, Carlos Alexandre. Ele é o principal responsável pelo Botafogo estar disputando a Liga Nacional em parceria com a Prefeitura de Macaé e a Casa de Españ,. Hoje, já temos diversos atletas que saíram do Futsal e estão no campo, e com certeza outros atletas sairão do salão e irão para o campo do Botafogo, fortalecendo cada vez mais esta parceria.
 

ER: O time do Botafogo na verdade é uma parceria entre Botafogo, Casa de España e Macaé Sports. Qual o papel de cada um destes três clubes no time? 
CA: A parceria Botafogo / Macaé / CDE ocorre apenas no adulto. Nas demais categorias, a parceria é apenas Botafogo /CDE .

ER: Qual o objetivo da equipe para 2012? O time já venceu o Campeonato Metropolitano... 
CA: Os Principais objetivos traçados no planejamento para 2012 da equipe adulta do Botafogo / Macaé / CDE passavam por ganharmos o Campeonato Carioca, onde certamente acreditávamos estar entre os favoritos para a conquista , nos classificarmos para a segunda fase da  Liga Futsal (objetivo bem difícil pela complexidade da competição e pela nossa possibilidade de investimento), disputarmos com muita chance de conquista a Liga Sudeste, que classifica para a Superliga do ano que vem, fazermos novamente um ótimo papel no Campeonato Estadual e uma grande campanha na Taça Brasil de Clubes, que será disputada no último mês do ano, após a Copa do Mundo de Futsal em novembro e que reunirá as principais equipes do país em Joinville (SC). Até a data o planejamento está muito bem sucedido, tendo o Botafogo conquistado o Campeonato Carioca (bicampeonato), passado a segunda fase da Liga Futsal e liderar seu grupo neste momento na segunda fase . 

ER: O Botafogo hoje tem um elenco mais forte que o Petrópolis e é favorito ao título estadual? 
CA: Não , o Botafogo não tem um elenco mais forte que o Petrópolis. Os elencos têm a mesma potencialidade e ainda temos outras equipes, sobretudo o Imperial/Fluminense  que fazem ótimo trabalho e podem conquistar o título estadual. 

ER: Como você vê o Fluminense investindo pesado na modalidade e o Flamengo correndo atrás também? A chegada dos grandes clubes é boa para o futsal do Botafogo? 
CA: A chegada dos grandes clubes de camisa não é boa para o Botafogo apenas. É muito boa para a modalidade como um todo. Tivemos uma transmissão ao vivo para todo o Brasil pela TV de seis partidas do Campeonato Carioca. Isto já não acontecia há muito tempo. Isto se deu pelo retorno dos grandes clubes de camisa à competição. Acredito que Flamengo e Vasco necessitem se estruturar mais para darem passos mais largos não só na competição, mas também no cenário do futsal nacional. São dois gigantes com relação às marcas, mas não têm o foco devido no esporte ainda por parte das respectivas diretorias. O Vasco em um campeonato com nove clubes, foi o nono no semestre passado. 

ER: Financeiramente falando, o Futsal dá lucro ou prejuízo ao Botafogo? 
CA: O Futsal não dá nenhum lucro mas tampouco prejuízo financeiro ao Botafogo. Dá sim uma grande visibilidade da instituição no cenário nacional como um todo, sobretudo pela campanha que vem realizando. 

ER: O projeto terá continuidade em 2013? 
CA: Esperamos que sim e com maior nível de investimento. Estamos planejando a Liga Nacional de 2013 desde já e acreditamos que por isso teremos maior sucesso na captação de recursos para termos uma estrutura e equipe ainda melhores em 2013. 

ER: O que falta ao Futsal do Rio fazer frente ao de São Paulo e do Sul? 
CA: Falta competência, investimentos e vontade de fazer as coisas certas. São Paulo e sul, na maioria dos casos, têm fortes equipes em cidades do interior, com prefeituras ajudando fortemente, infra-estruturas fantásticas e grande envolvimento da população com o futsal da cidade. Os patrocinadores apóiam o "xodó" da cidade que é o Futsal e assim ficam muito perto dos consumidores. No entanto, com muita transpiração e alguma inspiração, dá para fazer melhor do que é feito hoje no futsal carioca. 

ER: O Vasco da Gama quando tinha um grande time no início dos anos 2000 lotava o Maracanãzinho. Faltam craques ao Futsal do nosso estado? 
CA: Neste ano citado, o Presidente Eurico Miranda, em uma iniciativa isolada no estado, investiu pesado no “seu projeto olímpico” e trouxe para o Vasco da Gama, nas mais diversas modalidades, muitos atletas de renome nacional. Dentre eles, uma grande e cara equipe de Futsal, que sagrou-se campeã da Liga Nacional. Foi muito legal, mas não tinha consistência alguma e em seguida se desfez, inclusive com muitos débitos com atletas e profissionais ficando pela estrada. Agora, se tivermos craques de visibilidade em uma equipe de camisa, certamente o Maracanãzinho ficaria pequeno em jogos de grande apelo. O Futsal é o segundo esporte na preferëncia dos cariocas. Só perde para o futebol e também traz grande audiência nas transmissões de TV. 

ER: Está nos planos do Botafogo ter equipes femininas também?
CA: Por enquanto não. Talvez ano que vem.

ER: O Campeonato Metropolitano (Carioca) é praticamente a mesma coisa que o Campeonato Estadual. Você concorda com este calendário da federação? Quais mudanças você faria nele? 
CA: Eu concordo com o calendário. Não concordo com a mecânica do último campeonato e o mesmo será rediscutido em conjunto na federação. 

ER: Deseja deixar um recado final à torcida alvi-negra?
CA: Além de um recado, gostaria de deixar um agradecimento por toda a força que a torcida do Botafogo tem dado à sua equipe de Futsal, seja no Campeonato Carioca ou na Liga Futsal. Agradecemos especialmente a Fúria, que muito tem nos ajudado com seu incentivo nos jogos no Rio, lotando o Tio Sam. Como recado, estejam certos que o Botafogo vai brigar muito para passar às próximas fases e ficar entre os oito na Liga Futsal e que o trabalho continua na busca de outros títulos no segundo semestre. No Rio de Janeiro hoje, Futsal é com o Fogão!

domingo, 19 de agosto de 2012

Entrevista com Dimisson Nogueira, Presidente da ANNFR

Entrevistamos Dimisson Nogueira, Presidente da Associação Norte Noroeste Fluminense de Remo. Veja como o esporte ajuda a integrar pessoas com o restante da sociedade.


ER: Pode nos contar um pouco de sua trajetória até chegar à diretora técnica do Projeto Rema Campos?
DN: Olá, Miguel, sou Dimisson Nogueira, presidente da Associação Norte Noroeste Fluminense de Remo, ou Associação de Remo de Campos. Bem, Karina Marques, a Responsável Técnica e Diretora de Projetos da ANNFR trabalhava na Secretaria Municipal da Família e Assistência Social e possuía, entre suas especializações, a de Gestão de Projetos. Naquela época, eu havia começado uma parceria com o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI - Campos), que funcionava naquela Secretaria, e nos conhecemos. Ela então passou a desenvolver os nossos Projetos, e eu a convidei para fazer parte da equipe Rema Campos. Tempos depois, namoramos e nos casamos, e a nossa parceria continua na família e no trabalho. Além dos projetos que ela já escreveu para a associação, há dois anos atrás, em parceria com a Liangjin, fábrica de barcos chinesa, conseguimos a doação de um Skiff (barco para uma pessoa), que ajudou bastante nos treinos de nossos atletas.

ER: A Associação Norte Noroeste Fluminense de Remo é a entidade responsável pelo Projeto Rema Campos?
DN: Sim, começamos nossas atividades em 2004, com o Projeto Rema Campos, voltado para alunos em situação de vulnerabilidade social e pessoal, e não paramos por aí. Logo depois sentimos a necessidade de abraçar alunos com deficiências visuais, díndrome de down e autismo, e demos início ao Projeto Remo Sem Limites. Já o Projeto Remo Livre se iniciou para dar apoio aos abrigos e ou casas de reclusão para menores infratores, no cumprimento de medidas socioeducativas, que tem trazido boas surpresas para todos nós, já que os meninos estão bastante comprometidos com as aulas de remo.

ER: A ANNFR é composta de clubes, prefeituras, escolas de remo?
DN: Não, a ANNFR é uma entidade sem fins lucrativos que começou a funcionar efetivamente em 18 de abril de 2004. Logo após o desastre ambiental de Cataguazes causado pelo vazamento de 1,2 bilhão de litros de rejeitos químicos nos rios Pomba (MG) e Paraíba do Sul (RJ), que banha a cidade de Campos dos Goytacazes pela empresa Cataguases Celulose (MG) e que provocou cortes no abastecimento de água de cerca de 600 mil pessoas, impossibilitando o exercício das atividades de sustento das famílias de mais de 450 pescadores de nossa região e ameaçando a saúde de mais de 4 milhões de pessoas nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Na época, passei a ter como meta primordial fazer a população olhar novamente para o rio, levando o remo e exercendo atividades com base no desporto educacional em prol do afastamento de riscos sociais presentes em suas realidades, resgatando a cidadania e unindo esporte, educação e responsabilidade socioambiental. Fizemos parcerias ao longo desses anos, como com o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, mas sem receber diretamente por nossos serviços prestados.

ER: Na verdade são três projetos, correto? Projeto Rema Campos (adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social), Projeto Remo Sem Limites (com alunos portadores de necessidades visuais especiais, Síndrome de Down e autismo) e Projeto Remo Livre (com meninos provenientes de abrigos e casas de reclusão para menores infratores). O governo financia estes projetos?
DN: Não, nossos Projetos são financiados com doações esporádicas de empresas e pessoas que acreditam em nosso trabalho. A Prefeitura Municipal nos ajuda na realização de eventos.

ER: Vocês conseguiram algum incentivo através da Lei de Incentivo ao Esporte? Pode nos contar qual foi o valor e o tempo de duração aprovados?
DN: Não, na verdade o que nós conseguimos foi a aprovação do Ministério do Esporte em 2011, com duração de 12 meses, no valor de aproximadamente R$ 239.000,00, mas infelizmente não conseguimos ainda captar esse recurso. Pleiteamos a renovação desse incentivo, de mesmo valor para mais 01 ano, e acredito que só dependemos dos trâmites burocráticos para conseguirmos mais essa aprovação. Deixamos aqui registrado nosso pedido de apoio a nossa equipe de remo, tanto para pessoa física quanto jurídica, para nos auxiliar nesses Projetos que têm trazido bons frutos para o esporte nacional. Devemos mencionar que o único representante do Brasil nas Olimpíadas de Cingapura, Tiago Braga, iniciou suas atividades em nosso Projeto. Já levamos atletas para o CR Vasco da Gama, campeões e vice-campeões brasileiros, e pretendemos continuar com o nosso trabalho de forma eficaz e compreometida.

ER: Onde são as aulas da ANNFR?
DN: As aulas acontecem na sede da Associação de Remo de Campos, área esta cedida pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, situada à Avenida Rui Barbosa, 863 – Centro. Já as aulas práticas são executadas no Rio Paraíba do Sul, no Cais da Lapa, em frente à sede.

ER: Qual a estrutura que a ANNFR dispõe para as aulas e para a equipe de Remo?
DN: Dispomos de 15 barcos de remo, 20 pares de remo, um ônibus e uniformes, além de quatro instrutores.

ER: Apesar da associação ser norte e noroeste fluminense, os projetos só funcionam em Campos dos Goytacazes?
DN: Por enquanto, sim. Mas já estamos levando a idéia a municípios vizinhos.

ER: O jovem que não se encontra em vulnerabilidade social, não está em abrigo e não precisa de necessidades especiais pode ter aulas de remo na ANNFR?
DN: Claro! Nossas aulas são ministradas para todos aqueles que se interessam pelo esporte, a partir dos 11 anos de idade.

ER: Entrevistamos recentemente o presidente Jomar Garcia, do Goytacaz FC. Ele nos contou que gostaria de ver seu clube de volta ao Remo, que foi o esporte que deu origem ao clube. A ANNFR tem como ajudar neste projeto?
DN: Com certeza teremos o maior prazer em sermos parceiros dessa grande volta ao remo do Goytacaz. Estamos à disposição dos dirigentes nessa empreitada de sucesso.

ER: O remo é um dos esportes mais tradicionais de Campos dos Goytacazes. Mas dos anos 80 para cá, o esporte perdeu muito espaço e popularidade. O que aconteceu e o que vocês estão fazendo para recuperar o remo da cidade?
DN: É verdade, as pessoas passaram um tempo desacreditadas dos esportes praticados no Paraíba, após o acidente ocorrido em Cataguazes que derramou milhões de litros de rejeitos químicos, poluindo as nossas águas. Além disso, ainda houve o fato dos clubes de remo da cidade fecharem suas portas. A situação se complicou e então um dia resolvi lutar para ter nosso rio de volta, e até hoje ainda não consegui parar de promover o remo, que é um esporte tão bonito, além de ser um dos mais completos para a saúde física e mental de seus participantes.

ER: Todas as regatas do Campeonato Estadual de Remo são disputadas no Rio de Janeiro. Vocês pensam em tentar trazer alguma delas para Campos dos Goytacazes para incentivar a prática da modalidade na cidade?
DN: A nossa maior vontade é popularizar a prática do remo em nossa cidade, inclusive com eventos onde haja a participação das grandes equipes da capital.

ER: Além da ANNFR, quais os outros clubes que oferecem aulas de remo no norte e noroeste fluminense?
DN: Hoje temos a nossa Associação de Remo de Campos e o CR Campista, que também oferece escolinhas de remo para a garotada.

ER: Gostaria de deixar algum último recado?
DN: Gostaria de divulgar para a empresa interessada em patrocinar a nossa equipe de remo o quanto é fácil o caminho para doar 1% do seu lucro real, que iria para o Imposto de Renda, e que poderá beneficiar mais de 300 crianças que hoje são atendidas em nosso Projeto. Basta ligar para o Ministério do Esporte, se informar sobre o nosso Projeto, que teve aprovação na Lei de Incentivo ao Esporte, e depositar na conta previamente aberta pelo Ministério do Esporte em favor de nossa Associação de Remo. Ressalto que o recibo da doação é fornecido no momento do depósito, e que os trâmites para quem deseja ser parceiro de nossa equipe, que hoje já ocupa o 4ª lugar no Ranking Estadual, é mais fácil do que parece. Para finalizar, agradecemos a todos os amigos que acreditam em nosso trabalho e prestigiam a Associação de Remo nos eventos municipais e estaduais. Deixamos aqui o nosso muito obrigado!

domingo, 12 de agosto de 2012

Entrevista com Carlos Diaz, Presidente da Federação de Hóquei sobre Grama do Rio

Entrevistamos Carlos Dias, Presidente da Federação de Hóquei sobre Grama do Estado do Rio de Janeiro. Ele nos dá um panorama desta modalidade no estado. O Hóquei sobre Grama é dos esportes menos conhecidos e praticados no Rio mas está crescendo nos últimos anos e fará parte da programação de Rio 2016.

ER: Pode nos contar um pouco de sua trajetória até chegar à Presidência da Federação de Hóquei sobre Grama do Estado do Rio de Janeiro?
CD: Vim para o Hóquei sobre Grama, a convite de amigos, antes dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro,como vários outros jogadores, e alguns que hoje, também, são dirigentes. Embora tivesse certa experiência, na infância, com o Hóquei sobre Patins, na Casa de España, fiquei entusiasmado. Antes, joguei Handebol pela ACM, Futebol de Salão pelo Flamengo, Vôlei pelo Fluminense, e Rúgbi, na juventude. Embora tenha disputado um campeonato nacional pelo Palestra de São Bernardo (SP), faço parte do Rio Hóquei, um dos clubes mais antigos do país. Pela minha equipe, participei de torneios sobre grama e indoor. Fui convidado, no ano passado, a integrar uma chapa para concorrer à administração da FHERJ, que foi eleita por unanimidade. Desde abril de 2011, a equipe está trabalhando para ajudar o crescimento da modalidade. Estamos chamando os clubes para participar, mais ativamente, trazendo sugestões e debatendo as nossas necessidades. Este ano, abrimos polos em duas unidades do colégio Pedro II, em um projeto social em Santa Tereza e em outro em Niterói. Estamos negociando mais dois colégios, para 2013. Estão em fase de montagem, modelos de cursos de formação de treinadores, árbitros e juízes de mesa. Convidamos a federação paulista para um desafio entre seleções estaduais. 


ER: Como sobrevive a federação?
CD: A partir de 2013, será cobrada uma contribuição anual, aos clubes filiados. Paralelamente, estamos buscando parcerias e patrocinadores, para eventos, e abertura de novas frentes. Os projetos atuais são desenvolvidos através de parceria com a Confederação Brasileira de Hóquei sobre Grama - CBHG - com  quem temos ótima relação.

ER: Há algum incentivo governamental para a federação?
CD: Não recebemos nenhuma verba do governo municipal, estadual ou federal. Está em tramitação um convênio com a Secretaria de Educação, para implementação de escolinhas em duas unidades da rede de ensino.

ER: Quais os clubes filiados à federação?
CD: Atualmente, participam da FHERJ o Rio Hóquei, a Sociedade Germania e o Carioca Hóquei Club.

ER: Além de Deodoro, há algum outro campo oficial do esporte no estado do Rio de Janeiro?
CD: No complexo de Deodoro, estão os únicos campos de padrão oficial, no país. Um campo de grama sintética e areia, e outro de grama sintética e água. Existe uma movimentação para a construção de outros campos na região sul e em São Paulo (SP). Há uma proposição de fazer um outro campo em nossa cidade, mas ainda em fase inicial de contatos.

ER: Qual a situação do esporte no interior do estado?
CD: Além de Niteroi, existe um núcleo em Macaé. Inclusive, eles irão participar do torneio de base, na categoria sub 18. Estudamos a possibilidade de fundar novas unidades. 

ER: Muitos eventos da federação são indoor. Isto é, o Hóquei sobre Grama jogado numa quadra. Qual a diferença do Hóquei sobre Grama indoor para o Hóquei tradicional (jogado em uma quadra)?
CD: O hóquei indoor não deve ser chamado "de grama", pois o piso das quadras não pode ser deste material, e as regras diferem em alguns pontos, do praticado no campo. Enquanto o Rink-Hockey, ou Hóquei sobre Patins Tradicional, se disputa com duas equipes com quatro jogadores de linha e um goleiro (todos calçando patins de botas), na nossa modalidade, os times contam com cinco atletas e um goleiro (calçados com tênis). Os nossos tacos para indoor são um tanto diferentes dos de grama, mas ambos tem uma face plana, que é utilizada para controlar, conduzir e arremessar a bola, e outra que é boleada, chamada de "back", que jamais pode tocar a bola, sob pena que aplicação de penalidades diferentes, dependendo do local da quadra onde acontecer a irregularidade. O taco para jogo com patins é totalmente plano e pode tocar a bola com as duas faces. É permitido que um jogador pare a bola com o patim ou qualquer parte do corpo, que não as mãos, desde que não seja para impedir um gol. O indoor só aceita que o goleiro possa tocar a bola com qualquer parte do corpo, e mesmo assim, dentro de sua área.  As laterais de nossas quadras, são fechadas com tabelas de 10 cm de altura, que podem ser utilizadas, pelos jogadores, da mesma maneira que as laterais da mesa de bilhar. A modalidade sobre patins, utiliza tabelas com 20 cm de altura, em volta das laterais e atrás dos gols. Enquanto algumas faltas são penalizadas com a marcação de um penalti contra a equipe infratora, penalty stroke, que deve ser cobrado com a bola sobre a marca existente na quadra, na forma de um tiro livre direto ao gol, sem direito à rebote, no jogo com patins, é assinalada uma grande penalidade, que pode ser cobrada com um passe para outro jogador, arremesso contra a tabela, ou diretamente à meta. Enfim, as regras do Rink-Hockey são mais próximas às do Hoquei sobre Gelo, que às do Hóquei Indoor. Isso confere ao jogo, uma dinâmica totalmente diferente do que se pratica no campo.

ER: Quais as semelhanças do Hóquei sobre Grama para o Hóquei tradicional?
CD: As dimensões e os pisos permitidos para as quadras são bem similares. A nossa quadra oficial pode ser de 44x22 ou de 36x18 e deve ter um piso liso (madeira ou outro material, que não grama). A de Rink pode medir 44 x 22 metros e o material de cobertura pode ser bem variado, desde que não seja escorregadio. O objetivo do jogo é fazer mais gols que a equipe adversária, controlando uma bola,com um taco. As metas são defendidas por um goleiro, que utiliza proteção corporal.Nas duas modalidades, o jogador não pode levantar seu taco acima da altura de seu ombro, quando arremessa a bola.

ER: Santa Catarina tem os times mais fortes do país de Hóquei sobre Grama. Qual o segredo deles? O que os catarinenses têm que faltam aos fluminenses?
CD: Vejamos os dois clubes do Rio, que estão no torneio, já que o Rio Hóquei não tem participado do nacional de 11. O Carioca, é um clube com três anos de fundação, e na categoria feminina, foi quarto colocado em 2010 e vice-campeão em 2011. Neste ano, não disputará a final, mas é favorito ao terceiro lugar. A equipe masculina foi medalha de prata nas duas versões anteriores, e nesta temporada, está na liderança, faltando uma rodada para o encerramento. A Sociedade Germania, campeã masculina, em 2009, que não disputou a temporada 2011, vem se reformulando e está muito bem, neste ano, com uma base muito jovem. Tudo isso, fruto do belo trabalho desenvolvido por seus treinadores, Claudio Rocha e Leonardo Lemos, que merecem nossos parabéns. Tratando dos catarinenses, vale lembrar que entre 2004 e 2007, o centro de treinamento utilizado na preparação para os Jogos Pan-Americanos de 2007, era em Santa Catarina. A base dos times de Florianópolis e Desterro, usufruiu desta oportunidade. Puderam ter treinos diários, o que não era possível para jogadores no Rio ou em São Paulo, e que certamente, foi preponderante  para o aperfeiçoamento dos fundamentos do esporte e o desenvolvimento das habilidades individuais. Claro que a tudo, se soma o talento individual dos atletas.

ER: Os clubes de massa (América, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama) não praticam o esporte. Se praticassem, talvez o esporte ganhasse em divulgação. Já houve algum contato da entidade com estes clubes para que eles abram as portas ao Hóquei sobre Grama, criando escolinhas e equipes? Se houve contato, como foi a receptividade?
CD: Houve contato com alguns clubes, anos atrás, e infelizmente, não foi adiante. Através de um representante do Botafogo, foi enviado um esboço de projeto, e aguardo resposta até hoje. Inclusive, estamos buscando realizar um torneio no Mourisco, talvez, o Nacional Indoor. Seria ótimo para a divulgação, e a primeira parceria com o clube. Os esportes amadores ainda não obtiveram todo o espaço que podem ocupar nos clubes.

ER: Quais os planos da FHERJ para Rio 2016?
CD: No que se refere à realização das Olimpíadas, a federação não tem participação direta. Trabalhamos no sentido de auxiliar a CBHG no que nos for possível, para que nossas seleções participem dos Jogos com suas melhores possibilidades. Ao mesmo tempo, pretendemos aproveitar a maior exposição na mídia (que irá crescer gradualmente até 2016), para implementar novos núcleos de formação, ampliar o quantitativo de jogadores, fortalecer nossas parcerias e angariar novas,  termos representantes no quadro de arbitragem, quem sabe, o que seria excelente, e solidificar a prática da modalidade.

ER: Deseja deixar um recado final aos amantes do esporte?
CD: Nesta época em que a competição, muitas vezes é exagerada, chegando à violência bruta, e aparecendo em eventos de todas as faixas etárias, é muito importante que jogadores de hóquei sobre grama e de indoor, sejam exemplos para todos os praticantes de esporte. Nossa modalidade visa em primeiro lugar, a integridade e a segurança dos atletas. Em campo somos adversários, nunca inimigos! Essa é um aprendizado que trouxe do rugby. Todos os integrantes da administração da federação, tem a preocupação de incentivar a integração entre os jogadores e isso é passado desde a base. O esporte deve ser saudável para a mente e o corpo. No mais, para quem não conhece o hóquei, convido a assistir a uma partida. Nos dias 18 e 19 de agosto, teremos uma rodada do Campeonato Nacional Masculino. Nas mesmas datas, acontecerá o Torneio Estadual sub-18, no campo de areia. Os jogos serão no complexo de Deodoro. Aqueles que estão interessados em aprender temos treinos nas tardes de terças, quartas e sextas, e nas manhãs de sábado, em Deodoro. Nas noites de quartas e quintas-feiras, e nas tardes de sábado, na Sociedade Germania, na Gávea. Nas tardes de terças-feiras, em Santa Teresa. E nas noites de terças-feiras, na quadra do Salgueiro. Além destes pontos, temos treinos em Niterói. A federação estará sempre com as portas abertas, e todos os que desejarem participar, serão muito bem vindos! A federação disponibiliza o endereço (contato.fherj@gmail.com). Sugestões, dúvidas e pedidos de informações, devem ser enviados para este email. Aos atletas do nosso estado, quero informar que FHERJ está buscando se renovar, chamando os clubes para discutir ideias, participar de decisões,  e apresentando propostas e soluções para o hóquei no estado e no Brasil. O crescimento do esporte passa pelo engajamento dos praticantes. Participem!

domingo, 5 de agosto de 2012

Entrevista com Guto Loureiro, Sócio do CR Loureiro

guto loureiroGuto Loureiro primeiro foi atleta olímpico e diversas vezes campeão pelo Flamengo e pela seleção brasileira. Afastado do esporte, abriu seu próprio clube de remo. Além de levar o esporte à Zona Oeste do Rio de Janeiro, deu esperança a diversos jovens que não tinham acesso ao Remo.


ER: Guto, pode nos contar um pouco de sua trajetória até fundar o CR Loureiro?
GL: Bem, comecei a remar em 1984 convidado pelo meu cunhado que remava no Flamengo e lá, estreei nas competições em setembro de 1985, na categoria estreante, vencendo a prova do 4 com timoneiro. Depois de me apaixonar pelo esporte, fui conquistando espaço e acumulando títulos, e tive a oportunidade de realizar o sonho de qualquer atleta de ir a uma Olimpíada. Consegui em 1992, em Barcelona, no barco em que estreei no remo: 4 com. Encerrei minha carreira oficialmente em 2003, sendo duodecacampeão estadual, decacampeão brasileiro, tricampeão sul-americano e 12o. lugar em Barcelona. Parei de remar forçado. Após um exame de rotina que fazia anualmente, descobri uma alteração no meu coração, me fazendo parar de remar completamente. Fiquei muito triste, pois amo este esporte. Como já tinha no coração a vontade de abrir um clube de Remo, minha parada foi a motivação que precisava para realizar este sonho. Assim, em meio a tratamentos e planejamentos, consegui fundar em 2007 o Clube de Regatas Loureiro, que com muito pouco tempo, já mostrou resultados.

ER: Por que criar um clube de remo?

GL: Como falei, era um desejo que tinha de retribuir tudo que conquistei com o esporte a crianças e adolescentes que provavelmente não teriam a oportunidade de praticar e conhecer um esporte tão maravilhoso, como o Remo. Freqüento a Igreja Missionária Evangelica Maranata e lá comecei a fazer minha peneira para convidar meninos e meninas para remar. Tudo começou bem basicamente, pois tinha somente um single skiff (barco individual meu) e um canoe (barco individual de aprendizado), além de um par de remo meu e outro emprestado. Mas seguimos em frente. E o nome Loureiro é uma homenagem ao primeiro remador de nossa família: meu avô paterno José Augusto Loureiro, remador do extinto Clube de Regatas Gragoatá.

ER: Qual a grande meta do clube?
 
GL: Claro que sonho com algum atleta meu nas Olimpíadas e na seleção brasileira, mas nosso foco maior é dar uma oportunidade de vida e valores aos jovens e adolescentes de baixa renda, que hoje não têm. Posso não formar nenhum atleta campeão no esporte mas, com certeza, formaremos muitos campeões da vida, pois sei que podemos solucionar muitos dos problemas sociais de nossa sociedade através do esporte.

ER: Qual a estrutura que o Loureiro disponibiliza a seus atletas e alunos?

GL: Infelizmente, hoje, não temos uma sede própria como os outros clubes. Dependemos de alugar espaços e em cinco anos de existência estamos procurando, mais uma vez, um novo lugar para treinar. Temos vários barcos hoje, até barcos de ponta para competir, juntamente com os remos de qualidade. Tenho um projeto desenvolvido de uma sede que poderá se tornar um Centro de Treinamento de Remo para atletas que queiram se aprimorar no esporte. Ainda é um sonho, pois precisamos de um terreno às margens de uma das lagoas da Barra da Tijuca. Sou arquiteto e engenheiro e isso facilitou muito ao fazer o projeto (risos).

ER: Você sonha em ver o Loureiro Campeão Estadual de Remo? É possível?
 
GL: Se não sonhasse com esta possibilidade, não teria fundado o clube! É só uma questão de tempo e muita dedicação...

ER: Quantos alunos o CR Loureiro tem? E quantos fazem parte da equipe?
 
GL: Estamos num processo de renovação e selecionando 60 novos meninos e meninas para formar a nova pré-equipe do time. Na equipe, hoje, temos 10 atletas.

ER: Há um bom número de meninas no Loureiro?
 
GL: Sim, nossos melhores resultados vieram delas, e sempre selecionamos novas promessas.

ER: Qual o maior talento revelado hoje no clube?
GL: Temos a Tainá, uma menina que vinha da Pavuna pra remar. Nunca faltava aos treinos. Ela foi nossa primeira atleta a ganhar uma prova no Campeonato Estadual de Remo do Rio de Janeiro na categoria estreante, sendo também vice-campeã brasileira na categoria Júnior. 


ER: O CR Loureiro tem algum patrocinador e ou conseguiu alguma verba através
da Lei do Incentivo ao Esporte?
GL: Ainda não, mas precisamos muito! Eu tenho um escritório de arquitetura e construção e sustento o clube através dele. Mas o remo é um esporte muito caro e precisamos muito de ajuda. Tenho um projeto para apresentar ao Ministério dos Esportes. Estamos tentando mas as regras não são muito claras, tornando mais difícil o processo.

ER: Remo é um esporte caro por causa dos barcos (compra e manutenção) e dos remos. O Loureiro consegue se manter somente com a escolinha?

GL: Como falei acima, é pura paixão e amor. Esperamos este ano ainda fechar um patrocínio.

ER: O Campeonato Estadual de Remo é disputado todo ele na Lagoa Rodrigo de Freitas. É possível trazer alguma regata para a Barra da Tijuca para o Loureiro competir "em casa" e para motivar outros jovens a entrar no
esporte?
GL: É sim! Estamos planejando com a FRERJ (Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro) para que em 2013 tenhamos uma etapa da Regata Remo do Futuro na Barra, possívelmente no Parque dos Atletas, em frente ao Riocentro.

ER: Como você vê o Remo hoje no Rio de Janeiro?

GL: Somos o celeiro do remo brasileiro. Os clubes que investem mais no remo estão aqui, por isso estamos enfrentando gigantes! Mas sinto muita falta de gente competente administrando nosso esporte, tanto no Rio (FRERJ) quanto no Brasil (Confederação Brasileira de Remo). Estamos com uma Olimpíada em 2016 e não temos nenhum tipo de planejamento concreto para captar novos talentos. O remo é um esporte que precisa de tempo para o atleta amadurecer. Estamos atrasados! imagina a situação nos outros estados!

ER: Como você avalia o desempenho do clube nas Regatas do Futuro,
Campeonato Estadual e Troféu Brasil?
GL: Em 2009, fomos duas vezes vice-campeões nas Regatas do Futuro. Em 2010 e em 2011 também. Este ano, estamos renovando a equipe e esperamos fazer bonito também. Nos Estaduais, estamos brigando para ser a quarta força do Rio de Janeiro. Nos Brasileiros, já fomos vice-campeões por seis vezes. Este ano, acho que sairá o primeiro campeão brasileiro do Loureiro!


ER: O Loureiro pensa em abrir alguma filial em outro bairro ou cidade do
estado?
GL: Por enquanto, queremos firmar nossa sede aqui na Barra mesmo. Futuramente, quem sabe poderemos abrir filiais pelos municípios? A Região dos Lagos é muito promissora... 

ER: Deseja deixar um recado final aos seus remadores?

GL: Como sempre falo aos jovens: perseverança, disciplina, amor, dedicação, superação e, principalmente, fé são as palavras que pertencem a um vocabulário de um campeão. Boas remadas a todos e que Deus os Abençoe!

domingo, 29 de julho de 2012

Entrevista com María Laura Abalo, Remadora Olímpica Argentina

Batemos um papo com María Laura Abalo, remadora olímpica, Campeão Pan-Americana, titular da seleção argentina e que ainda não recebeu um convite para se transferir para um clube brasileiro.

ER: Como começou no esporte?
MLA: No meu colégio se praticava muitos esportes. Eu fazia parte das equipes de Basquetebol, Voleibol, Handebol, Atletismo...de todos! Eu adorava fazer esporte o dia inteiro.Comecei a remar por curiosidade uma semana antes de fazer 20 anos. E isso aconteceu porque meu pai morava em Tigre e tinha seu próprio barco de passeio.

ER: Você compete pelo Club San Fernando, de Tigre. Qual a estrutura que este clube te oferece?
MLA: A verdade é que o San Fernando é o clube que tem a melhor flotilha de barcos. Tem também um ginásio de última geração específico para os remadores. Isso tudo é graças a um sócio fanático que investiu muito no Remo do clube.

ER: Na Argentina, o Remo é muito popular? Sabemos que

em Tigre há muitos clubes de Remo.
MLA: Em Tigre, se vive muito da vida no rio e por isso, o Remo é importante. Mas a nível nacional, o Remo é um esporte quase desconhecido. O esporte por excelência é o futebol, depois o basquete, tênis, etc.

ER: Os times de Remo da Argentina têm patrocinadores?
MLA: Recentemente, nestes últimos tempos, está havendo um pouco mais de apoio ao esporte amador. E, obviamente, este ano, por ser um ano olímpico, as empresas se interessam mais pelos esportes amadores, nestes meses que antecedem os Jogos. Mas em geral, no Remo, o apoio mais importante vem do governo.

ER: Há clubes de futebol que têm equipes de Remo, como no Brasil?
MLA: Somente o Regatas Rosário. Os demais clubes são geralmente clubes somente de Remo, ou clubes esportivos e sociais.

ER: No Brasil, não conhecemos o Campeonato Argentino de Remo. Ele é realizado ao longo do ano em várias regatas ou é realizado de uma só vez num final de semana?
MLA: Há regatas nacionais quase todos os meses e o ano se fecha com a regata do Campeonato Argentino. Quem vence esta última regata se consagra campeão argentino.

ER: O Remo do Brasil é conhecido na Argentina?
MLA: Nestes últimos anos ficamos sabendo um pouco mais sobre o Remo do Brasil, já que alguns clubes contrataram remadores argentinos. Também nos conhecemos em viagens para Mundiais, Pan-Americanos, Copas do Mundo, etc.

ER: Qual foi o teu momento inesquecível no esporte até o momento?
MLA: Até um mês atrás, eu diria que ganhar dois Ouros nos Jogos Pan-Americanos do México. Mas agora digo que foi a classificação olímpica em Lucerna. O quinto lugar na Final A da segunda etapa da Copa do Mundo deste ano também é inesquecível.

ER: Você acha que está na melhor forma de sua vida e mais madura neste momento ou crê que ainda pode mais?
MLA: Acho que estou começando o melhor momento de minha carreira esportiva, já que me sinto muito bem fisicamente e mentalmente.

ER: É possível sonhar com uma medalha em Londres?
MLA: Acho que hoje não. Nosso objetivo é chegar a uma Final. Somos uma embarcação nova. Acho que se seguirmos remando juntas, quem sabe possamos ganhar uma medalha em Rio 2016?

ER: Você vai remar até Rio 2016?
MLA: Sim, acho que sim. Se continuo gostando, penso em remar até Rio 2016.

ER: O que fazer para o remo argentino crescer, como no Brasil?
MLA: Acho que o Brasil tem mais infra-estrutura, e quem sabe mais apoio de empresas.

ER: Na tua opinião, por que ainda não existe uma Taça Libertadores de Remo, com os melhores times de Argentina, Brasil e outros países?
MLA: Porque a nível latino-americano, o Remo não é popular. Nossos dirigentes não sabem promover nosso bonito esporte. Quem dera houvessem mais competições a nível latino!

ER: Você aceitaria trocar o San Fernando por um clube brasileiro?
MLA: Acho que serei sócia do San Fernando por toda minha vida mas gostaria de remar por algum clube do Brasil, mas nunca me convidaram.

ER: Além de atleta, você é muito bonita. Já trabalhou como modelo?
MLA: Não! A verdade é que não. Não gosto de tirar fotos minhas. Sim, já trabalhei, trabalho e penso em trabalhar como jornalista. Tanto na imprensa escrita, como na televisão. Disso eu gosto!

ER: Deseja deixar um último recado aos fãs brasileiros de Remo?
MLA: Simplesmente, gostaria de dizer que adoro seu país, seu povo, sua alegria, suas praias, sua música. A nível de Remo, acho que como todo o Remo latino, está crescendo muito e isso me deixa muito feliz. Espero algum dia voltar a remar no Rio, como fiz nos Jogos Pan-Americanos de 2007, e espero que seja antes dos Jogos Olímpicos de 2016!

domingo, 22 de julho de 2012

Entrevista com Lara Teixeira, Atleta Olímpica

Lara Teixeira é uma entre as muitas atletas do Brasil que estarão brigando por medalhas nos Jogos Olímpicos de 2012.

ER: Lara, você começou no esporte na Ginástica Artística e na Natação do Tijuca TC. Como você descobriu o Nado Sincronizado e por que mudou de esporte?
LT: Descobri olhando o Nado entre uma atividade e outra! Amei o esporte de primeira.

ER: Qual foi sua primeira conquista no Nado Sincronizado?
LT: Um Brasileiro infantil por equipes!

ER: Qual foi a conquista mais importante da sua carreira? Seria o Prêmio Brasil Olímpico de 2007, seria a Medalha de Bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2007 ou seria outra?
LT: A medalha do Pan de 2007 em casa!

ER: Como foi participar dos Jogos Olímpicos de Beijing 2008?
LT: Indescritível. A primeira Olimpíada sempre é assustadora no bom sentido! Amei o clima da Vila Olímpica, o contato com os atletas já renomados do Brasil e de outros países, a estrutura montada e todo o brilho especial de uma Olimpíada!

ER: O que você vai levar da experiência de 2008 para Londres 2012?
LT: A maturidade de não ficar deslumbrada! Tenho mais maturidade agora para encarar o desafio!

ER: O que mudou na sua preparação para Londres 2012?
LT: Bastante coisa! A preparação física é bem mais funcional e especifica para o esporte, além de toda equipe técnica renovada para Londres.

ER: Sua dupla, a Nayara Figueira, pode ser considerada também sua melhor amiga?
LT: Uma das melhores (risos). Ela é uma parceirona minha!

ER: É possível sonhar com uma medalha agora?
LT: É possível sonhar com tudo, mas a nossa meta é entrar na final olímpica! Ficar entre as 12 melhores do mundo será uma vitoria!

ER: Você está treinando em Sâo Paulo mas ainda está defendendo o Tijuca TC. Pensa em se transferir de clube?
LT: Não. Estou treinando em São Paulo e vou defender o Paineiras do Morumby. Fiz minha transferência este ano.

ER: O seu projeto de difusão do Nado Sincronizado pelo país está dando certo? Você tem números para nos contar?
LT: Esta no caminho certo, mas ainda é um projeto pequeno. Estou em apenas uma academia do Rio, mas com quatro turmas cheias.

ER: Como você vê o Nado Sincronizado no Rio de Janeiro? Diversos clubes encerraram suas atividades e restaram apenas Flamengo, Fluminense e Tijuca TC.
LT: Não estou acompanhando de perto o Nado Sincronizado no Rio, por estar morando em São Paulo há quaro anos, mas acredito no potencial do esporte. Falta apenas a gerência profissional do mesmo!


ER: Como você vê o Nado Sincronizado em São Paulo e no Brasil?
LT: O Nado vem crescendo bastante! Há cinco anos, tínhamos muitos poucos estados e atletas praticando-o. Hoje em dia, vimos um aumento de pelo menos cinco estados na modalidade e as categorias de base estão lotadas de novos praticantes.


ER: Você sonha em continuar competindo até Rio 2016?
LT: Sim.

ER: Deseja deixar um recado final para a torcida brasileira?
LT: Que continuem torcendo por nós! Estamos muito focadas com a nossa segunda Olimpíada e prometemos muita garra e superação em Londres! Quero agradecer a oportunidade e divulgar meu twitter @LaraNadoSincro e site www.laranayara.com.br

domingo, 15 de julho de 2012

Entrevista com Fábio Emilio, Arqueiro

Entrevistamos Fábio Emílio, o mais novo talento da tradicional família Emílio que atira no Rio de Janeiro há muitas décadas. Nesta entrevista, ele nos fala de seu momento atual, de seus planos para Rio 2016 e traça um panorama do momento do Tiro com Arco no Rio de Janeiro. 

ER: Fábio, como você entrou no esporte? Foi influência do seu pai, o também arqueiro Renato Emílio?
FE: Comecei no esporte vendo meu pai e meu avô atirando no quintal de casa.
 

 ER: Com quantos anos você começou no Tiro com Arco e com quantos anos começou a competir?
FE: Aos oito anos foi quando comecei a brincar com o arco e aos 12 anos foi meu primeiro campeonato importante - o Campeonato Brasileiro infantil.
 

ER: Quais os principais títulos de sua carreira? E qual deles foi o que mais te marcou e por quê?
FE: Os principais títulos para mim, sem dúvida foram os de níveis internacionais, pois a disputa era bem maior: terceiro colocado individual no Pan-Americano de arco e flecha, na Venezuela 2008; segundo individual e campeão por equipe nos Jogos Sul-Americanos de 2006, pois eu era novo na época; dentre outras.
 

ER: O que faltou para você se classificar para Londres 2012?
FE: Para as olimpíadas de Londres, a seletiva foi diferente, tendo uma só competição, e apesar de ser um dos principais atletas cogitados para ir, não atirei bem. Demorei muito tempo para “entrar” na competição. Talvez teria que ter aquecido um pouco mais antes de competir, pois demorou para cair a ficha que estava em uma seletiva. Normalmente, em outros países existem mais de uma seletiva para essas competições.
 

ER: É correto afirmar que seu objetivo maior agora é Rio 2016? O que você fará de diferente se classificar para os Jogos do Rio?
FE: O projeto maior seria Rio 2016, mas antes vêm outras competições importantes, onde ajuda muito na sua auto-estima e crença para chegar bem em 2016. Principalmente de um ano para cá que me dedico exclusivamente por meu esporte, dependemos de competições importantes como, copa do mundo, pan-americanos e outras para levantar seu nível.
 

ER: Você trocou recentemente o Vasco da Gama pelo time do Centauro Evokar. Por quê?
FE: Apesar de toda minha família ser vascaína, nós já fizemos muito pelo Vasco no esporte, mas parece que o Vasco vem com dificuldade nos esportes amadores. Daí eu e meu pai pensamos em criar um clube nosso, onde podemos nos dedicar só a ele, e divulgarmos mais nosso nome. A Evokar já existia com projetos na área de Vôlei de Praia, se não me engano, e uma aluna “atleta” do meu pai, fazia parte desse projeto Evokar. Então, recebemos um apoio para criar essa equipe.
 

ER: Qual a estrutura que o Centauro Evokar te disponibiliza?
FE: Como o Centauro Evokar é um clube novo, onde temos atletas de alto nível, o pessoal se dedica bastante para crescermos juntos. Os alunos acreditam bastante no técnico “Renato Emilio” (ex-atleta olímpico e ex-técnico da equipe do Brasil). Como todos os esportes amadores têm muitas dificuldades, ainda não conseguimos um campo fixo para treinarmos. mas então a Evokar fica no apoio e marketing da equipe.
 

ER: Onde você treina agora?
FE: Hoje, eu moro em Campinas (SP) com a equipe brasileira e treino na Espcex, Escola preparatória de cadetes do exercito.
 

ER: Você representava um clube, o Vasco, que não tinha estrutura para treinos e competições de Tiro com Arco. Não era estranho isso, treinar em um clube e competir por outro?
FE: Eu sempre fui atleta do Vasco e competia pelo Vasco. Nós não tínhamos campo para treinar como sempre foi na minha vida de arqueiro. Normalmente treinávamos em casa e às vezes arrumávamos campos provisórios.
 

ER: Com sua saída e também a de seu pai, o Vasco da Gama não tem mais Tiro com Arco. Você fica triste com isso?
FE: Fico bastante, pois víamos que na época que meu avô era técnico do Vasco, há uns 40 anos atrás, ele tinha cerca de 200 atletas e hoje nenhum, como outros clubes cariocas.

ER: Como você vê o Tiro com Arco no estado do Rio de Janeiro?
FE: Hoje em dia, parece que está melhorando. Pois, quando se olha em uma linha de tiros e existem mais atletas, significa que está crescendo. O que me preocupa é a falta de divulgação do esporte. Poderíamos ter bem mais atletas....
 

ER: Até os anos 70, os clubes de massa (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama) não apenas competiam neste esporte, como também ofereciam escolinhas para formar novos atletas. Faz falta ao Tiro com Arco do Rio não ter estes clubes?
FE: Com certeza! Parece que só vemos outros estados crescendo. Às vezes me pergunto o porquê é tão difícil para um esporte como este crescer. Já foi muito grande. E em outros países o arco e flecha é muito popular, além de ser um esporte muito bonito também. Sabemos que falta marketing e dinheiro para o esporte crescer.
 

ER:Se um clube fosse hoje investir no Tiro com Arco olímpico, construindo um estande e comprando arcos, flechas e equipamentos para professores e alunos, você tem idéia de quanto custaria?
FE: Não tem como dar o custo de cabeça, mas isso é um cálculo simples. Não precisamos de materiais tops de linha. Temos coisas nacionais boas e baratas para começar, dentre outras coisas.
 

ER: Gostaria de deixar um recado final para a torcida brasileira?
FE: Que todos que puderem assistir ou experimentar o esporte vão gostar! E que acompanhem o esporte e os atletas brasileiros de tiro com arco que estão defendendo bem o nosso País. E que em 2016 viremos a estar entre os melhores! Um forte abraço a todos.

domingo, 8 de julho de 2012

Entrevista com Sandra Mello, Presidente da FHPERJ

Sandra MelloSandra Mello é a Presidente da Federação de Hóquei e Patinagem do Estado do Rio de Janeiro desde 2005. Ela nos conta um pouco sobre a realidade dos esportes que administra há oito anos. 


ER: Sandra, pode me contar um pouco de sua trajetória até chegar à Presidência da Federação de Hóquei e Patinagem do Estado do Rio de Janeiro?
SM: No início, acompanhava minha filha, que patinava no Flamengo (em 1993). Quando acabaram com a Patinação Artística no Flamengo, ficamos procurando outro clube e fomos acolhidos pelo Fluminense, onde atuei como diretor a de Patinação Artística. Em 2005, o então presidente da FHPERJ se recusou a continuar como presidente, mesmo porque praticamente a patinação tinha acabado no Rio. Na época, a Patinação se resumia ao Fluminense. Ninguém se interessava em assumir a federação e resolvi aceitar o cargo para que não acabasse a federação fluminense. O Hóquei também já se encontrava em crise.

ER: Como sobrevive hoje à FHPERJ?
SM: De teimosia. Hoje, ainda temos as mensalidades dos clubes, mas muitos se recusam a pagar, restando para os atletas assumirem a dívida (65,00 mensais, independente do número de atletas). Contamos também com as inscrições nos campeonatos.

ER: Quais os filiados à federação? 
SM: AABB, ASA, Fluminense, Hebraica, Monte Libano, Monte Sinai, Colégio Santa Marcelina, Colégio Servita Nossa Senhora Rainha dos Corações, Rio Patinação, Corrêas Esporte Clube, Brasil Speed e Rio inline.


ER: Os governos estadual e municipal dão algum incentivo à FHPERJ?
SM: Não e para desanimar mais, apresentei um projeto através da Lei de Incentivo e foi recusado. Cheguei à conclusão que para elaborar estes projetos é preciso ser especialista no assunto

ER: A FHPERJ administra três modalidades esportivas: Hóquei sobre Patins, Patinação Artística e Patinação de Velocidade. Você sabe nos informar quantos atletas praticam estes esportes e qual é o mais popular?
SM: No Hóquei Tradicional, temos 12 atletas filiados, mas tem mais uns cinqüenta o praticando. Na Patinação Artistica, temos 80 atletas filiados, mas um número bem maior sem se federar. Na Patinação de Velocidade são 22 federados mas um número perto de 60 praticando o esporte. Ainda temos Sallon com uns 30 praticantes e Roller Derby com uns 25 praticantes. É muito difícil precisar o número mas o mais popular é a Patinação Artística.

ER: A Patinação Artística teve seu auge nos anos 60 com o Movimento Mengo sobre Rodas, das mulheres atletas do Flamengo. O que aconteceu de lá para cá que o esporte perdeu em prestígio e divulgação?
SM: Falta de incentivo, dificuldade de se conseguir quadras e outros problemas, até mesmo de administração. É preciso divulgar a patinação em geral. As pessoas só gostam daquilo que conhecem. Quando no Pan 2007, as competições foram realizadas no Miécimo da Silva (em Campo Grande) à noite, eu particularmente achei impossível ter público, pois enfentar a Av. Brasil à noite, seria preciso ter muita coragem. Para minha surpresa, os ingressos foram logo esgotados em 45 minutos. Os primeiros ingressos a se esgotarem foram os de Voleibol e em seguida os da Patinação Artística.

ER: O mesmo pergunto sobre o Hóquei sobre Patins. Nos anos 70 e 80 haviam Campeonatos Estaduais regulares com times de Petrópolis, de Cabo Frio, Vassouras, Teresópolis e da capital. O que aconteceu para o esporte praticamente desaparecer de nosso estado?
SM: Falta de incentivo. Em Corrêas, o Helinho acreditava e realizava um projeto social que amparava 200 crianças carentes. Construiu uma quadra excelente para a modalidade. Com a saída do Helinho, a modalidade teve um baque, mas mesmo assim há excelentes atletas. A seleção feminina práticamente é composta das atletas do Correas.

ER: Nos últimos anos surgiu o Hóquei em linha, espécie de hóquei no gelo jogado em quadra. Por que o Hóquei em Linha não faz parte da FHPERJ? Esta modalidade atrapalha o desenvolvimento do hóquei tradicional no Rio?
SM: O Hóquei em linha estava abrigado à Confederação Brasileira de Esportes no Gelo, mas este ano já será federada à FHPERJ e confederada à Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação. Não acredito que atrapalhe. Há um público para o tradicional e outro para o em linha.

ER: O único time regular de hóquei tradicional é o Corrêas, de Petrópolis. Existe algum projeto para difundir o esporte em outras cidades, sobretudo na capital? 
SM: Aqui consegui uma escolinha no Fluminense e acho que em Cabo Frio tambem tem adeptos.

ER: Ao contrário, a Patinação é muito forte na capital. Como fazer para levar a modalidade ao interior do estado? 
SM: Estou trabalhando para isso. Já estão bem encaminhados projetos para Petrópolis e Teresópolis. Em julho, realizaremos um curso de noções básicas da patinação, onde habilitará professores de educação física para iniciar a modalidade.


ER: O Fluminense voltou aos quadros da federação em 2007. Nestes cinco anos, já dá para avaliar o trabalho feito no clube nas três modalidades?

SM: O Fluminense tem patinação desde 2000. Só tem Patinação Artística e Hóquei Tradicional. A Patinação Artística está bem praticada. O Hóquei tradicional possui uma escolinha bem iniciante e com poucos praticantes.


ER: Uma fonte nos contou que o Flamengo deve reabrir sua escolinha de Patinação Artística, fechada no início dos anos 2000. Você confirma? Qual a expectativa da federação com a volta do clube mais popular da cidade ao esporte?


SM: Desde 1996, quando acabaram com a Patinação Artística no clube, tentamos voltar com a modalidade, pois entendemos que é uma tradição do Rio. Várias vezes quase conseguimos mas na hora H, nada acontecia.

ER: Os grandes clubes têm capacidade de formar um bom número de atletas e levar o esporte para a mídia. Com os retornos da dupla Fla-Flu, você espera que Botafogo e Vasco da Gama também façam parte da FHPERJ? Já houve algum contato da entidade com estes clubes?

SM: No Botafogo estive pessoalmente duas vezes, mas não consegui. No Vasco, tive uma boa recepção, mas o local não ajuda e eles querem um patrocínio que cubra as despesas do técnico.

ER: O Tijuca Tênis Clube tinha uma quadra exclusiva para a patinação e assim como outros clubes deixou o esporte. Há alguma conversa da federação com o Tijuca para que ele volte a investir no esporte?
SM: No Tijuca tive a informação que não havia horários disponíveis na quadra, mas gostaria de tentar.

ER: Quais atletas são as maiores revelações dos clubes do Rio nos últimos anos?
SM: Posso mencionar os nomes de Alessandra Castro Alves, Ana Beatriz Toledo, Carolina Pezzella, Cesar Motta,  Daniela Toledo, Flavio Francisco, Gabriela Rodrigues, Larissa Maia, Sabrina Seixas, Valentina Zapata e outros

ER: Qual a meta da FHPERJ para os próximos anos?
SM: Crescer, aumentar o número de filiados e federados e sediar campeonatos importantes. Perdemos o Velódromo e piorou a situação no Rio para os atletas. Desde outubro de 2007, entramos no Velódromo e havia treinos todos os dias. O espaço era aproveitado pelo Ciclismo, Patinação Artística, Patinação de Velocidade, Hóquei Tradicional e Roller Derby. No Velódromo foram realizados Campeonatos Brasileiro, Copa Brasil e vários estaduais.

ER: Deseja deixar um último recado para a comunidade da patinação?
SM: A Patinação tem que se unir, não interessa qual a modalidade que pratica, temos que somar para nos fortalecer e crescer.