Declarações do técnico da vitoriosa equipe de
Caratê do Vasco, Manoel Varella, ao "Podcast do Casaca" (nº 46), sobre o fim das atividades da modalidade no clube:
Fim do Caratê no Vasco
"Eu posso até falar alguma coisa. Agora, o porquê, eu não tenho como passar, porque eu não sei. Eu também fiquei surpreendido, porque a gente fez várias reuniões, e vários projetos estávamos fazendo. Eu fui pego de surpresa no dia 24 [de junho].
O nosso vice-presidente chamou a gente lá. Eu entendi. Pelo que ele explicou, é um critério do clube, que vão ficar só alguns esportes, acho que cinco ou seis esportes só. Só o que surpreendeu a gente, não tanto a mim, mas aos atletas, foi a velocidade que foi feito, porque deram sete dias. Eu pedi mais cinco, dez dias, para ficar até o dia 21 desse mês, porque a gente está em um projeto muito importante, no qual o Juarez [Santos] está participando, que são os Jogos Mundiais. Ele acabou de chegar na China agora.
O Caio [Duprat] não conseguiu o patrocínio, a passagem. Na realidade, a gente arrumou uma passagem.
Como o Juarez estava treinando mais do que o Caio - o Caio chegou agora dos Estados Unidos -, a gente resolveu mandar o Juarez. Eu não sei por que foi extinto o caratê. Não só o caratê. Caratê, judô, taekwondo, esgrima. Isso, eu não tenho como responder. Agora, não ficou mágoa de ninguém. É só apenas que não deu nem para avisar os atletas e as mães dos atletas. Nós temos 80 federados. Mas, graças a Deus, a nossa equipe é bem conceituada no Rio de Janeiro e no Brasil, e não faltou portas abertas para a gente."
Custo para o Vasco
"O custo que eles tinham com a gente era zero. Só a luz, que gastava, e o espaço. Mais nada."
Nova Casa
"Ao Chiquinho [da Mangueira], a gente tem que agradecer mais, porque além de ele ser vascaíno, ele abriu as portas da Vila Olímpica da Mangueira. Estamos os 80 federados lá, disputando agora pela Vila Olímpica da Mangueira. Mas nós não vamos deixar de ser vascaínos. Nós somos vascaínos, não tem jeito. A Tropa de Elite é vascaína, não tem jeito."
Justificativa
"Não. Ele foi até bem sutil com a gente. Ele me chamou lá em cima, explicou a situação do clube. A única coisa que eu falei para ele foi exatamente que a gente não tinha custo. O único custo que a gente estava era pedindo se alguém do clube pudesse ajudar para a passagem dos meninos. Mas isso, a gente sempre pediu, e sempre obteve ajuda.
A Casa Cruz, do seu Rui [Proença, grande benemérito do Vasco], patrocina os dois meninos até hoje, sempre ajudou nos eventos que a gente fez no Vasco. São vários vascaínos que ajudavam. O que a gente estava pedindo era ajuda só para a passagem dos meninos."
"Ele chegou e nos comunicou que era uma decisão da diretoria. A gente aceitou normal.
Acho que o clube está mudando, quis mudar tudo. A gente tem que aceitar. Não tem mágoa nenhuma, não."
"Realmente, os atletas ficaram um pouco sentidos, pela forma que foi feito, porque se eles falam 'Varella, no final do ano a gente vai acabar com o esporte', a gente se programava para sair melhor."