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domingo, 17 de março de 2013

Entrevista com Lyon Aragão, Técnico de Patinação

Lyon Aragão é um especialista em todas as modalidades da Patinação. Nesta entrevista, ele nos conta um pouco da realidade deste esporte, que ele ajuda a crescer.


ER: Pode nos contar um pouco de sua trajetória na Patinação?
LA: Como grande parte dos patinadores, tive meu primeiro contato com os patins ainda criança, perto de meus 6 anos de idade, com os patins quads. Aos 10 anos fiz parte da febre do inline em 94. De lá em diante essas rodinhas fizeram parte da minha vida. Comecei minha aventura com o agressive inline, procurando rampas perto de casa, e com a idade fui em busca pela cidade em locais adequados para fazer as manobras radicais. Mantive o hobby da patinação em seguida, chegando a participar em filmagens de forma demonstrativa. Em um determinado momento da minha vida, aos 19 anos, já numa carreira promissora no trabalho na área de eletrônica, me veio a oportunidade de dar aulas durante o fim de semana, algo que já realizava de forma não consciente com os colegas que apareciam para aprender mais sobre a modalidade. O grupo Rio Inline, mas especificadamente seus fundadores, que me deram a possibilidade de transformar a brincadeira de dar aulas em algo sério e produtivo. Em pouco tempo havia largado meu trabalho assalariado pela aventura de orientar sobre as rodas. Na época estudava Física na UFRJ, e me transferi para a Educação-Física com o propósito de fundamentar meu conhecimento sobre os patins e entender melhor como o corpo funcionava. Nesse meio tempo eu deixava de ser somente o professor de radical e passava a aprender algumas modalidades de patinação: Fitness, Velocidade, Slalom ... Nesses anos fiz cursos de instrução e arbitragem, fui árbitro dos Jogos-Panamericanos no Rio, dentre outros eventos menores. Fiz matérias com diversos canais de comunicação, propagando a patinação e meu trabalho. Juntei uma equipe para a realização de eventos que continham patinação, propagandas e todo envolvimento de patins para mídias diversas. Realizei um curso para a formação de instrutores de patinação e juntei uma equipe para trabalhar comigo nas aulas coletivas. Como atleta adquiri algum reconhecimento em algumas modalidades, com algumas dúzias de medalhas, apesar de não me considerar um atleta de verdade, consigo tirar algumas vantagens por trabalhar de forma cotidiana com os patins nos pés, mas minhas maiores conquistas foram como técnico, pelos troféus de equipe e reconhecimento do meu trabalho. Já fui técnico de seleção brasileira de duas modalidades diferentes, e hoje, trabalho coletivamente e individualmente em seis modalidades diferentes com muito orgulho e vontade de aprender mais. Participo em grupos de patinação de todos os tipos. Já há algum tempo faço parte da federação e confederação que levam a patinação à frente. Resumidamente a patinação é a minha vida. Até hoje continuo aprendendo e aperfeiçoando meus conhecimentos. Ao terminar a faculdade comecei os estudos na área da biomecânica, fazendo Mestrado em Engenharia Biomédica na COPPE-UFRJ. Hoje minha pesquisa trata sobre a análise do perfil de torque de quadril dos patinadores de velocidade.

ER: Há muita diferença técnica da Patinação Artística para a Patinação de Velocidade e para o Hóquei sobre Patins?
LA: Sem dúvida, sim. As modalidades são muito específicas. A Patinação Artística busca o sincronismo e a estética em seus movimento, o que depende além de força e postura, muito controle muscular, o que faz o treino contínuo com os patins ser algo indispensável. A Patinação de velocidade por sua vez, também necessita de técnica e postura, mas o caráter de condicionamento físico se torna a prioridade depois que se atinge certo nível. Sem contar a necessidade tática de corridas. O Hóquei posso dizer que entre as três modalidades é a que mais tem flexibilidade nas características de patinação, pois as situações de jogo são diversas e cada qual necessita de uma ação lógica e muscular, sem contar o fato do constante trabalho que se é necessário para os membros superiores, por causa do "taco".

ER: E em relação à Patinação Artística de Salão para a Patinação Artística no Gelo?
LA: A Patinação Artística não está entre as de meu maior conhecimento, mas posso relatar minha análise pelo uso de ambos os patins. No gelo a lâmina necessita para o deslize estar em contato integral ao gelo. Já nos patins quads, as rodas podem estar individualmente no solo. Uma grande diferença para seus usuários é quanto aos giros que acontecem no próprio eixo. Os colegas da artística indicam esse fundamento como um dos mais complicados na modalidade fora de sua prática. A questão do quad ser um patins que possui dois eixos de movimento faz com que a natureza desses movimentos seja diferente do que no gelo. Mas hoje já existem os patins Artísticos inline, ainda não muito conhecidos no Brasil, mas já conseguem trazer alguns movimentos do gelo para as rodinhas.

ER: Quais são os seus projetos atualmente?
LA: Esse ano pretendo terminar minha tese mestrado e incrementar os dados que estou adquirindo na patinação de velocidade. Começo esse ano com os projetos sociais. Já tenho dois em vista e estou ansioso para começar. Quero aperfeiçoar o trabalho de massificação da patinação que já faço. E outros que não posso contar. Serão surpresa !

ER: Basta ir na orla do Rio no fim de semana para vermos muitos patinadores. No entanto, o esporte de competição, não é muito popular no Rio. Por que?
LA: Isso é uma pergunta que sempre acompanha os meus treinamentos. Parece que o comprometimento a uma determinada prática pelos cariocas não é algo fácil de lidar. Sempre existem diversas outras formas de lazer e prazer. Nosso Rio de Janeiro é lindo, né? Por isso a praia é tão atrativa. Não consegui chegar a outro explicação nesses anos. Visto que cidades como Brasília, Sertãozinho e outras são cidades que possuem menor quantidade de atividade que o Rio de Janeiro.

ER: Até o início dos anos 80, muitos clubes, inclusive os de futebol, tinham escolinhas e equipes de patinação. O que aconteceu de lá para cá?
LA: Está uma ótima pergunta, e que não vou saber responder ao certo. Meu nascimento é da década de 80, só fui ter contato com os patins em 90. Mas pelo que já ouvi falar pelos grandes dinossauros da patinação, foi que a parte administrativa do esporte não conseguiu sustentar as mudanças que foram acontecendo em relação à atração e à regulamentação, juntamente com outros fatos relacionados à popularidade dos patins na década de 90 que não vem ao caso relatar. Acredito que foi uma série de acontecimentos, que hoje já não atrapalham mais. Só precisa ser cada vez mais ressurgido.

ER: E qual a situação da patinação no interior do estado do Rio?
LA: Apesar da internet estar aí para somar, ainda falta comunicação pelo desinteresse. Temos um centro de hóquei tradicional em Petrópolis, grupos de patinação radical em Volta Redonda e outras cidades menores. Em Niterói e Maricá o hóquei inline ganha força. Mas nada vai muito além disso. O importante é que não paramos de crescer.

ER: O que vai acontecer com os atletas da Patinação que foram despejados do antigo autódromo?
LA: Dentro do complexo do autódromo se encontra o velódromo, que até o mês passado era a "casa" dos patinadores de velocidade do Rio. Os atletas existiam antes da construção dele e continuarão a existir depois dele vir o chão. A tristeza fica pelo fato disso acontecer em seu maior auge, juntando a patinação a outras duas modalidades olímpicas que usavam o espaço. Todos se sentem sem teto.

ER: Você acha que a Patinação não é tão querida pelos orgãos governamentais por não ser um esporte olímpico?
LA: Nem acho que esse seja o problema. Hoje se vê vários esportes olímpicos que são jogados a sarjeta por tais órgãos. O descaso é demais. A verdade é que ainda não se vê esporte como algo de crescimento mental e físico. Futebol é ótimo para o bolso. Nada tem haver com a parte esportiva dessa modalidade. Para mim é assim que eles enxergam.

ER: A Patinação está na briga para se tornar um esporte olímpico em 2020. Tem chances contra Squash, Beisebol, Softbol e outros?
LA: A FIRS - "Federação Internacional de Esportes sobre Rodas", tem feito a sua parte para o ingresso da patinação. em 2016. A patinação de velocidade estava entre as 5 finalistas e obteve cerca de 90 % dos votos populares, que de nada contam. Acabou entrando o Golfe no lugar. Política monetária ridícula. Adoro Xadrez. Este é dito como esporte. Penso a mesma coisa do Golfe. Agora parece que a tentativa é da patinação Artística e torço para que dê certo. Esta pelo menos tem bem mais cultura aqui no Brasil. O jeito é esperar para ver.

ER: Como fazer para o esporte atrair mais gente?
LA: Acho que estamos conseguindo isso. O Brasil nunca teve cultura na patinação. Países vizinhos como Argentina e Colômbia estão anos-luz na nossa frente, mas vamos chegar lá. O segredo é popularizar. Tirar da mente das pessoas que não conhecem o esporte. O pensamento que é algo somente de criança ou de gay. O bom da patinação é que é democrático, para todos. O acesso ao material está cada vez melhor com marcas entrando no país e o desenvolvimento de material nacional. Agora é melhorar os locais de prática e usar a mídia.

ER: Gostaria de deixar um recado aos amantes da Patinação?
LA: Patinem! Além de a patinação fazer um imenso bem para a saúde mental, é uma atividade magnífica para o corpo. Espalhem a ideologia da patinação, cobrem aos governantes pelo seu espaço. E acima de tudo, se unam!

domingo, 10 de março de 2013

Entrevista com Alexandre Wrobel, VP de Patrimônio do Flamengo

Entrevistamos Alexandre Wrobel, Vice-Presidente de Patrimônio do CR Flamengo. Ele é o único dirigente da administração anterior que permaneceu no cargo e trabalha com a nova diretoria do clube. 

Ele não dá detalhes mas confirma a intenção do clube em se modernizar, em ter um CT para o seu departamento de futebol e uma arena para esportes de quadra na Gávea. Também revela que o clube está trabalhando num plano diretor para otimizar os espaços na Gávea e que a partir deste plano diretoria seriam definidas as modalidades esportivas que o Flamengo praticaria.


Entrevista com Alexandre Wrobel

ER: Alexandre, em recente video postado na internet, você fala em diversas obras e melhorias no patrimônio do clube como um todo para um futuro próximo. É realmente verdade que nos próximos dois anos, o Flamengo poderá ter um moderno CT, um pequeno estádio na Gávea, uma moderna arena para esportes de quadra e a revitalização do Morro da Viúva?
AW: Vamos por etapas: O CT com toda certeza. Estamos trabalhando para resolver a questão financeira, possibilitando a imediata retomada das obras dos módulos do futebol profissional. Até o final do ano estaremos finalizando as obras dos módulos 16 e 17, entregando ao Flamengo uma estrutura de primeiro mundo. Logo em seguida daremos início às obras dos módulos do futebol de base. A revitalização do estádio da Gávea ainda é um projeto embrionário, assim como a arena. O contrato referente ao Morro da Viúva foi aprovado pelo Conselho Deliberativo no ano passado e assinado logo em seguida. Na semana passada conseguimos a aprovação do projeto junto a Prefeitura e a consequente expedição da licença de obras.

ER: Por que a torcida deve confiar que você vai conseguir fazer em cinco anos o que outros dirigentes prometeram há mais de 30 e não conseguiram fazer? Qual o seu segredo?
AW: Não tem segredo, nem mistério. Não estou prometendo nada. Acredito em trabalho, dedicação e seriedade. Eu adoraria um estádio na Gávea para 60.000 pessoas mas eu sei que isso é inviável. Então decidimos trabalhar visando o Maracanã.

ER: O CT de Vargem Grande será exclusivo do Futebol Profissional e das categorias de base?
AW: Exatamente. Serão dois CTs dentro de um único terreno. Um voltado para o futebol profissional e outro para as divisões de base.

ER: Falando do esporte olímpico, há uma grande rivalidade entre Flamengo, Pinheiros (SP) e Minas Tênis (MG), que superam o Flamengo, pois eles têm mais modalidades esportivas e estruturas permanentes para diversos esportes. O que o Flamengo pretende fazer em termos de estrutura olímpica na Gávea?
AW: Estamos trabalhando, juntamente com a Vice-Presidnência da Flá-Gávea e a Vice-Presidência de Esportes Olímpicos, na elaboração do plano diretor da Gávea, o que nos permitirá ordenar a ocupação dos espaços, planejando e executando o clube que nós sonhamos. Nesse contexto, serão atendidas as demandas passadas pela Vice-Presidência de Esportes Olímpicos.

ER: Muitos sócios sentem falta de duas estruturas que faziam parte da Gávea até os anos 90: a pista de Atletismo ao redor do campo de futebol e o estande de Tiro. São dois dos esportes que mais medalhas olímpicas dão, além da enorme tradição rubro-negra em ambos. Está nos planos do Flamengo a reconstrução destes espaços?
AW: Não sei informar. Vai depender das questões acima colocadas.

ER: Você também era o Vice-Presidente de Patrimônio na gestão Patrícia Amorim. Desde então se fala na modernização do Parque Aquático - coisa que o Fluminense fez recentemente. Como está isso? Por que a do Fluminense andou mesmo sem ídolos e a do Flamengo não?
AW: Chegamos a elaborar um projeto de revitalização do parque aquático, que estava orçado em aproximadamente R$4.000.000,00, porém infelizmente não conseguimos captar recursos para tal. Não tenho conhecimento do que foi feito no Fluminense nem tampouco do tamanho da intervenção realizada. Estamos trabalhando para resolver essa questão com a maior brevidade possível.

ER: A gestão Patrícia Amorim também acreditava na Canoagem e patrocinou diversos atletas da seleção brasileira, que nunca treinaram na Gávea porque o Flamengo não tem espaço para este esporte. É possível construir uma estrutura permanente para a Canoagem ao lado do Departamento de Remo?
AW: Dependeria de uma solicitação dos Esportes Olímpicos e da elaboração do estudo de viabilidade.

ER: O Flamengo tem dinheiro para reconstruir o ginásio da Ginástica Artística, que pegou fogo em Dezembro? Ou o seguro vai pagar a reconstrução?
AW: O Flamengo possui um seguro que já foi devidamente acionado visando à reconstrução do ginásio.

ER: Você também fala em ter um estádio na Gávea para 12 mil pessoas, que é pequeno para o time profissional de futebol. Ele seria usado apenas para amistosos de pré-temporada e categorias de base? O Atletismo pode se encaixar no estádio casa a pista seja reconstruída....
AW: A nossa ideia, ainda em fase inicial, é revitalizar o estádio da Gávea, transformando-o numa arena moderna, que serviria para jogos de pequeno porte, jogos das categorias de base, treinos e outros eventos. 

ER: No projeto do estádio na Gávea, o Ginásio Togo Renan Soares seria sacrificado?
AW: Ainda não temos essa definição.

ER: Quanto à moderna arena a ser construída na Gávea, o McDonald's já aprovou o negócio?
AW: Ainda está na fase do interesse mútuo. Estamos conversando.

ER: Especula-se que o Flamengo vai montar equipes profissionais de vôlei feminino e masculino. Com apenas dois ginásios (Arena McDonald's e Hélio Maurício), cabem na Gávea as equipes de basquete masculino, futsal masculino, as de vôlei e as escolinhas?
AW: Hoje na realidade não temos nenhum ginásio na Gávea em condições de receber competições. Com a construção da nova arena e com a elaboração de um planejamento estratégico, acredito que seja possível acomodar todas as modalidades, dentro dos limites de bom senso e razoabilidade. Tudo dentro do Plano Diretor para a Gávea.

ER: Onde seria o estacionamento para os torcedores da arena e do estádio?
AW: Como falei, estamos em negociação. Portanto, as duas partes entenderam que ainda não é o momento de dar qual detalhes.

ER: O Flamengo ao longo de sua história teve tradição em diversas outras modalidades esportivas (Xadrez, Esgrima, Handebol, Ginástica Rítmica, Boxe, Tênis de Mesa, Vela, etc). Há alguma previsão do clube reconstruir estruturas para estes ou outros esportes na Gávea?
AW: Como te disse, essas questões devem ser definidas juntamente pela Fla-Gávea e Esportes Olímpicos, e adequadas dentro do plano diretor.
 
ER: Deseja deixar um recado final ao torcedor e ao sócio do Flamengo?
AW: Deixo uma mensagem de confiança! De confiança no futuro. Confiança de que estamos no caminho certo, no caminho de reconstrução, no caminho para recolocar o Flamengo no lugar de destaque que ele merece, em todos os sentidos! Sonho com um Flamengo estruturado, organizado, respeitado, que efetivamente sirva de modelo e referencial de sucesso. Não é simples, não é fácil, mas com muita determinação e com uma dose de sacrifício é plenamente possível. O Flamengo merece!

domingo, 3 de março de 2013

Entrevista com João Bosco, Secretário de Esportes de São José dos Campos

João Bosco é o secreta´rio de esportes de São José dos Campos (SP). A cidade tem uma cultura voltada para o esporte e investe pesado em modalidades como o Basquetebol, o Futebol Feminino e Futsal. Confira a entrevista abaixo.

ER: João Bosco, pode nos contar um pouco de sua trajetória até assumir a Secretaria de Esportes de São José dos Campos?
JB: Fui vereador em São José dos Campos, durante 20 anos consecutivos, de 1977 a 1996. Também fui funcionário da Assembléia Legislativa, de 1979 a 2012.


ER: A cidade de Sâo José conseguiu nos últimos anos ter muito destaque em diversos esportes. Talvez seja a cidade que mais conseguiu retorno de mídia e de resultados esportivos nos últimos anos. Você concorda com isso? Quais as razões deste sucesso?
JB: Sim. Credito à vocação da cidade de busca da excelência em todas as áreas do conhecimento humano.
 

ER: A Secretaria de Esportes oferece aulas e escolinhas de quais esportes?
JB: Atletismo, basquetebol, capoeira, futebol, futsal, ginástica, judô e natação.
 

ER: De quanto é o investimento da prefeitura e quantos alunos estão matriculados nas escolinhas?
JB: Somente o Programa Atleta Cidadão atende a cerca de 1.300 crianças com idade de 7 a 17 anos, no valor aproximado de R$ 3 milhões.
 

ER: Nas escolinhas já surgiram alguns talentos que foram aproveitados nas equipes principais da cidade ou de outros municípios? Pode dar alguns exemplos?
JB: Sim. Temos algumas atletas na seleção brasileira de Taekwondo, além de destaques em outras modalidades.
 

ER: Como em todas as cidades do país, o carro forte é o futebol. O São José EC atualmente disputa a 2a Divisão do Campeonato Paulista. A Secretaria de Esportes ajuda de alguma forma o clube? Como?
JB: Sim. Temos forte parceria. Cedemos o Estádio Martins Pereira para os jogos oficiais e campos nos bairros para treinamento.
 

ER: De todos as modalidades que recebem apoio da prefeitura, qual a que dá o maior retorno de mídia à cidade?
JB: Ciclismo e basquete, dentre outras.
 

ER: A AE São José atualmente é o único clube que participa tanto da Liga de Basquete Feminino, quanto da Liga Nacional de Basquete (masculina). É possível dizer que o planejamento do clube é superior aos de clubes grandes como CR Flamengo, EC Pinheiros e Minas TC?
JB: Acho temerário fazer tal afirmação, categoricamente. Precisaríamos saber em detalhes como se dá a gestão esportiva dos clubes citados.
 

ER: São José apostou no Basquete mas não participa da Superliga de Vôlei. A que se deve esta decisão?
JB: Hoje já temos uma equipe masculina de vôlei bastante competitiva, rumo à categoria principal.
 

ER: O time de basquete masculino da cidade é o maior investimento da prefeitura?
JB: Sim.
 

ER: São José também tem um bom time masculino de futsal. O investimento nesta equipe vai aumentar para tentar conquistar o título da Liga Futsal?
JB: As limitações do atual orçamento municipal, por nós herdado, não prevê qualquer possibilidade de incremento desses investimentos.
 

ER: Outro time de destaque da cidade é o do futebol feminino. O público tem comparecido nos jogos? Em maior ou em menor número em relação aos outros esportes da cidade?
JB: O futebol feminino joseense é um time vitorioso. O comparecimento do público ainda não espelha a sua importância. O nosso técnico foi convocado para dirigir a seleção brasileira, o que enche a cidade de orgulho.


ER: Para 2013, haverá alguma novidade, talvez uma nova equipe de ponta?
JB: Estamos trabalhando um projeto de “repatriação” dos nossos atletas. Poderemos ter novidades positivas, inclusive no judô e natação.
 

ER: Quais os planos e metas de São José para a Olimpíada de 2016?
JB: Implantar um Centro de Iniciação Esportiva, para formar atletas locais em alto rendimento com perfil olímpico.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Entrevista com Isabel Swan, Medalhista Olímpica

Isabel Swan nos conta nesta entrevista sobre sua carreira, seus planos, sua decepção com Londres 2012 e seu futuro ao lado de Renata Decnop (foto Lancenet).


Entrevista com Isabel Swan

ER: Como você começou no esporte?
IS: Com 8 anos por causa do meu pai, que é velejador.

ER: Quais clubes você defendeu ao longo de sua carreira?
IS: Rio Yacht Club, Cota Mil Iate clube (DF) e Clube dos Jangadeiros (RS).

ER: O momento mais marcante de sua carreira foi a Medalha de Bronze em Beijing 2008? Se não, qual foi?
IS: Sim, com certeza ser, ao lado da Fernanda (Oliveira) a primeira mulher a conquistar uma medalha olímpica na Vela foi muito bom. Trabalhamos muito para essa conquista.

ER:Como foi a sensação de primeiro se classificar para Londres 2012, depois descobrir que tinha que disputar a vaga novamente e finalmente, perder a vaga?
IS: Foi difícil, pois ganhamos todos os mundiais da dupla que representou o Brasil, assim como o ultimo campeonato na raia olímpica em Weymouth, onde disputamos medalhada. Mas houve um critério estabelecido; perdemos na melhor de três. Faz parte do esporte e fizemos uma linda campanha olímpica, com pouquíssimo apoio da confederação.

ER: Você acredita que vai competir no Rio 2016?
IS: Sou a primeira que tem que acreditar, né?

ER: Depois de 2016, você ainda vai velejar profissionalmente ou vai encerrar a carreira?
IS: Ainda não sei, mas provavelmente, parar um pouco.

ER: Por que a parceria com Martine Grael foi desfeita?
IS: Porque ela resolver mudar de classe, foi para FX e eu optei por continuar na 470 pois sou um pouco pesada para FX.

ER: O que você espera da nova parceira Renata Decnop?
IS: Sei que temos muitas horas de velajada pela frente para atingir o alto nível juntas, mas como ela tem experiencia em outros barcos e Match Race, vai somar.

ER: Qual a sua rotina de treinamentos no dia-a-dia?
IS: Faço duas horas de academia de manhã mais quatro de água à tarde e de noite, faço MBA de gestão de projetos.

ER: Você, junto de outros velejadores, tem denunciado a sujeira na Baía de Guanabara. O governo do Rio de Janeiro tem respondido às reclamações dos atletas? 
IS: Não diretamente, mas é um absurdo o estado da baía. Se nada mudar, será vergonhoso.

ER: A Lagoa Rodrigo de Freitas, sede do Remo em 2016, continua imunda, apesar dos esforços da iniciativa privada. É possível remadores e velejadores se unirem na luta pela despoluição?
IS: Com certeza, temos que unir forças. Mas as vezes é dificil para o atleta se envolver muito pois o foco é treinamento.

ER: Você sente a falta de incentivos governamentais na massificação da Vela visando Rio 2016?
IS: Sim, mas tenho apoio da secretaria de Esporte do Estado do rio de Janeiro, que foi um diferencial para minha ultima campanha, proporcionando patrocínio através da lei de ICMS.

ER: Deseja deixar um último recado à torcida brasileira?
IS: Um grande abraço, acreditem e nunca desistam do seu sonho.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Entrevista: Diogo Silva, Atleta Olímpico

Diogo Silva
Entrevistamos o atleta Diogo Silva, que representou o Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres no Tae Kwon Do.


ER: Diogo, com que idade você começou no Tae Kwon Do?
DS: Com sete anos.

ER: É verdade que você brigava muito na rua antes de entrar para o esporte? 
DS: Não, apenas era um garoto muito ativo.
ER: Por que Tae Kwon Do e não outra luta como Judô ou Karatê? 
DS: Era a academia de arte marcial mais próxima da minha residência.
ER: Qual o momento mais marcante de sua carreira? A Medalha de Ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio 2007 ou participar de duas Olimpíadas?
DS: Os Jogos Olímpicos de Londres 2012.
ER: Por quais clubes e ou academias você competiu ao longo de sua carreira?
DS: Won-Hyo Ponte Preta (SP), São Caetano (SP), São Bernardo do Campo (SP), Londrina (PR) e Piracicaba (SP).
ER: Como foi competir pela Ponte Preta, que é um clube de futebol, com milhares de torcedores?
DS: Tenho carinho especial por todos de lá. Foi o lugar que alavancou a minha carreira.
ER: Você recentemente conseguiu um patrocínio da Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro. É possível que você venha competir pela UGF no Rio?
DS: Este patrocínio aconteceu apenas no papel. Aliás, a UGF fez irmos até o Rio de Janeiro assinarmos o contrato, porém não nos devolveu o contrato assinado e nunca recebi por este acordo! Estamos aguardando uma posição da UGF para esclarecer as coisas, pois só falam para esperar.
ER: No Rio, o Fluminense contratou Natália Falavigna em 2011. No entanto, o clube não tem escolinha de Tae Kwon Do e ela pouco compete pelo clube, já que há poucas competições interclubes. Como fazer para os clubes de massa abrirem as portas para o Tae Kwon Do e haver mais competições interclubes?
DS: Acho difícil clubes de futebol abrirem esse espaço, pois são clubes de futebol, focados no futebol e seus resultados.
ER: Sua preparação para Rio 2016 já começou?
DS: Sim, logo depois de Londres já iniciei treinamento para o Rio.
ER: É possível sonhar com uma medalha olímpica no Rio 2016?
DS: Sim. Não vou desistir até conseguir.
ER: Por que o Tae Kwon Do não é tão popular como o Judô no Brasil?
DS: Por causa da técnica nos chutes.
ER: Como você vê o investimento do governo no esporte, e especificamente no Tae Kwon Do, visando os próximos Jogos Olímpicos?
DS: Acredito que para o ano que vem muita coisa vai melhorar.
ER: Você acredita num desempenho melhor do Tae Kwon Do brasileiro no Rio 2016?
DS: Sim, acredito que traremos duas medalhas.
ER: Deseja deixar um último recado para a torcida brasileira?
DS: Vá em busca de seus sonhos.

domingo, 25 de novembro de 2012

Entrevista com Eduardo Bandeira de Mello, Candidato da Oposição à Presidência do Flamengo

Entrevista com Eduardo Bandeira de Mello, Candidato da Oposição à Presidência do Flamengo
Eduardo Bandeira de Mello é o principal nome da oposição nas próximas eleições do Flamengo. Ele concorrerá à eleição no lugar de Wallim Vasconcellos, que teve sua candidatura impugnada pelo Conselho do clube. Sua chapa é a azul "Fla Campeão do Mundo".

Alguns nomes da sua futura gestão, caso vença, já foram anunciados: Wallim Vasconcelos (CEO), Luiz Eduardo Baptista (VP de Finanças e Marketing), Rodolfo Landim (VP de Patrimônio), Alexandre Póvoa (VP de Esportes Amadores) e Cláudio Pracownik (VP de Administração).

A foto é do candidato Eduardo Mello abraçando Wallim Vasconcelos.

Aproveitamos a oportunidade para agradecer o assessor de imprensa Felipe Bruno (In Press Porter Novelli) pela entrevista.

Entrevista com Eduardo Bandeira de Mello

CR Flamengo

ER: Caso eleito, qual será sua primeira medida?
EBM: Vou me interar da situação financeira do Flamengo. Segundo o próprio contador do clube, os números disponíveis não têm a menor confiabilidade e certamente herdaremos uma posição bem desconfortável de compromissos vencidos, como salários e contas a pagar.

ER:Você se dedicará integralmente ao clube ou terá que conciliar sua vida profissional com a presidência do Flamengo?
EBM: Como a maioria dos presidentes, vou me dividir entre a minha família, o meu trabalho e o Flamengo. Eu e todos os principais nomes do grupo. Nós formaremos um Conselho Gestor, que terá uma equipe de profissionais executivos contratados do mercado sob sua gerência. Mas num primeiro momento estou preparado para me dedicar exclusivamente ao Flamengo.


ER: Na sua opinião, o que a atual gestão fez de positivo nos últimos três anos?
EBM: Seria injustiça não destacar o trabalho do VP de Patrimônio, Alexandre Wrobel que, mesmo sob condições adversas, conseguiu progredir na construção do CT e encaminhou a solução do Morro da Viúva.  


ER: E de negativo?
EBM: Acho que o espaço de vocês não seria suficiente para citar tudo, mas a deterioração da administração do futebol, a completa ausência de política de marketing e o descumprimento sistemático dos compromissos são marcas negativas inesquecíveis.


ER: O Marketing (do Futebol, dos Esportes Olímpicos, do Clube em geral) foi muito criticado nos últimos anos. O que fazer para reverter este quadro e conseguir novos e fortes patrocinadores? EBM: Vamos implementar um plano de marketing, coisa que não existe no clube. Perdemos uma grande oportunidade de aumentar exponencialmente as receitas do Flamengo com a passagem do Ronaldinho Gaúcho. A diretoria não aproveitou. Com o nosso grupo, a torcida pode ter certeza de que devolveremos a saúde financeira do clube.

ER: Adidas ou Olympikus? Como você vê esta questão?
EBM: Desconheço os termos da proposta, por isso é difícil falar.


Gávea

ER: Grande parte do clube foi reformada. No entanto, as piscinas olímpicas são rasas e foram alvo de críticas de atletas de ponta como César Cielo. Você vai aumentar a profundidade das piscinas olímpicas?
EBM: Entre outras medidas. O parque aquático necessita de reformas urgentes.

 
ER: Nos anos 90 duas estruturas da Gávea foram demolidas e até hoje são lembradas pelos sócios com carinho e saudosismo. Você pretende reconstruir o estande de Tiro e a pista de Atletismo?
EBM: Venho de uma família de campeões de Tiro no Flamengo e, obviamente, tenho a maior simpatia pelo assunto. Vai depender da demanda e do Plano Diretor da Gávea que será desenvolvido e implementado. Quanto ao atletismo, também será discutido....


ER: Que outra obra você pretende fazer na Gávea?
EBM: A parte social é um ponto importante nesta eleição. A atual diretoria diz que recuperou a sede da Gávea como se o clube fosse o melhor clube social do Rio de Janeiro. E não é. Basta o sócio comparar com os outros clubes da Zona Sul. É como se seu filho tirasse zero e passou a tirar três. Melhorou? Sim. Mas longe de estar bom. O nosso grupo já está trabalhando em um plano diretor para a nossa sede, auxiliado por um arquiteto de renome no mercado. O nosso projeto de modernização da Gávea passa por melhor aproveitamento dos espaços da sede para entregarmos aos sócios mais conforto e opções de lazer e entretenimento.


ER: Como o Flamengo vai explorar seu museu?
EBM: Há que se entender o plano original, que não tivemos acesso. A idéia parece boa mas não pode ser um projeto isolado, fora do contexto do plano de marketing do Flamengo. A principio, deve ser auto-sustentável e posicionar-se como o museu de futebol do Rio de Janeiro.


Futebol

ER: Contratar Ronaldinho Gaúcho foi um erro? E Adriano?
EBM: O Adriano é um ídolo. Seria feito um plano de recuperação de sua forma física e técnica, com fisioterapia, fisiologia, nutricionista, parte médica, etc e um prazo para cumprí-lo. Daria todo o suporte. Se no fim deste prazo ele tiver cumprido o objetivo, aí sim ofereceríamos um contrato.


ER: Quem vai comandar o futebol na sua gestão?
EBM: Estamos conversando com alguns nomes, mas primeiro vamos ver a disponibilidade dos profissionais que já estão lá.


ER: O clube vai finalmente terminar seu CT?
EBM: É prioridade total.


ER: Como será sua relação com Zico e outros craques do passado?
EBM: O Zico nos ajudará na montagem do Departamento de Futebol e será permanentemente ouvido em qualquer decisão sobre o tema. Não terá vínculo profissional com o clube no momento, pois tem contratos em vigor que ele respeitará, como sempre fez. Além disso, será nossa grande inspiração, pois sua história é exemplo para qualquer indivíduo ou organização. Quanto aos outros craques, pretendemos usá-los como embaixadores do clube no processo de difusão e internacionalização de nossa marca.


ER: Atualmente, o clube está tentando reintegrar o Futsal ao Futebol. Na sua gestão isso vai continuar?
EBM: Inicialmente, achamos que o futebol de salão, seja o esporte ligado à vice-presidência de esportes olímpicos ou à vice-presidência de futebol, tem que ser melhor tratado no clube por diversas razões, dentre as quais as principais: primeira, é que o futebol de salão tradicionalmente é um grande celeiro para o futebol de campo, por isso a importância das escolinhas e das categorias de base; segundo, é um esporte que a torcida entende; - certamente se tivéssemos um time adulto de alto nível, a torcida o acompanharia. Independente de onde ficará hierarquicamente o esporte (decidiremos isso em conjunto), é inconcebível que o futebol de salão passe pelos problemas vividos em 2012, com um grande atraso nos salários.


Esportes Olímpicos

ER: Os altos investimentos nos times adultos de Basquete Masculino e Natação vão continuar?
EBM: O Basquete está em meio à disputa do Sul-Americano e vai começar o NBB. Acho que temos time para ganhar as duas competições, mas queremos reforçar ainda mais o elenco. Vamos conversar com o técnico Neto para saber das carências do elenco. Posições como pivô, por exemplo, têm pouca oferta no mercado nacional. Queremos voltar a ganhar o NBB, competição da qual perdemos a hegemonia exatamente nos últimos três anos.A Natação também vem recuperando espaço nos últimos anos, apesar da falta de infraestrutura oferecida pelo clube (piscinas em péssimo estado). Achamos a contratação de ídolos um fato importante, mas queremos que eles treinem dentro do clube para alavancar projetos com as futuras gerações. Certamente, os investimentos continuarão, mas com maior equilíbrio entre formação de equipe e infraestrutura. Contratar um atleta olímpico para que ele não apareça no clube e, ainda por cima, com a sua “arena” (no caso, a piscina) em péssimo estado me parece contraproducente inclusive para a motivação dos atletas que estão lá, vivendo o dia-a-dia do Flamengo. Esses são os nossos maiores ativos, que devem ser valorizados sempre.

ER: O Tênis está terceirizado dentro do clube. Vai continuar assim na sua gestão? Por que?
EBM: Precisamos inicialmente conhecer o contrato de terceirização. Em tese, não há porque o Flamengo não assumir a gestão de qualquer esporte dentro de sua sede. O Tênis para nós é um exemplo dessa situação.


ER: O Flamengo vai voltar à Superliga de Vôlei?
EBM: O Flamengo só vai entrar em qualquer competição se tiver recursos e uma estrutura montada para ganhar. Para apenas participar, não vai interessar. Portanto, a volta à Superliga está condicionada a essa situação.


ER: O Flamengo patrocina alguns atletas de Canoagem mas não há espaço para este esporte no departamento de Remo e o clube tampouco tem escolinha. O que pretende fazer em relação à Canoagem?
EBM: Inicialmente, conversaremos com as pessoas envolvidas para entender o processo de inserção da Canoagem no clube, dado o histórico de grandes contradições sobre o assunto. Daí tomaremos uma decisão que for melhor não para a Canoagem ou para o Remo, mas para o Flamengo. Mas não há, a princípio, porque não acreditar que qualquer esporte que hoje é desenvolvido não possa continuar a ser praticado no clube. Novamente, em tese: Qualquer que seja o esporte, um prerrequisito – pelo menos de longo prazo – é que possamos desenvolver crianças também dentro do clube. Queremos fazer todo o elo entre o esporte de alto rendimento com a formação em escolinhas.
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ER: Além dos mencionados acima, o Flamengo atualmente tem Nado Sincronizado, Jiu-Jitsu, Judô, Ginástica Artística, Futmesa e Pólo Aquático. Algum esporte será desativado no Flamengo?
EBM: Acreditamos que qualquer esporte seja viável, não necessariamente no campo de alto rendimento. Podemos ter somente categorias de base em alguns esportes, esperando um melhor momento para que possamos montar projetos ganhadores que sejam autofinanciáveis, já que não abrimos mão de, em qualquer competição de alto nível, entrar para ganhar. Para todos os esportes olímpicos, temos que nos organizar de forma competente para arrecadar os recursos necessários – através do aproveitamento de leis de incentivo fiscal (por que não criar um grupo especialista no assunto, como existem no Minas Tênis e Pinheiros?), atração de patrocínios via credibilidade de quem negocia (esse é o grande trunfo de nossa chapa), conquista de maior número de sócios (campanha competente de sócio-torcedor e outros) e/ou garantia de maior freqüência nas escolinhas (conseqüência de um clube mais forte). Aos atletas e técnicos, a certeza que nosso compromisso é com a excelência. A condição para que o Flamengo participe de uma competição de alto nível é que as equipes tenham a estrutura de preparação disponível e o compromisso inegociável com a vitória. Nas categorias de base e nas escolinhas, nossa meta sempre será a boa formação da pessoa e do atleta, exatamente nessa ordem. Com planejamento estratégico, execução profissional e fim da interferência amadora, as chances de alcançarmos os resultados esperados aumentarão exponencialmente.

domingo, 18 de novembro de 2012

Entrevista: José Neto, Técnico de Basquete do Flamengo

O Flamengo contratou para técnico de sua equipe adulta masculina de Basquetebol José Neto. Confira a entrevista com ele.

ER: Como você começou no Basquete?
JN: Comecei jogando na escola, em minha cidade, Itapetininga, interior de SP.  Tinha 12 anos e logo depois fui jogar pela equipe da cidade nas disputas de campeonatos regionais e estaduais.

ER: Você começou no Paulistano (SP), passou por Palmeiras (SP) e Joinville (SC). Sua vinda para o Flamengo é o melhor momento de sua carreira?
JN: Em cada equipe tive um momento especial. Todas as equipes que passei foram importantes para o meu crescimento profissional e pessoal. Vir para o Flamengo sem dúvidas foi um grande momento. Vejo como um estímulo para continuar trabalhando e melhorando a cada dia. 

ER: Voce já se adaptou à vida no Rio de Janeiro?
JN: Estou me adaptando muito rapidamente, já que a cidade é realmente maravilhosa! Fui muito bem recebido no Flamengo e trabalhar com grandes profissionais dentro e fora da quadra facilita muito esta adaptação.

ER: Qual a estrutura para o basquete que você encontrou na Gávea?
JN: O Flamengo é um clube esportivo. Tem o esporte na sua essência. Várias modalidades do clube utilizam uma estrutura para trabalhar com a elite. No basquete não é diferente. Nos últimos anos, o basquete do Flamengo é uma das referências da modalidade no país. Pode ser ainda melhor e estas melhorias já estão sendo trabalhadas dentro das possibilidades do clube. Atualmente, o Flamengo disputa todas as categorias de base no basquete, ou seja, uma raíz que esta cada vez mais forte. O corpo técnico de todas as categorias é formado por técnicos, assistentes, preparadores físicos, fisioterapeutas, médicos, roupeiros, supervisor e uma diretoria presente e atuante. Todos os profissionais possuem condições satisfatórias para desempenhar suas funções. 

ER: O que é diferente na estrutura entre a do Joinville (SC), time que você dirigiu em 2011/12, e a do Flamengo?
JN: Em Joinville também tive todo o apoio e condições para poder desenvolver o trabalho. Algumas poucas diferenças, visto que o Joinville não é um clube e não tem suas instalações próprias. No entanto, tem o apoio da prefeitura e de algumas empresas da cidade que oferecem suas instalações para que a equipe possa treinar e jogar. 

ER: Qual a sua avaliação do elenco rubro-negro?
JN: Um elenco onde conseguimos mesclar bem a experiência e a juventude. Excelentes jogadores compõem o time. O desafio maior é conseguir formar um grande grupo com esses grandes jogadores. Pelo perfil deles e pelos treinamentos tenho certeza de que isto é possível. Procuramos trazer jogadores versáteis para compor o elenco, ou seja, jogadores que podem atuar em mais de uma posição. Acredito que esta é uma necessidade do basquetebol moderno pois cada vez mais as equipes se estudam e quanto mais previsivel atuamos, mais difícil será de obter sucesso.

ER: O elenco está fechado ou o Flamengo ainda busca mais algum reforço?
JN: Ainda estamos avaliando a necessidade de trazer algum outro reforço. Por enquanto vamos disputar os torneios iniciais com esta equipe. Como temos somente um estrangeiro (Kojo), temos esta opção caso decidamos reforçar a equipe.

ER: No momento desta entrevista, você ainda não teve contato com a torcida rubro-negra. Você está ansioso por este encontro?
JN: A torcida do Flamengo, sem dúvida nenhuma é uma marca registrada! Como adversário sempre comentava: impressionante como eles não param e empurram o time do começo ao fim! Muitas vezes, quando ia assistir as partidas, voltava pra casa com as músicas na cabeça. É contagiante!

ER: O Flamengo disputará um mínimo de 46 e um máximo de 73 partidas oficiais na temporada 2012/13 (incluindo Estadual, Brasileiro, Liga Sul-Americana e provavelmente Liga das Américas e Torneio Interligas). Dá para conciliar todas as competições ou você pretende priorizar alguma delas?
JN: O Flamengo vai sempre entrar na quadra com o seu melhor. Já fizemos uma periodização da equipe buscando dar todas as condições para que os jogadores possam desempenhar o seu melhor na temporada. Claro que nao é possivel estar 100% sempre, mas temos profissionais competentes para avaliar, detectar e já recuperar a equipe para que possa estar mais próxima do ideal.

ER: O Brasileiro terá agora 18 times. Você acha este número excessivo ou é um bom número?
JN: Não vejo como um número excessivo. Acredito que é um momento de termos esta quantidade de equipes. Logo teremos o a Segunda Divisão e a competição vai ficar ainda mais interessante. 

ER: Como você vê o fato da Final do Brasileiro ser disputada em apenas uma única partida, em vez de uma melhor de cinco ou de sete jogos?
JN: Também vejo como necessário para o momento. Claro que do ponto de vista técnico, desportivamente, seria melhor um playoff final (5 jogos), mas ter uma final em TV aberta é um investimento para a modalidade e para a Liga. 

ER: Não sei se você conhece os ginásios do Rio mas gostaria de saber se você tem alguma preferência por onde jogar. Na Gávea? No Tijuca? No Maracanãzinho? Outro ginásio?
JN:O ideal seria jogar onde treinamos. Atualmente não é possivel ser assim. Todas estas quadras citadas são boas: Tijuca, Maracanãzinho, Arena HSBC. Não tenho ainda uma preferência. Acredito que quando conhecer melhor vou poder falar com mais certeza.

ER: Como é sua relação com o diretor de basquete Arnaldo Szpiro, com a Vice-Presidente de Esportes Olímpicos Cristina Callou e com a Presidente Patrícia Amorim?
JN: Primeiramente, respeito uma hierarquia e portanto tem todo o meu respeito. Além disso, vejo todos muito participativos e comprometidos com a melhora do basquete no clube, ou seja, temos os mesmos objetivos. Sendo assim não tem como a relação não ser boa.

ER: O time adulto ainda está em pré-temporada mas a base tem jogado constantemente pelo Estadual. Você está conseguindo observar os jogadores juvenis?
JN: Fico praticamente o dia todo no clube. Gosto de ver a base. Tenho acompanhado o trabalho e alguns jogos destas categorias. Logo mais começa a LDB (Liga de Desenvolvimento do Basquete) que tem o Flamengo como campeão. Temos no nosso elenco, oito jogadores que ainda são sub-22 que podem contribuir muito nesta categoria visando o bicampeonato. 

ER: Como será enfrentar teus ex-clubes no Brasileiro?
JN: Todos os clubes que passei deixei e trouxe comigo boas lembranças que servem para a gente contar historias (risos). Durante os jogos o foco é exclusivamente no trabalho para o jogo e na vitória, independente do adversário.

ER: Gostaria de deixar um recado final para a torcida rubro-negra? 
JN: Vamos ser o motivo de vocês não pararem um minuto! Um time com raça e coração assim como vocês merecem! Vai para cima deles, Mengo!!!!

domingo, 11 de novembro de 2012

Entrevista com o Diretor de Basquete do Tijuca, Gustavo Carvalho

Gustavo Carvalho é diretor de Basquetebol do Tijuca Tênis Clube desde 2010, ano em que o clube voltou a disputar a categoria adulta. Nesta entrevista ele fala um pouco do basquete tijucano, seus projetos e a realidade.

ER: Gustavo, pode nos contar um pouco de sua tragetória até chegar a diretor de basquete do Tijuca Tênis Clube?
GC:  Sempre admirei o esporte e joguei quando mais novo pelo Mackenzie (do Rio) e também participava de jogos escolares. Em 2007, meu filho mais velho começou a praticar Basquete no Club Municipal e em 2009, recebeu um convite para jogar no Tijuca Tênis Clube. Fomos muito bem recebidos pelos técnicos e atletas. Sempre ajudei os técnicos nas viagens dos times até formar uma associação de pais para capitalizar recursos, assim ajudando jogadores de fora do Rio com alimentação, escola, curso de inglês e ajuda de custos. Assim, fui convidado pelo meu Vice-Presidente João França a ser Diretor de Basquete do Tijuca Tênis Clube.

ER: O Tijuca voltou a investir na equipe adulta masculina em 2010. Da onde veio a motivação para tal?
GC: Meu supervisor Leonardo Baideck me trouxe essa idéia em 2010 de formar um time adulto para disputar a Copa Sudeste. Comprei a idéia dele e levamos ao Presidente Paulo Maciel que gostou do nosso projeto e assim viabilizando um recurso para formamos uma equipe.

ER: O Tijuca teve que passar pela 2a Divisão (Supercopa Brasil) para chegar ao Novo Basquete Brasil (NBB). Você acha justo equipes que não disputaram a 2a Divisão, casos de Ceará (CE) e Suzano (SP) entrarem direto no NBB?
GC: Não, não acho justo. Acho que todas as equipes que queiram participar da liga nacional NBB, deveriam passar por tudo que passamos também.

ER: O Tijuca demorou a se mexer no mercado de contratações por causa da demora da prefeitura em renovar o patrocínio. Em que isso prejudicou o clube?
GC: Verdade, demoramos a fecharmos com alguns jogadores pelo fato dos problemas burocráticos do nosso patrocínio máster. Nosso prejuízo maior esta sendo a pré-temporada que estamos atrás 30 dias de outras equipes.

ER: Qual a folha salarial mensal do time adulto do Tijuca? 
GC: Em torno de R$ 120 mil mensais.

ER: Além da prefeitura, quais os outros patrocinadores do time?
GC: Prefeitura Do Rio de Janeiro e Mercado Zona Sul "atende".

ER: O Tijuca trouxe Fred (Flamengo), Bruninho (UNICEUB/DF), Wanderson (Franca/SP), César (Liga Sorocabana/SP) e Renan Leichtweis (do estrangeiro), além de renovar com Arnaldinho, Marcellus e Rodrigo Bahia. O que esperar deste elenco na temporada 2012/13?
GC: Espero que com a base de Arnaldinho, Marcellus e Bahia e mais a chegada dos novos jogadores, esperamos fazer um bom campeonato e atingir nossa meta e objetivos para essa Liga.

ER: O técnico Miguel Ângelo da Luz consegue observar as categorias de base do clube?
GC: Esse ano, nosso Coach Miguel Ângelo observando jogadores das categorias de base está levando cinco deles para compor o elenco da nossa equipe adulta. São quatro jogadores juvenis e um jogador do Infanto. Todos estes cinco jogadores têm passagens por seleções estaduais e brasileiras.

ER: Dá para chegar aos Playoffs do Campeonato Brasileiro?
GC: Sim, dá para chegarmos aos playoffs. Toda a comissão técnica está muito otimista com essa nova equipe, com essa nova família tijucana. Playoff é o nosso maior objetivo.

ER: No Campeonato Estadual, teoricamente o Tijuca é a segunda força, perdendo apenas para o Flamengo. Dá para vencer o Flamengo e conquistar o Estadual?
GC: Muito difícil! O Flamengo montou uma belíssima equipe esse ano para disputar o NBB5. Considero uma das favoritas ao título.

ER: Quantos alunos o Tijuca tem na escolinha? Há meninas na escolinha?
GC:  Em torno de 120 alunos. Para o ano de 2013 estamos com um novo projeto para escolinhas e tenho a meta de dobrar o número no ano que vem. Sim , temos meninas.

ER: Por que o Tijuca não tem equipes femininas disputando o Estadual?
GC: A antiga diretoria de Basquete achou por melhor acabar com a equipe feminina de basquete por falta de recursos.

ER: O Flamengo costuma mandar seus jogos no ginásio do Tijuca. O clube arrecada com o aluguel do seu ginásio ou é cedido sem custo?
GC: Há um acordo entre as equipes. No NBB4, o Flamengo cedia toda a renda em troca do aluguel do ginásio. Para o NBB5, ainda não conversamos.


ER: Para o Tijuca é bom ou é ruim ver o Botafogo voltar a investir no basquete masculino adulto?
GC: É ótimo! Todos os grandes clubes, principalmente os de camisa, deveriam investir no basquete. Gostaríamos de ver Fluminense, Vasco e outras equipes de volta.

ER: Deseja deixar um recado final para a torcida alvirrubra?
GC:  Meu recado seria um pedido. Gostaria do apoio dos sócios do clube, dos moradores da Tijuca e de todos as pessoas que gostam do esporte: que apóiem e torçam para o nosso basquete. Para a torcida alvirrubra, eu conto com o apoio de vcs.

domingo, 4 de novembro de 2012

Entrevista com Djan Madruga, Atleta Olímpico

Djan Madruga, recordista e medalhista olímpico relembra um pouco de sua carreira, fala da Academia Djan Madruga e faz uma análise da Natação brasileira atual. 


ER: Djan, como você começou na Natação?
DM: Comecei aos seis anos porque me afoguei na Praia de Copacabana e meus pais concluíram que era importante para minha sobrevivência, visto que a praia era o nosso playground.

ER:Quando percebeu que seria um atleta de ponta?
DM: Aos 15 anos, quando quebrei meu primeiro récorde sul-americano de adultos e fui convocado para a minha primeira seleção brasileira.

ER: Por que você se especializou no etilo livre?
DM: Na verdade, isso só aconteceu nessa época (15 anos) ,mas antes nadava costas e medley, e mais tarde, voltei para estes estilos sendo inclusive finalista olímpico de 400 medley.

ER: O que mais te marcou em sua carreira: o récorde olímpico de 1976 ou a madalha de bronze de 1980?
DM: Ambos foram muito marcantes mas sem dúvida a medalha olímpica foi mais importante.

ER: O que mudou na Natação da sua época para a de hoje?
DM: a tecnologia, o profissionalismo , a disponibilidade de informação via web e o treino, que ficou menor e mais objetivo.

ER: Por quais clubes você competiu ao longo de sua carreira?
DM:  Comecei no Botafogo. Depois, o maior período foi no Fluminense. Estive no Minas TC, de Belo Horizonte, na Universidade de Indiana, Mission Viejo e terminei no Vasco da Gama. Hoje, nado master pela Academia Djan Madruga.

ER: Pelos clubes, qual foi seu momento mais marcante?
DM: Sem dúvida ajudar o Fluminense a ganhar o Troféu Brasil de 1978, quando venci 12 provas, 9 individuais e  os revezamentos.

ER: Como você vê a Natação do Rio hoje em dia?
DM: Muito melhor do que na minha época, quando os pais eram cronometristas voluntários. Hoje, todos os juízes são profissionais, há placar eletrônico em todas as etapas, bem diferente da cronometragem manual de então.

ER: E como você viu o desempenho da seleção brasileira em Londres 2012?
DM: Cumpriu bem seu papel trazendo medalhas. Não foi tão ruim como andaram divulgando na mídia. Podia ter sido melhor? Claro, mas também podia ter sido pior como a maioria dos esportes que não trouxeram medalhas para o Brasil.

ER: Na sua opinião a CBDA continua a fazer um bom trabalho ou é necessário termos uma renovação?
DM: O trabalho da atual gestão é muito bom. O pessoal não tem noção do que é uma gestão ruim na Natação. Como eu vivi décadas disso, acredito que a história vai fazer justiça à gestão do Coaracy, mas também é óbvio que precisa haver renovação e ele tem ciência disso e com certeza vai conduzir esse processo no devido tempo.

ER: Qual o objetivo da Academia Djan Madrugada? Seria disputar e conquistar títulos com seus atletas?
DM: Nosso objetivo é ensinar a nadar certo com qualidade de vida. No fundo, tenho uma obrigação com a vida de ensinar os outros a nadar pelo meu afogamento aos 6 anos e temos ajudado milhares de crianças, adolescentes e adultos nesses 14 anos de existência .Quando surgem talentos para competição damos a atenção necessária para que se desenvolvam.

ER: A Academia Djan Madrugada tem revelado bons talentos?
DM: Volta e meia vejo alguém que começou conosco numa seleção brasileira ou no exterior. Agora mesmo, no mês passado, tivemos um garoto de 16 anos, o Rodrigo Corrêa Filho, que foi ao Mundial Júnior de Maratonas Aquáticas, no Canadá.

ER: Você ainda tem a parceria com o América ou ela acabou? Por que acabou?
DM: Acabou. É um processo normal de mudança quando assume uma nova diretoria nos clubes. Já tivemos varias situações assim. Faz parte do negócio.

ER: O que você espera da natação brasileira no Rio 2016?
DM: Uma atuação um pouquinho melhor que a de Londres mas não muito.

ER: Deseja deixar um último recado para a torcida brasileira?
DM: Apoiem a Natação, pois já conquistamos 13 medalhas olímpicas desde 1952 e apesar de não sermos dos esportes mais praticados no país, temos tido sucesso e mostrado muita raça! Mas vocês e seu familiares podem também praticar pois com certeza perto de voces tem um clube, escolinha ou uma academia oferecendo esse fantástico esporte.

domingo, 28 de outubro de 2012

Entrevista com Karol Archanjo, Atleta do Fluminense FC Guerreiras

Karol Archanjo é uma das jogadoras que fazem parte do elenco do Fluminense FC Guerreiras, o time de futebol americano de praia do Tricolor. Nesta entrevista, ela nos conta sobre como surgiu o time e a parceria com o Fluminense e torce para que mais meninas pratiquem o esporte.


ER: Como surgiu a idéia de criar o Fluminense Guerreiras?
KA: Surgiu da parte administrativa do Fluminense, que tem um time masculino e queria ter um time feminino também.

ER: Em 2011, só tínhamos três times (Botafogo, Saquarema Big Riders e Vasco). Da onde vieram as meninas do Fluminense?
KA: Bom, depois da decisão de ter um time feminino, convidaram o Diego Slaxis, que era head coach do Vasco da Gama na época, para ser o head coach do Fluminense. Ele se disponibilizou mas, disse que já tinha uma equipe. Então, ele levou com ele as suas meninas.

ER: Como o clube abraçou a idéia de patrocinar a nova equipe?
KA: Inicialmente as coisas foram bem complicadas, pois por não se tratar de esporte olímpico, o setor que cuida dos outros esportes dentro do clube criava uma resistência e praticamente ignorava a nossa existência. A idéia hoje é que o Futebol Americano seja mais uma ferramenta de Marketing, ligado tanto ao setor de Marketing do Clube quanto aos Esportes Olímpicos.

ER: O que o Fluminense oferece ao time?
KA: O uso da marca. Está sendo pleiteado o licenciamento de produtos para distribuição em canais oficiais. Cabe lembrar que o Fluminense FC está enxugando seus esportes e o Futebol Americano está indo na mão contrária e está se inserindo cada vez mais no clube. A conquista de vitórias e títulos em todas as categorias cativa a torcida.

ER: No passado, o Fluminense tinha o Gorillaz, time masculino que acabou. O time feminino terá continuidade?
KA: Com certeza o Fluminense Guerreiras terá continuidade!

ER: Já há algum planejamento para 2013 por parte do time? Será que teremos novas equipes no Carioca Bowl?
KA: A princípio, os campeonatos de sempre e um que disputamos pela primeira vez este ano. Estes seriam o Brasileiro de Flag, o Carioca Bowl e o Saquarema Bowl. Estamos à disposição de outros campeonatos que ocorram ao longo do ano. Esperamos sim, que novos times se inscrevam.. Há esperança de novos participantes. São eles Falcões (feminino), Hammergirls e Wolves, que surgiram este ano.

ER: O Carioca Bowl foi disputado na primeira metade do ano. O que o time faz ao longo de todo o segundo semestre?
KA: Não paramos de treinar. Disputamos recentemente o Saquarema Bowl. Agora, estamos de férias, mas em outubro, já voltaremos a treinar. Vamos continuar treinando na praia para não perder entrosamento e sim melhorar. Treinaremos flag, já que temos um campeonato em vista (apesar de ainda não termos confirmação).

ER: As meninas do Fluminense também jogam Futebol Americano na grama?
KA: Estamos nos equipando ainda. Hoje, no time, temos apenas dez meninas equipadas, mas temos em vista começar a treinar na grama. Mas, para os campeonatos de grama que aparecem sem ser com equipamento estamos disponíveis.

ER: Onde são os treinos do time? Como uma menina pode entrar para o time?
KA: Treinamos na Praia de Copacabana, no Posto 4, exatamente na Rua Constante Ramos às 15:00. COmo fazer? Simples: só aparecer! Estamos sempre disponíveis e de portas abertas. Qualquer dúvida podem entrar no Grupo Fluminense Guerreiras no Facebook e entrar em contato com qualquer jogadora.

ER: Qual a estrutura do time? Quantos técnicos tem? o clube oferece as Laranjeiras para aprimorar a parte física?
KA: O que deve sempre ficar claro é que o Fluminense FC tem tratado com a empresa Imperadores Futebol Americano e o Fluminense libera o uso da marca e a Imperadores Ltda. cuida e administra uma equipe de Futebol Americano, a qual está atrelada a marca Fluminense. Em quanto o CT do clube não ficar pronto, não há espaço físico, nem profissionais o suficiente para atender mais de 100 atletas que o Futebol Americano abriga hoje. Por isso, as equipes buscam apoios externos no sentido de preparação física, já que conta-se com uma série de profissionais de educação física e fisioterápico no grupo.

ER: Deseja deixar um recado para os torcedores do Fluminense e amantes do Futebol Americano de Praia?
KA: Para os torcedores: acompanhem o Futebol Americano Feminino e Masculino. É só ver as atualizações de ambos no Facebook. Participem, torçam por nós também! As Guerreiras e os Imperadores com certeza vão saber agradecer o apoio. Será muito bom ter todos vocês torcendo por nós. E para os amantes do Futebol Americano na Praia: Não vamos deixar morrer isso tudo! Amamos muito este esporte e demoramos para chegar aqui. Não vamos retoceder! Sâo as origens do Futebol Americano no Brasil. Vamos evoluir!

domingo, 21 de outubro de 2012

Entrevista com Solon Santos, Atleta Olímpico

Solon Santos disputou pela seleção brasileira os Jogos Olímpicos de 1984. Foi a última participação do Pólo Aquático nacional em Jogos Olímpicos. Hoje, ele forma novos talentos na Rocinha. Confira esta entrevista exclusiva que ele nos deu.

ER: Solon, como você começou no Pólo Aquático?
SS: Eu comecei em 1973 no Botafogo com o técnico Edson Perri (o Barriga), que era técnico principal e amigo do meu falecido pai, Álvaro Augusto dos Santos, que tinha jogado com ele no Guanabara. Eu estava na praia do Leme e ele me convidou para fazer um teste na escolinha do Botafogo, no Mourisco Pasteur. O técnico era o falecido César Mesquita.

ER: Quando percebeu que seria um atleta de ponta?
SS: Quando comecei a gostar de treinar e jogar pelo Botafogo. Passei de defensor para atacante e me comecei a me destacar fazendo gols.

ER: Por quais clubes você atuou?
SS: Joguei pelo Botafogo, pela Gama Filho, pelo Flamengo e pelo Fluminense.

ER: O que mudou no Pólo Aquático do Rio dos anos 80 para hoje?
SS: Acho que mudou muito. Tínhamos mais times. Com a globalização, os garotos estão tendo vários outros atrativos, como outros esportes que foram sendo criados. Isso atrapalhou muito os atletas se dedicarem integralmente ao Pólo Aquático, que treina todos os dias. Acho que uma das saídas para se conseguir mais praticantes nas categorias de base é fazer os treinos segunda, quarte e sexta. 

ER: Qual foi o momento mais marcante da sua carreira?
SS: Com certeza foi estar no desfile de abertura dos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984 e participar de uma Olimpíada.

ER: Nos Jogos Olímpicos de 1984, o Brasil perdeu para Espanha e Estados Unidos e empatou com a Grécia. Dava para ter se classificado ou era impossível?
SS: Acho que como era feita a preparação era impossível. Chegamos a fazer jogos muitos bons e com certeza não ganharíamos da Espanha, nem dos Estados Unidos. Mas da Grécia, com certeza! Não se viajava para fazer treinamentos. Só para competições oficiais e nossa ida ao Pré-Olímpico de Roma, na Itália, foi todo custeado pelo João Havelange que na época, a CBN (Confederação Brasileira de Natação) não tinha esse recurso todo que tem hoje a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). Também tivemos o desfalque do Ayrton Pontes Carvalho e do Marcus Vinícius França Magalhães, que jogaram o Pré-Olímpico e foram cortados por terem dado uma entrevista quando retornaram ao Brasil reclamando de como foi feita a preparação e terem pedido dispensa do Sul-Americano Sênior de 1984, no Rio; e do Gilberto Guimarães, que era goleiro e tinha participado do Pan de 1983 e Universíade 1983 e também foi cortado. Com certeza fizeram muita falta nas Olimpíadas, pois eram três jogadores fora de serie. Mesmo assim, o Carlos Carvalho, que era nosso capitão, tinha retornado depois de não poder participar do Pré- Olímpico. O que mais me impresiona hoje em dia é a quantidade de viagens e treinamentos pelo mundo que Brasil faz e o nosso pólo aquático não consegue resultados expressivos e nem se classifica para os Jogos Olímpicos! Vemos o Canadá se organizar e conseguir participar das Olimpíadas e nós, mais uma vez, ficamos de fora. Até o Rio 2016 lá se vão 32 anos longe das Olimpíadas!

ER: No Torneio de Consolação, o Brasil perdeu para Itália, China e Japão e conseguiu um novo empate contra o Canadá, terminando assim na 12a e última posição. Ter chegado à Olimpíada já tinha sido uma grande conquista?
SS: Com certeza termos chegado às Olimpíadas, sabendo que vários países ficaram pelo caminho, é uma certeza de que nosso feito foi grande, ainda mais se pensarmos que só voltaremos 32 anos depois a disputar e...por ser o pais sede dos Jogos Olímpicos! O jogo contra a Itália foi nosso pior jogo nessa Olimpíadas. Nossa tática não conseguiu fluir e perdemos por 12 a 4. Mas não podemos esquecer que na Itália estava jogando o maior jogador do mundo: Giane Demagistre. O jogo contra a China nós perdemos de 11 a 10, numa partida muito igual em que poderíamos ter ganho.  Já o jogo contra o Japão, o nosso treinador Edson Perri começou a partida sem os titulares e o Japão abriu 8 a 1. Depois, ele colocou os melhores a partir do terceiro quarto e perdemos de 9 a 8. Com certeza poderíamos ganhar deles, pois eles tinham perdido para nós no Pré-Olímpico.

ER: O "Futebol das Piscinas" como muita gente chama é muito popular em alguns países. Não é no Brasil. Você já encontrou uma explicação do porquê disso?
SS: Com certeza o Brasil, por não ter cultura de esportes que têm pouca visibilidade na mídia, e por ser um esporte que está dentro da CBDA, em vez de ter a sua própria confederação de Pólo Aquático.

ER: Em 2016, serão 32 anos sem o Brasil na Olimpíada. Faltou incentivo da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA)? Perguntamos isso porque a CBDA divulga e investe muito na Natação e percebemos que os demais esportes da entidade ficam em segundo plano.
SS: Não acho que faltou incentivo. Faltou sim um plano estratégico para nosso esporte e deixar de lado um pouco de política. Em que as pessoas poderiam ajudar muito, por estarem dentro do contexto do nosso esporte? Estão afastadas por que? Será que não seriam muito utéis com sua experiência? Falo isso porque nunca tive uma chance de mostrar meu trabalho na CBDA. Por que isso? Se onde eu passei sempre tive resultados e continuo tendo até hoje em dia, no projeto Rio 2016 e com o Grupo do Master Rio Brasil que acabou ser vice-campeão Mundial em Ricionne, na Itália, agora em Agosto de 2012? Sabe o que os gringos me perguntam? Por que vocês representam tão bem o Brasil pelo mundo com sua equipe master e não conseguem os mesmos resultados com a seleção nacional? Ninguém aprende depois de velhoa a jogar! Existe sim um plano estratégico em nosso grupo de master para podermos ter nossos resultados.

ER: Dos anos 80 para cá, passaram pelo Pólo Aquático do Rio clubes e times como América, Guanabara, Vasco da Gama, Tijuca Tênis Clube, que desistiram do esporte. Restaram apenas dois no feminino (Botafogo e Flamengo) e três no masculino (Botafogo, Flamengo e Fluminense). O que fazer para trazer de volta estes clubes ao Pólo Aquático?
SS: Tem que ser feito um projeto de massificação do Pólo Aquático no Rio de Janeiro, encontrando locais para pratica do Pólo Aquático, mesmo que seja de uma forma lúdica com piscina rasa. Fazer uma parceira com FARJ junto ao Governo Federal, Estadual e Municipal em que Clubes e Escolas receberiam os equipamentos necessários para pratica e formando treinadores que irão ensinar os primeiros fundamentos para pratica do pólo aquático.

ER: Você se recorda de algum outro time que tenha investido e depois desistido do Pólo Aquático?
SS: O Canto do Rio e o Caio Martins, ambos de Niterói, o Internacional e o Boqueirão do Passeio também participaram de Campeonatos Estaduais.

ER: A Federação Aquática do Estado do Rio de Janeiro não consegue desenvolver o esporte no interior. Há tantas piscinas em tantos clubes e não há um time no Estadual, nem uma escolinha aberta. É possível reverter este quadro de quase abandono do esporte no estado?
SS: Com certeza, foi o que duas perguntas acima. Falta um pouquinho só de boa vontade e deixar de lado a politica.

ER: Como você vê a situação do Pólo Aquático hoje no Rio, que é a cidade sede da próxima Olimpíada?

SS: O Pólo Aquático está agonizando e se continuar desse jeito quando passar os Jogos Olímpicos não sei se vai ter mais equipes no Rio!

ER: Conte-nos um pouco do projeto do Pólo Aquático na Rocinha, do qual você é o coordenador. Ele tem quantos alunos? Ele é gratuito? Qual a estrutura disponível para as crianças na Rocinha? Em breve teremos equipes disputando os Estaduais?
SS: O Projeto Rio 2016 é um projeto do Estado em que está desenvolvendo os esportes em vários núcleos e complexos esportivos. Fui chamado para coordenar junto com Marcello Cassiano, treinador, o Pólo Aquático no Complexo Esportivo da Rocinha e introduzí-lo para as crianças da comunidade. No início, tive um grande problema em ensinar a Natação para pratica do Pólo Aquático. Mas depois de dois anos, vejo que podem ser formados vários atletas para que num futuro bem próximo representem o nosso pais em competições pelo mundo. Qualquer criança de 10 a 17 anos, pode fazer parte de projeto sem custo nenhum e não precisa ser da comunidade da Rocinha. Como as aulas são às terças e quintas e a piscina é rasa, não vejo como formar equipes para participar de campeonatos. Acho que o projeto é fazer o aluno tomar gosto pelo esporte e depois ir para um clube de alto rendimento para virar um atleta de ponta, como alguns atletas do Complexo Esportivo da Rocinha fizeram e hoje já são campeões Estaduais e Brasileiro pelo Flamengo.

ER: A estrutura do Pólo Aquático na Rocinha é a mesma que as dos clubes da cidade? Qual o clube que tem a melhor estrutura hoje em dia para a prática deste esporte?
SS: Com certeza, a estrutura que tenho na Rocinha é boa para a introdução ao Pólo Aquático. Mas as dos clubes são superiores, pois têm piscinas maiores e fundas, com salas de musculação. Acho que o melhor clube em estrutura é o Fluminense, que tem toda estrutura e equipamentos necessários e ainda investe no que tem de melhor no mundo. Isso graças a uma parceria que ele tem de patrocino de um banco de Investimento, que lhe dá todo suporte financeiro para as equipes e comissões técnicas.

ER: Além de meninos, há meninas também aprendendo a jogar Pólo Aquático na Rocinha?
SS: O Grupo é formado por meninos e meninas que treinam juntos. As meninas são interessadas  e estão melhorando, ao ponto de realizar coletivos e ganharem dos meninos.

ER: Qual o teu sonho com o projeto da Rocinha? 
SS:  É poder ver os atletas jogarem e representar o Brasil, como eu fiz por vários anos. E quem sabe uma Olimpida?

ER: Deseja deixar um último recado para quem acompanha o Pólo Aquático?
SS: Meus sonhos antes de eu morrer: ver o nosso Pólo Aquático sendo praticado e jogado por todo o território nacional!

domingo, 14 de outubro de 2012

Entrevista com Tiago Camilo, Atleta Olímpico

Tiago Camilo é judoca do EC Pinheiros (SP) e da seleção brasileiro, sendo um dos principais judocas nacionais da atualidade. Confira a entrevista que fizemos com ele.

ER: Tiago, como você começou no Judô?
TC: Comecei com 5 anos em Bastos com o incentivo do meu pai.

ER: Quando percebeu que seria um atleta de ponta?
TC: Com 14 para 15 anos eu decidi que era isso que eu queria fazer, lutar em uma Olimpíada. Ser atleta de ponta foi conseqüência de todo o trabalho até aqui.

ER: Qual medalha te marcou mais: a prata olímpica ou ouro no Mundial?

TC: Cada medalha tem seu sentimento e sua importância e as duas tem um peso muito importante na minha carreira.

ER: Estas medalhas também foram o momento mais marcante de tua carreira?
TC: Toda grande conquista sempre marca a carreira de um atleta e não foi diferente.

ER: Hoje você compete pelo EC Pinheiros (SP). Por quais clubes você passou ao longo de sua carreira?
TC: Eu passei pelo Volkswagen Clube (SP), A.D. São Caetano (SP), Sogipa (RS) e hoje estou no Esporte Clube Pinheiros.

ER: Você acredita que o Pinheiros tenha a melhor estrutura do Brasil para os judocas de alta performance?
TC: Sem dúvida alguma. É a melhor estrutura do Brasil.

ER: Quais os clubes favoritos para conquistar o Grand Prix deste ano?
TC: Esporte Clube Pinheiros, Minas Tênis Clube, São Caetano e SOGIPA.

ER: Como você viu o desempenho do judô brasileiro em Londres 2012?
TC: O Brasil teve o melhor desempenho de toda a história.

ER: Em Londres 2012, você venceu as três primeiras lutas e perdeu as duas seguintes. Dava para ter ido mais longe? O que aconteceu?
TC:  Em Olimpíadas, as lutas são decididas por detalhes e ter saído de lá sem medalha foi muito triste para mim mas de toda derrota se tira um aprendizado.

ER: Você acredita que o Judô brasileiro possa ter um desempenho melhor no Rio 2016? 
TC: Acredito, se fizer os investimentos necessários e corretos.

ER: Você já está com 30 anos. Vai tentar uma vaga na próxima Olimpíada?
TC: Vou tentar mais uma Olimpíada. Lutarei até 2016.

ER: O que pretende fazer depois de encerrar sua carreira como judoca?
TC: Ainda não decidi mas trabalharei no desenvolvimento do esporte.

ER: Deseja deixar um recado final para a torcida brasileira?
TC: Acompanhem e torçam para os atletas brasileiros na preparação dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

domingo, 7 de outubro de 2012

Entrevista com Janeth Arcain

Janeth é um dos maiores nomes da história do basquete feminino do Brasil. Campeã Mundial de 1994 e Medalha de Prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996, ela vestiu a camisa do Vasco da Gama e desfilou pelas quadras fluminenses no início dos anos 2000, conquistando Campeonatos Estaduais, Campeonato Brasileiro e Liga Sul-Americana. Veja a entrevista que ela nos deu abaixo. A foto é da Confederação Brasileira de Basktball.

ER: Janeth, você já foi jogadora e agora é técnica e diretora do Instituto Janeth Arcain. Qual das três te deu ou te dá maior prazer?
JA: Todas as três.

ER: E qual das três funções é a mais difícil na tua opinião?
JA: A de diretora.


ER: Você atuou por dez clubes ao longo de sua carreira. Qual destes todos mais te marcou?
JA: O Piracicaba (SP).


ER: Defender a seleção brasileira era diferente que jogar em um clube? Por que?
JA: Na seleção você está representando milhões de brasileiros e no clube apenas algumas pessoas.


ER: Você conquistou 10 títulos brasileiros e 4 sul-americanos pelos clubes. Qual destes foi o que mais te marcou e por que?
JA: O que mais me marcou foi a Olimpíada de Atlanta de 1996.


ER: O Brasil foi campeão mundial de 1994. Esta conquista foi a que mais te marcou?
JA: Não. Foi a Olimpíada de Atlanta de 1996.


ER: Qual foi o melhor time no qual você jogou? Seria o Houston Comets (Estados Unidos) de 1997 a 2000 ou seria a seleção brasileira de 1994?
JA: Seleção sempre é mais marcante e a 1996 foi a que mais marcou.


ER: Falando um pouco do Rio, pelo Vasco, você foi campeã da Liga Sul-Americana de 2002 e do Campeonato Brasileiro do ano anterior. O que mais te marcou em sua passagem pelo Rio de Janeiro e pelo Vasco da Gama?
JA: Não tive nada marcante pelo Vasco como atleta. Mas o Rio para morar e ter qualidade de vida é muito bom.


ER: Você ainda tem algum contato com dirigentes ou técnicos do Vasco?
JA: Não, nenhum.


ER: Em 2000, 2001 e 2003 o Vasco da Gama também foi Tricampeão Estadual. Mas desde 2007 que não é disputado o Estadual Adulto Feminino em nosso estado. Como você vê isso? É possível reverter este quadro?
JA: Infelizmente, é a realidade do nosso esporte e do país.


ER: O Rio sempre abraçou o basquete feminino. Nos anos 60, os ginásios lotavam para assistir à rivalidade entre Botafogo e Flamengo. Em 1998, Hortência levou seu time para o Fluminense e os ginásios lotavam em todos os jogos até o time vencer o Brasileiro. O mesmo seu deu no Vasco durante sua passagem. Por que você acha que os dirigentes dos clubes desistiram da modalidade?
JA: Realmente é dificil de dizer. Acredito que um dirigente poderia explicar melhor do que eu.


ER: O Instituto Janeth Arcain já está presente em quatro cidades de São Paulo. Você tem planos de abrir uma filial no estado do Rio?
JA: Já tive, mas por enquanto, não está mais nos planos.


ER: Quantas crianças participam das escolinhas do instituto?
JA: Em torno de 700.


ER: O IJA foi criado em 2002. Qual o maior talento revelado até agora?
JA: Damiris Dantas do Amaral.


ER: Você como técnica da seleção infantil acha que o Brasil de modo geral tem revaldos bons novos talentos ou você vê dificuldades em formar a seleção brasileira?
JA: Vejo uma melhora, mas não uma mudança, e infelizmente, temos algumas lacunas entre gerações.


ER: Deseja deixar um último recado à torcida brasileira?
JA: Obrigada pelo carinho e pela torcida ao longo dos anos!