Karla Costa acabou de disputar sua terceira Olimpíada e concedeu esta entrevista ao Esporte Rio. Ela nos fala sobre o basquete brasileiro, a Liga de Basquete Feminino e deixa em aberto a possibilidade de estar no Rio 2016.
ER: Karla, como você começou no Basquete?
KC: Comecei a jogar com uns dez anos em Brasília, no Clube Vizinhança. Meu tio Chicão, minha prima Renata e meu irmão Rodrigo jogavam lá. Por conta deles, fui no embalo e nunca mais parei.
ER: Quando percebeu que seria uma atleta de ponta?
KC: Sempre sonhei em ser uma atleta de ponta, mas não sei quando percebi. O que sei é que treinei muito para conseguir chegar.
ER: Você já disputou as Olimpíadas de 2004, 2008 e 2012. Você vai estar no Rio 2016?
KC: De qualquer maneira estarei no Rio. Se não for jogando, vai ser torcendo por nossa seleção (risos).
ER: Você jogou algumas temporadas no exterior. Qual a diferença dos
Campeonato Russo e Polonês para o Brasileiro? Há mais profissionalismo
lá fora?
KC: Sim, eles levam mais a sério. Estamos começando a mudar isso agora. Quem sabe com as jogadoras agora sendo repatriadas, o campeonato se torne melhor e mais organizado, podendo assim ser comparado com os melhores do mundo?
ER: Qual a estrutura que você tem à sua disposinção na Americana (SP). O que difere para os times do exterior?
KC: Não tenho do que reclamar. Aqui em Americana, temos o que precisamos. Nada que se compare a qualquer time dos Estados Unidos, mas eles tentam sempre nos dar o melhor.
ER: Por que o Basquete Feminino é forte em São Paulo mas praticamente inexistente no resto do país?
KC: Acredito que exista mais investimento em São Paulo. Eu, como muitas meninas, precisamos sair de nossa cidade e vir para São Paulo para poder dar continuidade ao nosso sonho, pois era praticamente impossível realizar meu sonho em Brasília.
ER: Para vocês jogadoras, o que mudou com a criação da Liga de Basquete Feminino, que substituiu o antigo Campeonato Nacional?
KC: Ele está mais organizado, mais sério. Tenho certeza que este ano ainda será muito melhor, graças à entrada de várias equipes fortes. Tenho certeza que vamos conseguir um campeonato mais disputado e levar novamente o basquete para o cenário nacional.
ER: Como você vê o fato do Rio, que sediará a Olimpíada, não ter nenhum time adulto feminino de Basquete?
KC: É uma pena, o Rio com toda sua estrutura não ter uma equipe por lá. Mas agora com as coisas mudando por aqui, quem sabe a gente logo não veja uma bela equipe nas próximas ligas?
ER: Qual foi o momento mais marcante de sua carreira?
KC: Para mim, disputar a terceira Olimpíada foi minha grande realização.
ER: Pelo que observa, você acha que o Brasil está revelando novos talentos no basquete feminino?
KC: Com certeza! Temos excelentes jogadoras surgindo, mas para que elas realmente se tornem referência, precisam de estrutura, investimento, base, treinamento e jogos internacionais desde cedo, para que aprendam o quanto antes.
ER: Você tem algum sonho ainda não realizado no basquete?
KC: O Basquete me trouxe grandes realizações. mas confesso que uma medalha olímpica seria poder ter minha realização completa.
ER: O que pretende fazer quando encerrar a carreira?
KC: Estou partindo agora para o lado da política. Quero poder ajudar não só o basquete, mas os demais esportes do lado de fora e acredito que todos esses anos me trouxeram muita vivência e muitas experiências também.
ER: Deseja deixar algum recado final para a torcida brasileira e de Americana?
KC: Que estejam sempre do nosso lado, que nem sempre será fácil, mas que iremos dar o nosso máximo sempre. Mas se mesmo assim ainda não der certo, vamos tentar até o fim.