O Presidente do Goytacaz FC, Jomar Garcia, atendeu a um pedido deste blog e falou sobre seu clube, o momento do futebol de Campos e os planos para o centenário do alvi-anil campista.
Gostaríamos de agradecer a Gustavo Rangel, da assessoria de imprensa do Goytacaz pela foto e pela realização da entrevista.
ER: Jomar, pode me contar um pouco de sua trajetória até chegar à Presidência do Goytacaz?
JG: Joguei no Goytacaz, como lateral-direito, de 1978 a 1990. Depois participei de algumas diretorias, sendo três vezes vice-presidente de futebol, até me eleger presidente no início desse ano, após a renúncia do presidente anterior.
ER: Quantos sócios em dia tem o Goytacaz hoje?
JG: Na verdade estamos fazendo um recadastramento de sócios e proprietários de cadeiras cativas e em breve teremos esses números precisos.
ER: Além da receita dos sócios, de onde vem a receita do Goytacaz?
JG: Alugúeis de nossas lojas ao redor do estádio, renda de jogos e patrocínio em propagandas estáticas e na camisa oficial. Sempre contamos também com a ajuda de amigos e abnegados.
ER: Existe alguma pesquisa que a torcida do Goytacaz é maior que a do Americano e a do Rio Branco em Campos ?
JG: Um instituto de pesquisa de Campos já fez esta pesquisa que comprovou que a maior torcida é a do Goytacaz. Além disso, é só andar pelas ruas e ver a quantidade de pessoas usando camisas do Goytacaz. Por fim, é só e ir aos estádios para ter a comprovação final nas arquibancadas.
ER: O Goytacaz deixou a 1a Divisão em 1991 (oficialmente em 1992). Já são 21 anos nas divisões inferiores. Este ano o Goytacaz tem chances de subir?
JG: Sim. O trabalho está sendo bem feito e a gente entra na disputa para vencer. Sempre! Respeitamos os adversários, mas queremos buscar nosso espaço e voltar à divisão de elite no futebol do estado.
ER: Por que o Goytacaz ficou tantos anos na 2a e 3a Divisões?
JG: Na vedade somente em 2011 passamos pela Série C. Mas não gosto de criticar gestões passadas. Estamos focando na nossa gestão para conseguirmos o acesso. O futebol mudou muito somente agora é que o clube está conseguindo acompanhar essa modernização.
ER: Na sua opinião, quantos clubes deveriam disputar a 1a Divisão? E a 2a Divisão?
JG: Vinte clubes na Primeira e vinte na Segunda.
ER: A fórmula de disputa da 2a Divisão é longa, com muitos jogos. Você concorda que esta é a fórmula de disputa ideal da Segundona?
JG: Acho que até certo ponto ela é válida, pois deixa os clubes em atividade por um bom período, empregando funcionários, jogadores, etc. Além disso, o comércio de vários setores ganha muito com o futebol em atividade: hotelaria, alimentação e serviços são bons exemplos disso. Deveríamos rever a situação de apoio financeiro que é o que nos faz maior falta e os clubes devem buscar alternativas viáveis para se manterem.
ER: O Goytacaz tem lucro com a disputa do Estadual da 2a Divisão?
JG: Não, mas as receitas obtitidas nos jogos em casa dá para pagar nossas despesas, que não são poucas.
ER: O Goytacaz consegue revelar bons jogadores nas categorias de base?
JG: Estamos reestruturando as categrias de base. Inclusive, estamos disputando todas as categorias dos campeonatos promovidos pela federação. Hoje, temos dois jogadores profissionais no elenco que vieram das nossas categorias de base: Wandinho e Carlos André. Ambos são titulares.
ER: Como você vê a atual situação do futebol de Campos? Durante os anos 80 e 90, a cidade chegou a ter dois clubes na 1a Divisão do Estadual. Além do Goytacaz estar afastado da elite, o Americano acabou de ser rebaixado. O que aconteceu em Campos?
JG: Não só Campos, como todo o futebol brasileiro atravessa bons e maus momentos. Acredito que é uma fase que pode passar logo. Mas com um pouco de planejamento, nosso futebol pode retornar aos tempos de glórias.
ER: Para o Goytacaz, o rebaixamento do Americano é bom, ruim ou indiferente?
JG: Certamente a queda do Americano não foi algo bom para o futebol de Campos. Ao lado de nossa apaixonada torcida, o Goytacaz está lutando há anos para sair da Série B, mesmo tendo montado bons elencos para isso. A cada campeonato que se inicia, encontramos forças para continuar seguindo em frente para buscar o tão sonhado acesso. Acho que o Americano têm condições de reverter este quadro, mas o caminho da Série B não é nada fácil. É um campeonato muito duro, longo e onde o rendimento do time tem que estar sempre em alta.
ER: Além do Futebol, quais outros esportes o Goytacaz pratica hoje? Há escolinhas destes esportes?
JG: Somente futebol. Estamos implantando ainda neste mês de abril escolinhas para garotos de até 15 anos. O Goytacaz é oriundo de remadores. Por isso, no ano de nosso centenário que será comemorado em 20 de agosto do corrente ano, estamos tentando implantar o remo em nossas fileiras. O Futsal também está nos nosssos planos para o segundo semestre.
ER: O clube tem como se beneficiar e ou investir em esportes olímpicos devido ao Rio 2016?
JG: Acredito que ainda não. Nosso foco é futebol e retornar o clube à elite do estado no futebol. Somente depois podemos pensar em algo assim, a começar pelo remo.
ER: Deseja deixar algum recado final para a torcida alvi-anil?
JG: A torcida pode aguardar muita dedicação e empenho de nossa parte para fazer o melhor para o clube. Aqui não temos vaidade e o primeiro nome é sempre o do Goytacaz. Podem acreditar em muito trabalho e honestidade.