ER: Como começou no esporte?
MLA: No meu colégio se praticava muitos esportes. Eu fazia parte das equipes de Basquetebol, Voleibol, Handebol, Atletismo...de todos! Eu adorava fazer esporte o dia inteiro.Comecei a remar por curiosidade uma semana antes de fazer 20 anos. E isso aconteceu porque meu pai morava em Tigre e tinha seu próprio barco de passeio.
ER: Você compete pelo Club San Fernando, de Tigre. Qual a estrutura que este clube te oferece?
MLA: A verdade é que o San Fernando é o clube que tem a melhor flotilha de barcos. Tem também um ginásio de última geração específico para os remadores. Isso tudo é graças a um sócio fanático que investiu muito no Remo do clube.
ER: Na Argentina, o Remo é muito popular? Sabemos que
MLA: Em Tigre, se vive muito da vida no rio e por isso, o Remo é importante. Mas a nível nacional, o Remo é um esporte quase desconhecido. O esporte por excelência é o futebol, depois o basquete, tênis, etc.
ER: Os times de Remo da Argentina têm patrocinadores?
MLA: Recentemente, nestes últimos tempos, está havendo um pouco mais de apoio ao esporte amador. E, obviamente, este ano, por ser um ano olímpico, as empresas se interessam mais pelos esportes amadores, nestes meses que antecedem os Jogos. Mas em geral, no Remo, o apoio mais importante vem do governo.
ER: Há clubes de futebol que têm equipes de Remo, como no Brasil?
MLA: Somente o Regatas Rosário. Os demais clubes são geralmente clubes somente de Remo, ou clubes esportivos e sociais.
ER: No Brasil, não conhecemos o Campeonato Argentino de Remo. Ele é realizado ao longo do ano em várias regatas ou é realizado de uma só vez num final de semana?
MLA: Há regatas nacionais quase todos os meses e o ano se fecha com a regata do Campeonato Argentino. Quem vence esta última regata se consagra campeão argentino.
ER: O Remo do Brasil é conhecido na Argentina?
MLA: Nestes últimos anos ficamos sabendo um pouco mais sobre o Remo do Brasil, já que alguns clubes contrataram remadores argentinos. Também nos conhecemos em viagens para Mundiais, Pan-Americanos, Copas do Mundo, etc.
ER: Qual foi o teu momento inesquecível no esporte até o momento?
MLA: Até um mês atrás, eu diria que ganhar dois Ouros nos Jogos Pan-Americanos do México. Mas agora digo que foi a classificação olímpica em Lucerna. O quinto lugar na Final A da segunda etapa da Copa do Mundo deste ano também é inesquecível.
ER: Você acha que está na melhor forma de sua vida e mais madura neste momento ou crê que ainda pode mais?
MLA: Acho que estou começando o melhor momento de minha carreira esportiva, já que me sinto muito bem fisicamente e mentalmente.
ER: É possível sonhar com uma medalha em Londres?
MLA: Acho que hoje não. Nosso objetivo é chegar a uma Final. Somos uma embarcação nova. Acho que se seguirmos remando juntas, quem sabe possamos ganhar uma medalha em Rio 2016?
ER: Você vai remar até Rio 2016?
MLA: Sim, acho que sim. Se continuo gostando, penso em remar até Rio 2016.
ER: O que fazer para o remo argentino crescer, como no Brasil?
MLA: Acho que o Brasil tem mais infra-estrutura, e quem sabe mais apoio de empresas.
ER: Na tua opinião, por que ainda não existe uma Taça Libertadores de Remo, com os melhores times de Argentina, Brasil e outros países?
MLA: Porque a nível latino-americano, o Remo não é popular. Nossos dirigentes não sabem promover nosso bonito esporte. Quem dera houvessem mais competições a nível latino!
ER: Você aceitaria trocar o San Fernando por um clube brasileiro?
MLA: Acho que serei sócia do San Fernando por toda minha vida mas gostaria de remar por algum clube do Brasil, mas nunca me convidaram.
ER: Além de atleta, você é muito bonita. Já trabalhou como modelo?
MLA: Não! A verdade é que não. Não gosto de tirar fotos minhas. Sim, já trabalhei, trabalho e penso em trabalhar como jornalista. Tanto na imprensa escrita, como na televisão. Disso eu gosto!
ER: Deseja deixar um último recado aos fãs brasileiros de Remo?
MLA: Simplesmente, gostaria de dizer que adoro seu país, seu povo, sua alegria, suas praias, sua música. A nível de Remo, acho que como todo o Remo latino, está crescendo muito e isso me deixa muito feliz. Espero algum dia voltar a remar no Rio, como fiz nos Jogos Pan-Americanos de 2007, e espero que seja antes dos Jogos Olímpicos de 2016!