O Esporte Rio conversou com George Joaquim, presidente do Bonsucesso, líder da terceira divisão do Campeonato Estadual. O clube rubro-anil vive realisticamente dentro de sua realidade que é comum a praticamente todos os clubes de fora da elite do futebol fluminense.
Bato-Papo com George Joaquim
ER: Quem é George Joaquim?
GJ: George Joaquim é um professor de Geografia de 54 anos e torcedor do tradicional clube da
região da Leopoldina do Rio de Janeiro que possui as cores mais belas do futebol carioca, o
Bonsucesso F.C. Desde janeiro de 2024 sou presidente do clube que aprendi a amar, herança de
família do meu querido avô Benjamim.
ER: Como o Bonsucesso sobrevive hoje em dia?
GJ: Sobrevive das mensalidades sociais e dos aluguéis das lojas que estão localizadas na sede do
clube e dos aluguéis de eventos no salão nobre.
ER: Quantos sócios em dia tem o clube e quanto custa a mensalidade?
GJ: Por volta de 100 pagantes entre titulares e dependentes. A mensalidade é de 60,00 para titulares
contribuintes e 30,00 para dependentes.
ER: Além do futebol, o clube oferece escolinha de alguma outra modalidade
esportiva? Futsal ou Natação, por exemplo?
GJ: Natação.
ER: Quais os benefícios para o associado do Bonsucesso? Há eventos na sede do
clube?
GJ: Os benefícios estão no uso da piscina e eventos.
ER: Qual o futuro da sede da Teixeira de Castro? Ampliar o estádio, construir
alguma estrutura nova?
GJ: Por enquanto estamos encaminhando projeto de revitalização do estádio, inclusive com
instalação de novos refletores.
Perguntas sobre o futebol
ER: Quanto custa manter o time profissional que joga a Série B-1 e como se faz
para pagar a conta?
GJ: O time principal está recebendo investimento externo e os valores não estão à exposição.
ER: O futebol profissional é a grande vitrine de qualquer clube, principalmente dos
clubes formadores. Gostaria que o senhor comentasse sobre a curta duração dos campeonatos
estaduais. Por exemplo a Série B-1 vai apenas de setembro a novembro.
GJ: A curta duração dos campeonatos regionais é um caminho para diminuição dos custos do futebol
profissional, principalmente nas divisões inferiores, e em relação aos que disputam a série A do
Carioca, a curta duração também está ligada ao calendário nacional oferecido pela CBF.
ER: O Bonsucesso aposta na base como clube formador. O senhor acredita que o
trabalho desenvolvido pelo seu clube seja diferente da base desenvolvida por outros clubes,
como São Cristóvão e Madureira? Em que sentido?
GJ: O Bonsucesso busca parcerias para o investimento da base. Sem essas parcerias, a manutenção
da base é muito difícil.
ER: O que fazer para o Bonsucesso voltar à primeira divisão?
GJ: Parcerias seguras para investimentos de qualidade para ascender até a 1ª divisão, série A.
ER: A CBF e a FERJ ajudam os clubes pequenos? Se o senhor pudesse
pedir algo a estas entidades, o que o senhor pediria?
GJ: Acredito que seja até uma situação difícil para as entidades buscarem recursos aos clubes de
menores investimentos, devido à baixa visibilidade da competição. A diminuição dos custos para
o clube mandante e ampliação das premiações nas competições oficiais, seriam ótimas ações.
ER: Se o Bonsucesso vende os craques que forma para sobreviver
financeiramente, como vai atingir o objetivo do clube que é ser campeão?
GJ: O objetivo de ser campeão depende do planejamento de cada competição. A venda de jogadores
e contratação de outros vai se ajustar à realidade do clube para cada competição.
ER: Na sua visão, é mais fácil gerir um clube pequeno da capital ou um
time do interior do estado do Rio?
GJ: Acredito que um clube do interior possa ter uma sorte maior que um clube da capital, devido a
atuação mais próxima da prefeitura.
ER: O Ciclismo foi um esporte muito importante na história do clube. É
possível reativar o departamento de ciclismo e ver o clube competindo nas competições da
FECIERJ?
GJ: Se houver parcerias, toda competição será bem recebida.
ER: Ao longo do Século XX, o clube era referência em outras modalidades
como a esgrima. Existe algum projeto de reativar este ou outro esporte amador do clube?
GJ: As parcerias são essenciais para incentivar qualquer esporte amador no clube.
ER: O clube já teve muitas escolinhas de artes marciais. Há procura por
estes esportes? O clube pensa em investir nestas modalidades em busca de títulos?
GJ: Para o momento, sem parcerias, não há planejamento para esses esportes.
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