Cacau Cotta é o Diretor da Fla-Gávea. A
Fla-Gávea é como se fosse a prefeitura da sede social do Flamengo. Ela administra a estrutura física do clube, a área de lazer dos sócios e as áreas esportiva e de apoio aos atletas.
Entrevista com Cacau Cotta
ER: Em primeiro lugar, pode me contar um pouco de sua trajetória no Flamengo?
CC: Eu vim da arquibancada. Freqüentava o Maracanã desde muito pequeno, pois nasci ali ao lado , na Rua Jorge Rudge, em Vila Isabel. Em 1995, fui morar em Ipanema e passei a ser sócio e freqüentar o clube. Participei à distância de algumas eleições até virar sócio proprietário em 2009. Participei ativamente da campanha da Presidente Patrícia Amorim e em 2010, entrei para o Conselho Deliberativo. Em Janeiro, veio o convite da presidente para me tornar diretor de Fla-Gávea. Quatro meses depois, ela me convidou para ser o Vice-Presidente da Fla-Gávea. Em 2011, veio o convite para acumular a Vice-Presidência de administração. Topei os desafios e acho que estou correspondendo. Espero que os sócios e a presidente estejam satisfeitos.
ER: Quais os objetivos do Fla-Gávea?
CC: Tranformar o clube em área social, não sendo apenas um clube esportivo, para sua sobrevivência e necessário ser social e fazer a harmonia entre o esportivo e social. Para isso é necessário reformar, reformular e planejar todos os espaços do clube. É uma espécie de plano diretor.
ER: Em 2010, conversamos com o Presidente de Federação Bochófila do Estado do Rio de Janeiro, e ele me disse que a Federação ia fechar as portas. Só restavam dois clubes federados, Flamengo e CB Volta Redonda, e ambos não estavam em dia com a entidade. O Flamengo ainda deve alguma coisa à FBERJ?
CC: Não sei. Essa pergunta tem que ser feita para o departamento financeiro do CR Flamengo. Mas vou me informar.
ER: A Bocha vai continuar apenas como recreação no Flamengo? Ou o clube tem planos de investir visando os Jogos Paraolímpicos do Rio 2016?
CC: Devido à falta de participantes e de uso dos sócios, a Bocha hoje esta praticamente parada. Não houve renovação. Os jovens infelizmente nao se interessam pelo esporte.
ER: Recentemente foi inaugurada a arena de Futebol de Areia. A área até os anos 90 abrigava quadras poli-esportivas e nos anos 2000 iniciou-se uma obra de construção de um ginásio para Judô e Voleibol. Esta obra nunca foi concluída por falta de verbas. Por que optaram por investir no Futebol de Areia?
CC: Achei fantástica aquela área degradada e abandonada há anos se tonar uma arena para um esporte da moda, cuja manutencao é barata. Ela pode servir também ao Vôlei de Praia, ao Tênis de Praia, etc. O Futebol de Areia é um esporte em crescimento e o Flamengo sai na frente, como único clube a ter uma arena em suas dependências. Já fui procurado pelo Presidente da Federação Brasileira que quer levar a seleção para treinar lá e sediar algumas competições internacionais. Será um sucesso! Em breve, teremos escolinhas de Futebol de Areia, escolinha de Vôlei de Praia e com a vantagem da privacidade, segurança e com vestiarios (aliás recém inaugurados). É diferente da praia.
ER: Quais as próximas obras de modernização do complexo esportivo da Gávea?
CC: Ginasio Togo Renan Soares totalmente reformado. Vai ser a casa do Futebol de Salão do Flamengo, onde vários jogadores foram revelados, como Adriano Imperador, Diego Maurício, Negueba, entre outros...também vamos terminar a arquibancada da piscina. Na área do antigo posto de gasolina, ou faremos uma arena poliesportiva ou a ampliação do estacionamento para atender o museu e a nova demanda dos sócios. Também faremos a Sala de Convivência dos sócios, que ficará em frente à piscina, com todo o conforto para leituras e um telão para assistir jogos e computadores para acesso à internet .
ER: A reconstrução do Estande de Tiro está nos planos da atual administração?
CC: Não, não temos esse projeto.
ER: Com a contratação do César Cielo, o Flamengo chegou a anunciar que reformaria seu parque aquático, num investimento de R$ 4 milhões. Isso nunca saiu do papel. Por que?
CC: Não foi feito por falta de verba, pois a prioridade é terminar a primeira fase do Centro de Treinamento (CT) do Futebol. Mas estamos na busca de patrocinadores para esta obra. A idéia e o projeto estão em pauta.
ER: Em 2016, o Flamengo vai abrigar a delegação dos EUA na Gávea. Mas a Gávea não comporta diversas modalidades. O que será feito até lá?
CC: Haverá melhorias pontuais, mas se fomos escolhidos por um comitê dos Estados Unidos é porque atendemos se não a todas, à maioria de suas necessidades. Olha que eles são super exigentes. Graças à nossa presidente e ao nosso trabalho nestes dois anos, o clube é outro. Melhorou muito!
ER: Há um projeto de reconstrução da pista de Atletismo ao redor do Estádio José Bastos Padilha?
CC: Para esta primeira gestão não. Talvez para um segundo mandato. Claro, se a presidente assim quiser .
ER: Algum comentário final?
CC: Bom acho que é isso. Ainda vamos entregar o museu no meio do ano e até Setembro a primeira fase do CT e a solução para o Morro da Viúva. Em breve, também teremos a solução para a casa de São Conrado. O trabalho nao pára. Vamos trabalhar até o último dia para melhorar o clube.