Kissya Cataldo é remadora olímpica. Ela começou a carreira no
Flamengo, transferiu-se para o
Vasco da Gama em 2008, e agora está de volta ao rubro-negro. Como todo atleta que se transfere de um arqui-rival para o outro, não faltaram declarações, choros, sorrisos, lamentos e polêmica em sua escolha. O
Esporte Rio conversou com a remadora que vai defender o Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres 2012.
ER: Pode me contar um pouco de como você se interessou pelo Remo?
KC: O remo apareceu em minha vida de repente e sem pretensões. Interessada em ganhar meu dinheiro, fui trabalhar de estagiária na Caixa Econômica Federal. Lá, trabalhei com Wandir Kuntze, meu gerente no banco. Kuntze era vice-presidente de Remo no Flamengo. "Ele me convidou para ir a um treino. Dizia que eu tinha uma boa altura e que poderia progredir no esporte", Eu fui, mas não gostei. Fui a dois treinos. E, de início, não me agradou e parei. Mas minha irmã, que é mais velha, gostou da ideia e queria começar a praticar, Mas o Wandir disse que só iria aceitá-la se eu também voltasse e treinasse. Retornei ao remo pela minha irmã e depois da primeira competição, me apaixonei. Para o atleta, a graça sempre é competir. Quando comecei a competir e ganhar as regatas, eu decide me dedicar ao remo, e continuo até hoje.
ER: Você nasceu em Uberlândia (MG). Lá tinha Remo ou você só começou a praticá-lo quando se mudou?
KC: Sim, nasci em Uberlandia, vim para o Rio de Janeiro com 13 anos, lá em Uberlândia não tinha remo. Só conheci o remo com 17 anos como disse na resposta acima.
ER: Foi na escolinha Flamengo que você começou a remar? Foi em que ano?
KC: Sim, comecei na escolinha do Flamengo no início do ano de 2000.
ER: Por que trocou o Flamengo pelo Vasco da Gama em 2008?
KC: Por motivos financeiros. Na época, os melhores remadores eram do Vasco e eles estavam investindo pesado quando me me fizeram uma proposta.
ER: De 2008 para cá, o que mudou na estrutura do Vasco e o que mudou na do Flamengo?
KC: Nossa, mudou muita coisa, a estrutura do remo do Flamengo progrediu muito, e a do vasco ao contrario, regrediu nesse período, por isso a maioria dos atletas de ponta que eram do Vasco, hoje se encontram no Flamengo.
ER: O fato de Fabiane Beltrame remar pelo Flamengo pesou na sua decisão de voltar ao rubro-negro?
KC: Sim, Fabiana e Luana, pesou no sentido de que no Vasco não teria parceiras para remar, então em barcos maiores de dois, quatro e oito, ganhar seria complicado.
ER: Pode dar detalhes de sua transferência? Foi o Flamengo que te procurou ou foi você que tomou a iniciativa?
KC: Uma pessoa do Flamengo sabendo da situação que o remo do Vasco se encontra, e que, eu não estava feliz com essa situação, me fez uma proposta e eu resolvi aceitar.
ER: O desempenho do Botafogo tem melhorado muito desde o ano passado. Se você não saísse para o Flamengo, chegou a passar pela sua cabeça uma transferência para o Botafogo?
KC: Sim, cheguei a pensar, mas pensando bem, visando uma evolução pessoal para 2016, a melhor opção para mim, era o Flamengo.
ER: Qual a sua expectativa para Londres 2012? E Rio 2016? Há chances de medalhas?
KC: Londres é minha primeira Olimpíada, e graças a essa classificação vou poder participar de competições internacionais como Copa do Mundo pela primeira vez, só conheço minhas maiores adversarias por videos no youtube, acredito que isso irá me ajudar muito a evoluir, principalmente em competição. Em Londres quero conseguir ficar entre as 12 melhores do mundo, e continuar nesse ritimo de treinamento e competições para em 2016 poder brigar por uma medalha.
ER: Você se vê remando depois de 2016?
KC: Sim, me vejo, quero continuar remando mas talvez em nível de estadual e Brasileiro, vou dar um tempo de Seleção porque quero ser mãe depois de 2016, mas depois, quem sabe eu volte...