O Yacht Club Santo Amaro (SP) é um dos maiores clubes de vela do Brasil e tem uma linda história olímpica.
Infelizmente, o clube paulista não classificou nenhum atleta para Paris 2024.
História do Yacht Club Santo Amaro
No final dos anos 1920, imigrantes alemães que haviam construido moradias e casas de final de semana às margens da represa de Guarapiranga também passaram a fazer barcos a vela. Vendo o movimento de veleiros na margem oposta, alguns deles não tiveram cerimônia em invadir com seus barcos uma regata do "Sailing Club" - o clube da comunidade britânica fundado em 1917. Incomodados, os velejadores do Sailing disseram aos imigrantes alemães que, se quisessem competir, teriam de fundar seu próprio clube náutico.
Estava feito o desafio e, em 8 de agosto de 1930, os amigos: Herrmann Paulsen, Willy Schulze, Ludwig Schwedes, Ernesto Steen, Karl Dickoré, Hans Klarenbach e Georg Münch reunidos no restaurante Alt Heidelberg, fundaram o DSC, ou "Deutscher Segel-Club São Paulo", ou Clube Alemão de Vela, cuja sede foi instalada em um terreno arrendado da companhia de eletricidade Light & Power, bem ao lado do Sailing Club.
Patrocínio da Brahma
Alguns meses após sua fundação oficial, o DSC obteve um empréstimo de 10 contos de réis da Cervejaria Brahma para a construção de um pequeno chalé e também de um bar. O apoio financeiro foi intermediado por Robert Kutschat, diretor da empresa em São Paulo e futuro sócio do clube alemão. Pelo acordo firmado, a Brahma ganhou exclusividade na venda de bebidas no bar. Levando em conta a quantidade de cerveja, chope e "gasosas" consumida nos primeiros anos pelos sócios, os documentos guardados da época comprovam que a cervejaria fez um bom negócio ao ajudar o DSC.
Clube se Desenvolve
Em 1932, já com 82 sócios e 19 veleiros, seis barcos a motor e oito a remo apoitados em suas margens, o DSC entrou nas competições contra outros clubes da represa - o Sailing Club, o recém fundado Yacht Club Paulista e, apartir de 1935, também o Yacht Club Italia.
A primeira vitória interclubes aconteceu em 1933, na regata inaugural da Guarapiranga Race Cup. Era apenas o início de uma longa história de conquistas do clube nessa prova : das nove Gurapiranga Race disputadas entre 1933 e 1935, o DSC levou oito vezes para sua sede a taça de posse transitória, criada pelo inglês Bert Greenwood - então comodoro do Sailing Club e um dos principais incentivadores da vela na represa.
Mudança de Nome Durante a Ditadura
No final da década de 1930, durante a ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas, estava em marcha, no Brasil e na Europa, o crescimento da intolerância nacionalista, que enxergava os estrangeiros como uma ameaça. Naquele cenário, seria apenas uma questão de tempo até que os vários clubes estrangeiros instalados aqui fossem atingidos pela discriminação. Em 18 de abril de 1938, foi editada a lei 383, que separava claramente as associações brasileiras das estrangeiras. Em agosto de 1938 uma assembleia de associados nacionalizou o clube e mudou o nome para Yacht Club Santo Amaro.
O Yacht Club Santo Amaro produz atletas olímpicos com regularidade. Ganhou sua primeira medalha olímpica em 1968. As mais recentes foram as de Robert Scheidt e Bruno Prata, em 2012.
O Yatch Club Santo Amaro é um dos maiores vencedores, entre os clubes olímpicos do país.
As Participações Olímpicas do YCSA
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1948 - Wolfgang Putz Richter - Classe Firefly.
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1952 - Wolfgand Putz Richter - Classe Dragon.
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1952 - Peter Mangels - Classe Dragon.
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1952 - Francisco Isoldi - Classe Dragon.
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1956 - Joaquim Roderbourg - Classe Finn.
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1960 - Wolfgang Putz Richter - Classe Flying Dutchman.
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1960 - Roberto Ferreira da Rosa - Classe Flying Dutchman.
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1964 - Joaquim Roderbourg - Classe Flying Dutchman.
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1964 - Klaus Hendricksen - Classe Flying Dutchman.
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1968 - Burkhard Cordes - Classe Flying Dutchman.
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1968 - Reinaldo Conrad - Classe Flying Dutchman.
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1972 - Burkhard Cordes - Classe Flying Dutchman.
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1972 - Reinaldo Conrad - Classe Flying Dutchman.
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1972 - Joerg Bruder - Classe Star.
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1972 - Jan Aten - Classe Star.
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1972 - Mario Buckup - Classe Tempest.
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1972 - Peter Ficker - Classe Tempest.
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1972 - Cláudio - Biekarck - Classe Finn.
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1976 - Peter Ficker - Classe Flying Dutchman.
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1976 - Reinaldo Conrad - Classe Flying Dutchman.
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1976 - Cláudio Biekarck - Classe Finn.
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1980 - Alex Welter - Classe Tornado.
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1980 - Lars Bjorkström - Classe Tornado.
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1980 - Reinaldo Conrad - Classe Flying Dutchman.
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1980 - Manfred Kaufmann Jr. - Classe Flying Dutchman.
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1980 - Cláudio Biekarck - Classe Finn.
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1988 - Carlos Henrique Wanderley - Classe 470.
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1988 - Bernardo Arndt - Classe 470.
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1992 - Dudu Melchert - Classe 470.
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1992 - Bernardo Arndt - Classe 470.
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1996 - Robert Scheidt - Classe Laser.
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2000 - Robert Scheidt - Classe Laser.
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2004 - Robert Scheidt - Classe Laser.
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2008 - Robert Scheidt - Classe Star.
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2008 - Bruno Prada - Classe Star.
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2012 - Robert Scheidt - Classe Star.
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2012 - Bruno Prada - Classe Star.
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2016 - Robert Scheidt - Classe Laser.
- 2020 - Robert Scheidt - Classe Laser.
As Medalhas Olímpicas do Yacht Club Santo Amaro
Medalhas de Ouro
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1980 - Alex Welter - Vela (Classe Tornado)
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1980 - Lars Bjorkstrôm - Vela (Classe Tornado)
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1996 - Robert Scheidt - Vela (Classe Laser)
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2004 - Robert Scheidt - Vela (Classe Laser)
Medalhas de Prata
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2000 - Robert Scheidt - Vela (Classe Laser)
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2008 - Bruno Prada - Vela (Classe Star)
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2008 - Robert Scheidt - Vela (Classe Star)
Medalhas de Bronze
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1968 - Reinaldo Conrad - Vela (Classe Flying Dutchman)
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1968 - Burkhard Cordes - Vela (Classe Flying Dutchman)
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1976 - Reinaldo Conrad - Vela (Classe Flying Dutchman)
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1976 - Peter Ficker - Vela (Classe Flying Dutchman)
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2012 - Robert Scheidt (Classe Star)
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2012 - Bruno Prada (Classe Star)
Total de Medalhas: 4 - 3 - 6